Eu havia acordado no mesmo horário de sempre e ido ao mesmo colégio de todos os dias, afinal, é onde eu trabalho agora. O colégio é tranquilo para mim às segundas, apenas os dois primeiros horários e em clima de recesso de inverno, já não havia muito mais a ser feito.
No terceiro horário eu já estava saindo da escola. Alguns alunos me cumprimentaram fazendo com que eu desviasse a atenção do meu dockside azul-escuro.
As segundas, eu também gostava de ir caminhando aos lugares. Então com a mala em uma mão e os olhos concentrados em meus passos - garantindo que eu não pisasse na linha-, eu caminhava até a cafeteria mais próxima.
Quanto a não pisar na linha, era uma mania que eu tinha desde a adolescência. Não tem um porquê, ela simplesmente surgiu. Junto com a fixação por números ímpares e o volume das coisas, sempre em múltiplos de 5.
Cheguei à cafeteira enfeitada para o natal e paguei o meu café Mocha e um Roll de canela. Canela é uma coisa que eu gosto muito.
Sentei em uma mesa ao fundo da cafeteria, que tinha uma única cadeira solitária e uma luminária amarela solitária também. Deixei a mala encostada na parede e tirei de lá o meu notebook. Enquanto ele ligava e eu esperava o meu pedido, balançava os pés como uma criança faz quando ela - e eu - não alcança o chão.
Coloquei meus óculos e abri meus e-mails e vi alguns da minha mãe. Fazia muito tempo que eu não a via, a não ser por Skype. Sentia muito a falta dela e das minhas irmãs. Gostaria de trazê-los para cá um dia, para morarem próximos a mim, mas ela gostaria que eu voltasse para perto dela. Enquanto lia mais um pedido dela para que eu voltasse, ouvi uma tosse, não tão longe mas não tão perto de mim, nada que fizesse com que eu desviasse a atenção do e-mail que agora falava sobre a Fizzy.
Mas a tosse começou a ficar bem seca e bem irritante. Ouvi até a pessoa que tossia, arfar algumas vezes e eu me perguntei se alguém não iria ajudar essa pessoa. Me questionei se Deus queria que eu virasse e prestasse atenção na pessoa e, então eu fiz. Virei o pescoço e apoiei o braço esquerdo no encosto da minha cadeira. Vi um rapaz de chapéu tossindo, mas não vi seu rosto. Uma mão estava sobre a testa, cobrindo seus olhos e outra, que havia largado o Roll de canela no prato, estava em seu pescoço. Suas costas subiam e desciam, talvez ele estivesse se esforçando ao máximo para respirar e pensei : "Eu já me dei ao trabalho de prestar atenção nele, não é mesmo? Então talvez eu devesse perguntar se ele se engasgou."
Saltei da cadeira, já que a minha altura não permite que eu dessa como uma pessoa comum (mas não pense que eu sou um anão, por favor, eu não sou) e, caminhei até uma geladeira, retirando de lá, uma garrafinha de água. Caminhei até a mesa do rapaz de chapéu e disse:
- Ei amigo, quer uma água? Você parece ter engasgado. - e estiquei a garrafa. A mão direita, que antes segurava a sua garganta se esticou para pegar a garrafa e eu pensei "Mas que sujeito mal educado! Ele não poderia ao menos ter olhando para mim?". Mas foi ai que a mão que cobria sua testa e seus olhos desceram para sua garganta e eu me arrependi por cada palavra do que eu havia pensado.
Aposto que se eu estivesse comendo, eu, agora provavelmente, estaria engasgando junto com ele. A minha expressão surpresa era claramente notável, mas talvez não para o rapaz. Ele olhou para mim e arregalou aqueles olhos verdes enquanto eu arregalava os meus olhos azuis. Mas parecia que não estávamos arregalando os olhos pelo mesmo motivo. Eu estava assustado e Harry, desesperado. Foi ai que ele deu mais uma arfada e disse sem som algum:
- Me ajuda!
