"Decisão da Suprema Corte torna o casamento entre pessoas do mesmo sexo um direito em todo o país."
no one's pov
Arizona e a maioria das pessoas queers que trabalhavam no hospital estavam emaranhadas numa sala de cirurgia onde puseram uma TV pra que pudessem ver ao vivo sobre a decisão daquele dia, quem se importava em apoiar a causa também estava lá.
Menos ela.
Porque logo agora ela teve que entrar em uma cirurgia de emergência, Arizona sentia uma certa ansiedade que o âncora desse a notícia e ela não estivesse lá pra comemorar junto dela... e dos outros, claro.
Quase no final do mês do orgulho, eles decidiam hoje se mudavam a vida de milhões, parecia uma ideia utópica e tão devastadoramente necessária, ela não sabia se chorava ou não, apenas que sentia tudo de uma vez.
— Aconteceu? Foi anunciado? — Ela escutou quando a porta da sala abriu.
— Ainda não, você chegou bem na hora! — Meredith respondeu.
Sem nem perceber, Callie ficou próxima da loira e essa aproximação trouxe um conforto já tão... desconhecido pelo seu corpo, ela sentia falta disso, dessa sensação de estar em casa, em paz.
"Nesta manhã a Suprema Corte reconhece que a constituição garante o casamento igualitário! Fazendo isso, é reafirmado que todos os estadunidenses tem o direito igual à proteção da lei."
Arizona explode junto a todos daquela sala, comemorando a decisão feita pelo governo, todos tem o mesmo direito!
É legal ela se casar com quem ela ama!
"Todas as pessoas devem que ser tratadas de formal igualitária, independente de quem sejam ou quem amam!"
Se sentia num momento de anestesia, esse direito finalmente sendo lei é tudo que ela sempre quis... e oito meses atrás ela se "divorciou", o que na verdade foi a anulação de um documento onde elas eram "parceiras domésticas" e agora elas poderiam casar legalmente, mas isso não aconteceria e essa informação acaba de se fazer presente em sua mente.
— Dá pra acreditar que agora é lei, Dra. Robbins? — Uma das enfermeiras comenta também maravilhada, a abraçando como todo mundo fez até agora.Ela sorri, mostra seu genuíno entusiasmo, mas não consegue não se sentir pra baixo com o fato de ter uma única pessoa com quem queria compartilhar a verdadeira felicidade.
Quando os azuis encontraram os castanhos, tudo sumiu ao redor. A ternura nos olhos de Callie atraiu Arizona como um imã e, quando ficou outra vez segura nos braços dela depois de tanto tempo, precisou respirar fundo para não soluçar.
O abraço de Calliope sempre trouxe paz, sempre foi como oxigênio que a pediatra nem sabia que precisava. Com as sessões de terapia que ela ainda faz, Robbins tenta ao máximo não se culpar unicamente pelo término, não sentir raiva da separação, tenta pensar mais nos momentos bons e, agora, sente que pode morrer com a nostalgia.