Ji Chang Wook, páginas de você.

Álcool.

Ela estava linda à noite. Pegou seu gravador e o tablete para algumas anotações e foram para o clube.

Os amigos de Chang Wook eram encantadores e divertidos. Conversaram, comeram e beberam muito. As histórias eram hilárias, as que Chang Wook autorizou publicar deixariam o livro muito divertido. Por final decidiram fazer um jogo de verdade ou desafio, quem não quisesse contar a verdade teria que beber uma dose de tequila.

Algumas perguntas eram comprometedoras e eles acabaram bebendo mais do que deviam. Hyori sentiu que tinha chegado em seu limite e parou de beber, sentiu que poderia vomitar a qualquer momento. A resistência para álcool dos meninos era muito maior do que a sua, e eles continuaram a brincar.

— Chang Wook, você se sente atraído pela sua escritora? — um deles perguntou.

Chang Wook bebeu. E eles começaram a vaiar e a zoar com ele dizendo que havia sido um sim disfarçado com um shot. Chang Wook não respondeu aos amigos, mas eles o conheciam muito bem para saber que estavam certos.

Hyori ignorou a zoação e foi até a máquina de karaokê, onde começou a cantar e dançar.

— Temos uma desertora.

— Sorry, já estou muito bêbada, não posso jogar mais.

Eles ficaram ouvindo-a cantar. Não era tão ruim assim, mas não conseguia atingir notas muito altas.

Eles ficaram a noite inteira se divertindo. Quando pensavam que iriam embora, alguém tinha mais uma ideia mirabolante do que fazer.

Duas horas da manhã, os quatro bêbados se despediam milhares de vezes seguidas com beijos e abraços. Eram todos melhores amigos agora.

— Vamos caminhar um pouco antes de pedir o táxi? — Chang Wook sugeriu.

— Será que conseguimos andar?

— Assim, oh. — ele fez um gancho com o braço.

— Ok. — ela entrelaçou seu braço no dele.

E realmente, mesmo enganchados, eles tinham dificuldades por andar em linha reta. Andaram um quarteirão em silêncio.

— Por que não respondeu se tinha namorado? — ele finalmente quebrou o silêncio.

— Quis manter o suspense.

— E você tem?

— Não. Faz um ano que terminamos.

— Você está bem?

— Sim. Já superei. Foi amigável.

— Isso é tão raro.

— Éramos muito amigos, namoramos por três anos. Quando comecei o projeto ele discordou. Disse que daria errado ficar me envolvendo na vida de pessoas. Disse que biografias eram para os mortos.

— Como assim daria errado?

— Ele estava com ciúmes. Me fez escolher entre ele e meu trabalho.

— Nossa. Você escolheu seu trabalho!

— Sim. Eu gostava dele, mas apesar de estarmos três anos juntos eu ainda não o amava. E eu amo meu trabalho.

— Que desfecho, hein.

— Ele terminou comigo, cada um foi para seu lado. Ele já está namorando outra mulher.

— Você não se arrependeu de sua escolha?

— Não. O homem que me amar de verdade precisa confiar em mim. Posso fazer a biografia do homem mais lindo do mundo, preciso que ele tenha confiança em mim.

— Você me beijou.

— Olha, como você ousa! — ela deu um tapa em seu braço.

—Ai!

— Estou solteira. Jamais aceitaria sua proposta se estivesse num relacionamento.

— Já beijei atrizes num relacionamento, era o trabalho delas.

— Fazer teste de química não faz parte de meu trabalho senhor Ji Chang Wook.

Eles conversaram mais um pouco sobre a vida amorosa dela, e por estar bêbada ela virou praticamente um livro aberto.

— Eu fui seu primeiro beijo depois do término? Como eu me saí?

— Foi muito bem, teve gostinho de quero mais. Ops! Pare com isso. Vamos para casa, já falei demais.

Eles riram.

Pediram o táxi. Hyori dormiu no caminho. Ao chegarem, ele não quis acordá-la, pegou a nos braços e entrou. Ela era pesada, estava malhando demais. Não conseguiria subir as escadas com ela, além do mais estava bêbado, não seria muito inteligente. A pôs sobre o sofá, buscou um cobertor e ficou observando-a dormir. Ela estava muito fofa. Gostou muito de ter saído com ela nesta noite, se divertira muito. Mas precisava ser muito cuidadoso. Seu trabalho era muito importante para ela, não poderia envolvê-la em um escândalo de forma alguma. Mas não poderia perdê-la também. Precisava de uma estratégia.

"Foi muito bom, teve gostinho de quero mais..." era frase que ecoava em sua mente quando se deitou em sua cama. Ele tinha uma chance afinal. Foi ao computador olhar a gravação. No dia seguinte colocaria na TV para ela ver. Seus pelos se arrepiaram, o beijo ficara perfeito. Como fora difícil de se controlar, segurar sua língua para não invadir sua boca e sentir seu sabor. Ele ainda tinha mais uma semana para conquistá-la, não importava que tivessem que ficar um ano separados. Mas queria que ela fosse sua.