My titan...(lumity beta)

Lutas e confissões

PV Luz 

— Odeio ver você triste assim, criança... — Eda falou, passando a mão no meu cabelo, enquanto eu estava jogada no sofá, tentando não pensar em nada.

— Eu vou melhorar, Eda... Acho que ainda estou chateada por ter perdido a oportunidade de emprego — falei, sentando-me e esticando as costas. Meu corpo parecia pesar toneladas, refletindo o peso dos meus pensamentos.

— Você não precisa realmente daquele emprego. Pode falar com seu amigo Gus ou procurar outro emprego no centro — Eda sugeriu, tentando animar-me.

— A situação com a Amity afetou muito minha amizade com o Gus. Por isso fui até lá, eu não queria mais incomodar ninguém... Mas fui uma inútil e passei vergonha na frente da Amity! — falei, sentindo uma pontada de frustração. Lembrar daquele momento só fazia meu coração apertar ainda mais. Eu queria mostrar que podia ser forte, mas tudo o que consegui foi falhar miseravelmente.

— Você não treinava muito como humana, é comum que isso aconteça, querida... — Eda respondeu, tentando confortar-me.

— Eu nunca precisei ser humana... — sussurrei, mais para mim mesma do que para Eda. Era estranho pensar em como minha vida mudou tão drasticamente, eu enfrentei feras enormes, fui uma titã muito respeitada e agora eu ando tropeçando nas próprias pernas e tenho medo de mulher...

— Exato... Então não se cobre desse jeito. Você não precisa de emprego nenhum. Pode continuar visitando a Amity por enquanto! Você sempre fica animada quando vai lá — Eda sugeriu.

Eu suspirei, pensando nas palavras de Eda. — Visitar ela é realmente muito bom, e acho que ela está gostando mais de mim como titã... Mesmo que ela tenha partido meu coração, quando estou com ela é como se eu me esquecesse disso, consigo me soltar mais e me divertir...— 

As lembranças de Amity eram um turbilhão de emoções contraditórias. Ela tinha o poder de me fazer sentir como a versão mais autêntica de mim mesma, mas também era a fonte das minhas maiores incertezas e dores emocionais. Era difícil reconciliar esses sentimentos conflitantes, mas uma parte de mim continuava voltando para ela, esperando que talvez houvesse uma maneira de reparar o que estava quebrado entre nós.

— Eu fico feliz que tenha achado uma forma de não pensar nisso, essa situação é temporária. Logo vamos dar uma surra naqueles idiotas e achar o King— Eda falou de forma confiante. Ela sai todos os dias e fica horas lá fora procurando alguma pista do meu irmão, deve ser por isso que anda tão cansada... Eu não quis que ela pegasse essa responsabilidade para si, mas ela insistiu que eu me afastasse disso por um tempo. Sei que no final das contas ela só quer me ver feliz...

Decidi que era hora de visitar Amity para verificar como ela estava se adaptando aos seus novos poderes.

 Eu já estava na minha forma de titã então não precisei me transformar, acho que não estava aguentando olhar meu reflexo como humana...

 Peguei meu cajado mágico, dei um aceno de despedida para Eda, que me disse pra tomar cuidado e um bando de coisas típicas de mãe até eu sair pela porta. O vento fresco da noite soprava suavemente em meu rosto, trazendo consigo o aroma das flores e o murmúrio reconfortante das árvores. Apesar da calma do ambiente, minha mente ainda estava agitada com pensamentos sobre Amity e todas as coisas não resolvidas entre nós.

Enquanto voava, o som de uma voz fina cortou o silêncio da noite. Era um grito de ajuda, tão fraco que quase se perdia na brisa noturna. Meu coração se contraiu instantaneamente.

Decidi seguir o som, me desviando de minha rota em direção à árvore de onde parecia vir o chamado desesperado. Era uma voz tão fina que parecia ser infantil.