Deusa milenar

1.2K 102 20
                                    

PRI DAROIT POV

Caminhei com a Celis pelo hotel por um tempo, passamos na sala de jogos, tomamos um drink sem álcool no bar do hotel e ela me acompanhou até o meu quarto. Tínhamos conversado sobre um monte de coisa, mas principalmente sobre a próxima temporada dela, que seria no Minas. Embora alguns flertes tivessem acontecido, não permiti que eles evoluíssem. A noite já havia sido estranha o suficiente para eu terminar envolvendo-a nessa minha bagunça de novo. Eu tinha acabado de chegar no quarto quando ouvi batidas na porta. Achei que era a Celis voltando por algum motivo, já que a Carol não teria porque bater já que ela tava com um dos cartões. Mas assim que abri dei de cara com a Gabi.

"E aí Pri, to precisando de uma ajuda sua."

"Minha? O que houve?"

"Vamos lá no quarto. Carol tá tristinha e precisando de você." – ela me pegou pela mão e começou a me puxar pelo corredor.

"Carol? Mas a Carol tá com a Anne. O que você tá aprontando, Gabriela? Não vai me assustar né?"

"Pri, não tô brincando. É sério. Ela bateu na porta do nosso quarto chorando quase uma hora atrás e a gente tá lá cuidando dela. Acho que você deve imaginar o porquê, mas deixa que ela te conta quando vocês estiverem sozinhas, tudo bem? Acho que agora ela só precisa mesmo de um abraço seu pra se sentir segura."

E sem que eu tivesse tempo pra assimilar o que havia acabado de escutar, Gabi já abriu a porta do quarto e me puxou pra dentro. O ambiente estava em completo silêncio e a Carol parecia um bebê encolhido dentro dos braços da Thaisa. Atravessei o quarto a passos largos e agachei na sua frente, acariciando seu rosto com cuidado.

"Oi vida." – falei baixinho enquanto observei a Thaisa e a Gabi caminhando até a pequena sacada que havia no quarto e fechando a porta de vidro – "Você tá bem? O que houve?"

"A gente terminou." – eu vi que ela tava tentando engolir o choro, mas o rostinho inchado denunciava o quanto ela já havia chorado.

Eu não soube o que falar. Apenas me levantei e puxei-a pelas mãos para que ela se levantasse também. Abracei-a da maneira mais carinhosa e acolhedora que consegui, embora a minha vontade também fosse de chorar.

"Vamos pro nosso quarto, vai. As meninas precisam descansar." – falei baixinho próximo ao seu ouvido.

Ela mexeu a cabeça em um sinal positivo e eu entrelacei nossas mãos. Caminhamos até a varanda, onde a Gabi e a Thaisa conversavam e esperavam para nos dar privacidade.

"Obrigada, meninas." – Carol falou baixinho e as abraçou individualmente. Sorri e também as agradeci por todo o cuidado.

Quando fechei a porta do nosso quarto o clima pesou instantaneamente. O problema era que as duas se sentiam culpadas e como obviamente aquilo estava sendo muito mais difícil pra ela, eu não sabia o que falar para consola-la.

"Carol, eu não sei muito bem o que dizer sobre isso. Eu só quero que você saiba que eu tô aqui por você. Se você quiser falar, vamos falar. Se quiser ficar em silêncio a gente fica também. Eu tô aqui."

"Obrigada, Pri. Eu não vou conseguir dormir agora, preciso de um mergulho. Não vou demorar, prometo. Só preciso sair um pouco desse quarto."

"Você quer ficar sozinha? Eu posso ir com você?"

"Não quero atrapalhar você."

"Você não me atrapalha nunca, meu bem. Não é como se eu fosse conseguir pegar no sono também. Mas eu entendo se você precisar de um tempo sozinha."

End game - DarolanaOnde histórias criam vida. Descubra agora