Vi seus olhos voltarem ao normal, mas em questão de segundos já estavam querendo fechar.
Rapidamente, abri a garrafa d'água e corri para seu lado. Segurei seu queixo e tentei dar-lhe água. Mas Harry estava um tanto mole na cadeira e, pendendo para o lado. A única coisa que me veio à cabeça foi gritar e o fiz.- Socorro! Por favor, alguém pode me ajudar. Ele tem alergia à canela! - gritei e a moça que antes estava no balcão e agora se aproximava de mim, voltou correndo para o móvel e pegou o telefone. - Chamem a emergência, por favor. - continuei a gritar. - Mandaram um roll de canela para ele. Pelo amor de Deus, alguém me ajuda. As vias respiratórias dele vão fechar!
- Senhor, já estamos ligando para a emergência.
- O que eu faço para mantê-lo acordado? Harry? - me virei para ele, passei o braço pela sua cintura e sua cabeça, automaticamente, encostou no meu ombro. - Harry! Diz alguma coisa. Harry! Harry! Fica comigo!
"Pelo menos desta vez..." foi o que a minha mente pensou e a minha língua coçou em dizer, mas obviamente eu não faria. Não era um momento propício para isso e provavelmente eu estava tão nervoso a ponto de pensar bobagens assim. Tinha sido tudo tão rápido. Eu perceber que era ele e agora ele desmaiando nos meus braços. E o pior, eu não sabia como agir.
Despertei do transe quando Harry respondeu minhas chamadas, ele não disse nada, apenas apontou para a garrafa, que agora estava em cima da mesa. Peguei-a e levei até sua boca. Harry quase tomou tudo em um gole só, mas sua mão voltava à garganta e ele ainda arfava.
- A emergência está à caminho, senhor.
- A caminho? Temos um hospital tão próximo daqui! Venha Harry... - tentei dar impulso para levanta-lo e ele ficou em pé. Harry era tão mais alto e tão mais pesado. Era como se eu estivesse carregando uns dois de mim. - Harry, você acha que consegue andar até lá? Você vai ficar comigo?
Ele então negou, balançando a cabeça para os lados e apontando para mesa.
Era óbvio! A chave de seu carro estava lá. Sem lembrar-me das minhas coisas, peguei a chave e sai arrastando Harry. Estava bem difícil de fazer isso, mas chegamos a porta e ele já apontou para um Veloster preto. Não deu nem tempo de pensar em como o carro era bonito, apenas pensei em correr até lá. Mas quando consegui fazer Harry pisar o primeiro pé na rua, a ambulância aparecia disparada. Acenei com a mão livre e ela parou a nossa frente, já com os enfermeiros e paramédicos de prontidão.Dois caras, bem grandes, o pegaram e o deitaram em uma maca. Correram para colocá-lo dentro do automóvel e eu corri junto. Vi uma enfermeira esperando que eu subisse na ambulância e eu disse:
- As vias respiratórias dele, por favor! E eu... Eu só, só vou pegar as minhas coisas e levar o carro dele para o hospital. Por favor, salvem-no.
- Esse é o nosso trabalho, senhor. - foi o que ela disse antes de fechar a porta da ambulância e colocar uma máscara de oxigênio em Harry.
[n/a: Oiiii gente! 🖖🏼
Então, acho que é isso o que acontece depois de 8 anos sem ver o seu ex-namorado né? Fim da história! 😅
Brincadeira, obv!Louis tem muito mais para contar pra vocês e eu espero que vocês gostem.
:) x ]
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Lost Lovers
FanfictionO que acontece após oito anos afastado da pessoa que fez seu coração bater mais forte mesmo quando o partiu? Apenas Louis Tomlinson é capaz de te contar. "Por que sabe o que seria ainda pior do que amar sem ser amado ou amar alguém distante? Sem dú...