SKINS

cães de guarda!!!

cães imponentes!, pareciam proteger a grande igreja católica com uma determinação quase sobrenatural, os dobermann com seus olhares penetrantes e postura rígida deixavam os
transeuntes inquietos.
Alguma coisa havia dentro daquele igreja, algo além do mundo terreno ou mais do que só apenas pedras e vitrais;
Enquanto observava aqueles cães o sino da igreja ecoava pela região me tirando dos meus pensamentos quase como um pequeno susto "aquela igreja realmente me dava medo".
O relógio marcava meio dia a hora exata para ir almoçar, a missa chegava ao seu fim! As pessoas começavam a sair da catedral cheia de estátuas. Olhei para o outro lado da rua onde existia uma pequena cafeteria com algumas mesas em sua frente, caminhei atravessando a calçada da igreja até ela.

Estava cansado aproveitei para descansar afinal minha viagem até aqui tinha sido um pouco estressante e enquanto reparava as pessoas saírem da grande catedral com um véu transparente em suas cabeças algo a mais tinha chamado minha atenção, a cidade parecia agitada as pessoas corriam para alcançar seus rumos mas você não! Você andava calmamente com seus sapatos vermelhos, sua beleza se destacava de ante todas aquelas mulheres...

Sua pele era quente, você trajava algo semelhante a roupa de alguém de negócios, ostentava um cabelo preto liso tão escuro quanto a noite, sua elegância era notável, em seu rosto uma maquiagem leve mais em seus lábios um vermelho tão vermelho quanto o sangue "talvez você quisesse chamar atenção". Um véu cobria seu rosto " você é devota ao senhor? ", você atraia olhares de todos os lados inclusive o meu! Era até um pecado não olhar tamanha beleza

A mulher de lábios vermelhos parecia feliz, vindo em minha direção ela sorrir exibindo seus dentes brancos, ela parecia um anjo mas com demônios em seus olhos.

__ licença?!... - ela segura aquelas correntes que segurava seus cães -

__ sim claro - meu olhos foram de encontro aos seus -

Você sequer notou minha presença, apenas olhou para onde precisava pisar e saiu andando até o balcão da cafeteria onde você pediu seu bolinho preferido pagou e foi embora, sua cabeça e seu corpo já eram domados e não eram por mim. Você me deixou lá sentado naquela cadeira relembrando todos os seus passos ou a sua voz que era algo muito difícil de esquecer.

Enquanto eu me perdia pensando, meu corpo ainda estava parado lá, as pessoas andavam para lá ou para cá...

__ Matthias?!- um homem alto engravatado se aproxima -

__ Theo! - o encarei -

__ venha cá e me dê um abraço faz anos que não o vejo - o velho grisalho ergue os braços -

__ tempo mesmo... Nem lembrava mais de como o senhor era - o abraçei -

__ como vai sua mãe? - ele se solta daquele abraço -

__ na verdade muito bem, ela aprendeu a como ocupar seu tempo já que não sou mais uma criança - revirei os olhos -

__ você ainda é uma criança, meu filho, você só tem dezenove anos é tão jovem. - ele se senta em das cadeiras da mesa -

Ele parecia cansado mas suas roupas nunca perdiam a elegância, me sentia até mal vestido perto dele

__ você já arrumou alguma namoradinha? - ele cruza as pernas -

__ na verdade tio... - me sento ao seu lado - hoje conheci a mulher mais encantadora que já tive o prazer de olhar

__ pegou o número dela ? Estou louco para conhecer-la

__ Theo!!! nem cheguei a falar com a moça, e nem imagino onde procurá-la já que tenho certeza que não a verei novamente

__ é uma pena para essa moça já que meu sobrinho é um bom rapaz, você é um ferreira- ele segura meu ombro- Mathias o que tenho a dizer... é algo importante e aqui não é um lugar para dizer...

__ você está doente!! - o interrompir -
Theo!! Quero que você me diga o que realmente está acontecendo com você.

Ele parecia surpreso com meu interrompimento, pude ver seus olhos transmitindo medo e sua boca ficar seca, Theo esperou exatamente dois minutos para dizer alguma palavra.

__ tenho câncer... E não tem mais tratamento... está muito avançado, -suas mãos tremiam- minhas dores de cabeça só pioram, o médico falou que tenho duas semanas no máximo de vida

Enquanto ele falava aquelas palavras, ele em momento nenhum olhou diretamente em meus olhos meu tio gosta de se mostrar alguém confiante mas naquele momento ele tinha medo, medo da morte e deixar a vida que ele tanto almejou

__ você falou para sua irmã? - olhei para a igreja a mesma direção que Theo olhava-

__ por isso te liguei Mathias... - ele me encara - preciso que tome conta da sua mãe, calma! Isso é algo que você já faz, mas digo quando eu me for... - ele respira fundo - ela vai precisar do seu apoio e... Minhas empresas e claro minha esposa

__ tio!...opa... Desculpa!..., Theo! Isso é loucura, eu não sei ser um cara de negócios igual a você, na verdade minha profissão é ser barmen e apenas, e claro minha mãe ela tera sim minha atenção mas sua esposa? Ela com certeza vai saber como agenciar suas empresas.

__ Mathias eu não proíbo você de me chamar de "tio" você é meu único filho na verdade és o filho que eu nunca pude ter, todos os dias minha esposa me acordava dizendo que daria certo novamente a inseminação mas ela não contava que não apenas eu era infértil, ela também não podia ter filhos, e sua irmã?... Ela é nova demais para trabalhar nas empresas, não saberia lidar com tudo isso,eu te peço que cuide da imagem, mantenha o Theo ferreira vivo

__ Theo minha resposta continua sendo a mesma...

__ bom...passe uma semana lá em casa - ele se levanta arrumando seu blazer-

__ acho melhor voltar para casa. - me levanto também

__ não seja tão rígido comigo não tenho culpa de está morrendo - o velho sorrir

__ você tem culpa de deixar sua irmã ou seus sobrinhos!!!!
- meus olhos começam a arder, talvez aquelas lágrimas precisassem cair

__ eu ainda não morri! Mas lembre-se do que estou te pedindo cuide da minha imagem

Um lado meu sabia que precisava ajudar ele, um homem como Theo ferreira pedindo ajuda ao seu sobrinho de dezenove anos era realmente algo inesperado, meu tio sempre foi conhecido por nunca precisar da ajuda de ninguém seu ego é grande demais para isso, e enquanto segurava meu braço me guiando até seu carro pude perceber o quão Theo parecia frágil