Capítulo 10 - Desejada

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Ao fim daquele momento, Sakura buscou em sua mente algo que fizesse seu foco voltar para o mundo real, mas falhou. Toda a extensão de seu corpo tremia, e ela não conseguia parar de puxar o fôlego de maneira urgente. O peso do marido acima de si, igualmente suado e relaxado, fazia Sakura sentir o próprio corpo afundando mais no colchão macio da cama grande de casal. Haviam consumado o casamento sem nem sequer pestanejar.

Obviamente ela sentira resistência, inicialmente, mas sempre que devaneava e sua mente trazia de volta o quase-ato de Kakashi, seu marido a puxava novamente para o momento ao qual juntos vivenciavam, e Sasuke parecia sempre saber o que fazer.

A esposa recordara quando, há alguns dias, tentara escapar do marido achando que ele era um velho lambão, mandão e ardiloso, mas, ali estava ela, embaixo de todo aquele homem, pesado e forte, absolutamente lindo em cada extensão do que era em seus tons escuros nos olhos e cabelos compridos. Céus... ela sequer imaginava.

Sakura fez a tentativa de levantar uma das mãos e enrolar os dedos no cabelo do marido, mas, antes de qualquer outro ato ou pensamento, bruscamente, o marido colocou força nos braços para subir e deixar o corpo da esposa, saindo enfim da cama, e de seus braços finos. Sakura acompanhara os passos do marido antes que também se ajeitasse na cama, sentando-se nela, e cobrindo-se com os lençóis azuis grosseiros que esta dispunha, estando abaixo de si um branco, que naturalmente tinha sua função. Sakura viu o marido vestir-se devagar, peça por peça sem olhá-la mais por nem sequer um segundo que fosse, e sem dizer nada também.

Devagar, já vestido, enfim, ele passou a mão direita pelos cabelos, jogando-os para cima sem sucesso, pois eles logo caíram pelo seu rosto novamente. Então, virando-se para Sakura, sem ainda olhar nos olhos ele indicou uma porta à esquerda do quarto, e disse:

― Aquela porta te levará até seu quarto, esposa. Só aquela porta nos separa. ― ele a encarou. ― Leve o tempo que precisar para vestir-se. ― e saiu do quarto.

Sakura levou muito tempo para compreender tudo que havia se passado ali. Seu marido havia feito amor com ela e a deixado logo após, e uma imensa agonia a dominou, porque ela não sabia se esse era o código que deveria seguir. Agora ele noticiava sobre um segundo quarto bem ao lado, e ela sequer poderia esperar por isso, já que em Haruno, todos os casados dormiam no mesmo leito, em todas as noites.

Sua mente dava voltas e voltas, e entre duas pernas, havia um desconforto que fazia questão de lembrar a menina de tudo que havia provado junto ao marido, a fazendo corar violentamente. Sasuke era muito bonito. Todo ele. E, sabia, ele havia sido genuinamente cuidadoso com ela.

Só agora entendera a razão de suas aias não terem explicado antes sobre aquele ato ― não se poderia explicar, na verdade. Era único, todo aquele misto de sensações, e Kurenai apenas havia explicado o básico diante do que Sakura se lembrava.

Depois de um tempo, ouviu a porta abrir-se de mansinho, fazendo que com que abruptamente ela levantasse o lençol até os seios, cobrindo-os e corando violentamente, ao ver que se tratava de suas aias Kurenai e Naori.

Kurenai correu até Sakura, mas Naori permaneceu tranquila fechando a porta atrás de si. A morena olhou nos olhos de sua senhora procurando respostas, e Sakura entendendo, ainda corada apenas sorriu, como uma confirmação de que havia corrido tudo bem e que não havia sido machucada.

Devolvendo o sorriso, Kurenai indicou a Sakura de que elas deveriam banhá-la novamente, e Sakura muito mortificada, compreendeu. Kurenai trouxera uma túnica de algodão branca e fina, que cobrisse o suficiente até metade das coxas da menina, e caminhara com ela até a porta lateral, que, ao abrir, possuía um ofurô com água morna e flores. As velas iluminavam levemente o lugar, mas via-se que era espaçoso e que, assim como o quarto que antes estava, também tinha uma grande cama de maneira, moldada com cisnes entalhados na cabeceira, símbolo da fidelidade. Aquele era o seu quarto, afinal.

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