Uma conversa difícil

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PV Amity

Acordei com os primeiros raios solares penetrando as janelas e atingindo meu rosto. A luz intensa só fez a dor de cabeça que eu sentia piorar, tornando impossível voltar a dormir. Meu corpo estava pesado, como se tivesse sido drenado de toda a energia, e a dor pulsante em minha cabeça me impedia de encontrar qualquer alívio.

Virei-me no sofá, tentando me ajustar na tentativa de escapar da dor, mas ela persistia, teimosa. Depois de alguns minutos de resistência, decidi que era melhor me levantar e procurar algum remédio.

Ao abrir os olhos, a realidade me atingiu: ainda estava na casa do Gus, onde tinha adormecido no sofá da sala. O ambiente estava silencioso, a luz do sol iluminava o espaço de forma suave, mas tudo parecia limpo e organizado, sem nenhum sinal da bagunça da noite anterior. Olhei ao redor, procurando por qualquer sinal de movimento, mas a sala estava vazia.

Sentindo-me um pouco tonta, levantei-me com cuidado e fui em direção à cozinha, onde finalmente encontrei Gus. Ele estava sentado à mesa, segurando uma xícara de café, com os olhos fixos no líquido escuro. Seus olhos estavam vermelhos, evidenciando que ele provavelmente não havia dormido bem. Havia uma certa gravidade em sua expressão, como se estivesse perdido em pensamentos profundos, e ele não notou minha presença até eu falar.

- Bom dia... - murmurei, ainda com a voz sonolenta.

Gus pareceu sair de seu devaneio ao ouvir minha voz. Seus olhos encontraram os meus e, por um breve momento, ele parecia surpreso. Em seguida, ele esboçou um sorriso, embora fosse um sorriso cansado, quase forçado. Não dei muita importância; imaginei que ele estava sentindo os efeitos da ressaca, assim como eu.

- Bom dia, Amity - respondeu, voltando a olhar para sua xícara de café, como se estivesse mais interessado nos padrões que o vapor formava do que em qualquer outra coisa.

Sem querer incomodá-lo, fui até os armários da cozinha em busca de um analgésico. Abri porta após porta, mas não encontrei nada que pudesse aliviar a dor de cabeça que latejava em minhas têmporas.

- Onde estão seus comprimidos? Estou com uma dor de cabeça horrível... - perguntei, minha paciência diminuindo a cada segundo.

Gus levantou a cabeça e, com um leve movimento, enfiou a mão no bolso do casaco que estava pendurado na cadeira ao lado dele. Ele puxou uma cartela de comprimidos e a colocou sobre a mesa.

- Desculpe, precisei deles também... - disse, oferecendo-me a cartela com um gesto educado.

Peguei a cartela de comprimidos, caminhei até a geladeira e servi um copo d'água. Sentei-me ao lado de Gus e tomei um dos comprimidos, deixando a água refrescante escorrer pela minha garganta. O silêncio entre nós era quase palpável, e eu me perguntava o que estava passando pela mente de Gus enquanto ele fixava o olhar na xícara de café.

- Está tudo bem? Você não parece muito animado hoje- Falei quebrando o silêncio.

- É só a ressaca, vou ficar bem...- Ele falou sem olhar pra mim.

- Sinceramente ainda estou um pouco confusa sobre o que rolou na noite passada, acho que bebi demais...- Falei.

Ele finalmente olhou pra mim.

- Ah... Não foi nada demais, todos foram embora depois de comerem as pizzas, você dormiu no sofá e seu irmão não quis incomodar- Ele explicou.

- Que bom... Ao menos não fiz nenhuma besteira - Falei me sentindo aliviada.

Gus finalmente parecia estar cem porcento atento a nossa conversa.

- Você parecia muito feliz ontem, na verdade você está muito feliz nos últimos tempos, será que não tem haver com alguém especial?- Ele me perguntou finalmente sorrindo verdadeiramente.

My titan...(lumity beta)Onde histórias criam vida. Descubra agora