Capítulo 03 - Pacto firmado

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Uma sessão solene foi aberta.

Todos os senhores do clã, conselheiros, Kisashi, e testemunhas estavam ali. Um pacto havia sido firmado.

Naquele momento, Itachi não conseguia assimilar tudo que acabara de ouvir. Toda a sua preparação de anos, havia sido remanejada. Perdeu seu título para o irmão mais novo, seriam passadas para ele todas as suas obrigações, e também seus direitos. O primogênito não escondia o seu ódio ao examinar todos ali: Seu pai convicto de sua decisão, o sorriso perverso de Kisashi, líder dos Haruno, e seu irmão, Sasuke, que também sustentava uma carranca na face. Itachi era o conselheiro, e Sasuke, seu senhor. Não era justo! Receberiam uma Haruno em sua casa, esposa de seu irmãozinho, detentora de tudo que deveria ser de Izumi. Uma Haruno! O sangue de Itachi fervia.

Ao saírem todos do salão, ficaram apenas os irmãos.

Itachi o encarava, assim como Sasuke o fazia. Itachi foi o primeiro a levantar, inspirando antes de alterar a voz de súbito e apontar para o irmão: ― Você o induziu a te dar meus títulos, minha terra! Você disse algo para nosso pai e agora uma maldita Haruno vai estar acima de uma Uchiha, mandando na casa, como se fosse uma de nós! Irmão tolo!

Sasuke estreitou as sobrancelhas, impaciente. Nunca quis ser suserano, nunca quis liderar além do campo de batalha. Sequer queria uma esposa. O que aquele idiota estava dizendo? Calado, ele levantou-se da cadeira onde estava, passando pelo irmão, em silêncio, pomposo numa arrogância sádica, deixando o mais velho cheio de ódio, o silêncio completava sua teoria: Seu irmão o traiu.

Itachi sentia a raiva inflamando sua pele, por Kami, havia sangue em suas veias!

Mas, Sasuke simplesmente seguiu adiante, não travando qualquer discussão ou explicação.

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Sasuke também fervilhava, de certa forma.

Ali, naquele salão, seu pai cuspiu com mais força tudo o que havia lhe dito anteriormente, no quarto. Compreendia a raiva que o irmão sentia, pois em seu lugar, também sentiria. Mas, por deus, ele deveria entender que não era Sasuke o culpado de tudo isso, e que não havia tramado nada contra ele.

Não conhecia essa menina Haruno. Nem sabia quem poderia ser. Então por que diabos ele tramaria algo assim contra o próprio irmão, que era como unha em sua carne? Isso não estava certo...

Sasuke precisava relaxar. Os últimos dias haviam sido de todo difíceis, intragáveis.

Necessitava de um tempo sozinho, que fosse.

Sasuke nunca negou o destino que o reservara, sabia dele desde criança. Mesmo não sendo o filho mais velho, sabia que não poderia se desvirtuar dos costumes de seu clã. Naturalmente, não precisaria de casar-se tão logo, ou ter um herdeiro. Mas, agora, tudo havia sido distorcido. Não estava em discussão este matrimônio – mesmo com uma maldita Haruno, que mal havia chegado, e já separava sua família. Ele tinha noção de seus deveres. Não os negaria nem por um minuto. O peso do casamento, a ideia de filho homem, as terras, o poder, tudo fazia sua mente girar em polvorosa, e, por isso estava de mau humor. Seria um mês e meio até que a Haruno pudesse se preparar para ser uma Uchiha. Um mês e meio para o matrimônio indesejado acontecer. Fugaku não sabia até onde sua saúde resistiria, mas, precavido, fez com que tudo acontecesse rapidamente. Céus, a ideia de viver sem seu pai era oscilante! Bastava a ausência de sua mãe...

Ele pensava sobre... um matrimônio, seu. Sasuke lembrava da última vez que se permitiu romances. Algo para nunca mais. Quem quer que fosse sua esposa, teria sua proteção, mas, jamais amor, confiança... não. Em um mês e meio estaria casado, sustentando um feudo... céus!

Sua cabeça girava, ele precisava de algo que o aquecesse, lhe tirasse da realidade! Uma bebida, uma mulher, qualquer coisa que fosse.

Não vendo outra alternativa, montou seu cavalo e saiu campo afora com pressa. Maldita fosse a Haruno. Maldito fosse seu pai e maldito fosse seu irmão.

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Sakura olhava pela janela as montanhas ao longe.

Casamento...

A ideia rodeava sua mente, sentia um misto de sentimentos incertos, desordenados... casamento.

Ao inferno Kakashi com suas mensagens, ao inferno que tenha mais uma vez se oferecido. Como ela o odiava... Odiava como ele se ofertava, como a cercava, quando se metia em seus assuntos, e os assédios. Odiava tudo nele.

Mas, por deus, um casamento...

Quem seria este homem, e porque tanto mistério lhe rondava? Teria de esperar seu pai regressar de viagem para saber, mas estava tão nervosa, céus! Será que era mesmo um homem ruim? Ela segurava as mãos entre as palmas. Sabia que seu pai era ambicioso, violento... estava com medo. Ela sabia que era sobre poder, acima de tudo. Não de felicidade. Bem menos sua felicidade.

Imaginava todos os cenários possíveis ao caso.

Sakura tinha de admitir... mesmo com tudo que aprendera, não se sentia preparada. E, apesar de sentir-se assim, trazia consigo uma realidade inóspita: ser a responsável por trazer glória ao seu clã, querendo ou não.

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Dias passaram-se e Kisashi retornava para casa. Havia uma mesa farta que lhe esperava, e uma filha ansiosa, cheia de perguntas.

O pai olhou para a filha assim que a avistou, segurando as próprias palmas. Vendo que ela sabia mais do que devia, o homem analisou de Sakura para Kakashi, a sua esquerda. E de Kakashi para Sakura. Sem delongas, o homem despudorado anunciou:

― Devemos comemorar. Sua preparação terá início, e em breve estará casada. Me trará enfim um herdeiro para nossas terras. Em um mês e meio, Sakura, nada mais será como é.

Sakura balbuciou dando um passo para trás. Kakashi não mentiu.



N/A: Queridos, postei os três primeiros capítulos para embalar vocês na narrativa. Nos vemos em breve!

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