P I L O T O

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- Executado com sucesso, sr. Leblon. – Um dos contratados disse ofegante. – Esse daqui não irá mais arranjar problemas.

- Perfeito. – Disse o chefe sobre um ar de deboche e satisfação. – Irei me certificar de recompensá-los muito bem. Dissolvam o corpo e limpem tudo. Estejam no ponto cego para receber os respectivos pagamentos.

- Certo. – Os dois homens responderam em uníssono.

🎭

Evan Leblon era um homem sério, intimidador, podre de rico e bastante poderoso. Sua fortuna availada em mais de 500 milhões é uma quantidade que deixava qualquer um boquiaberto. Esse dinheiro todo parecia ser muito para uma pessoa só, mas para ele, era algo que qualquer um poderia ter.

Sempre tendo tudo que queria sem medir muitos esforços, a vida de Leblon era algo fácil. Seu dinheiro de fato o levava longe e o trazia felicidade, apesar de que era sério demais para demonstrar. Finalmente havia chegado a última fatia do bolo, aquela que a cereja permanece o topo.. Ele agora iria atrás do que tanto queria: um baby.

Mas é um baby. Isso seria difícil de conseguir? Um pouco. Baby's ultimamente estavam sendo muito procurados por pessoas pervertidas e isso fez com que o movimento dos mesmos diminuíssem, fazendo Evan fazer uma cansativa busca atrás de um. Para ele, nada era difícil, mas achar seu tão sonhado baby estava sendo uma tarefa um tanto quanto complicada.

Anunciou aos seus serviçais que rondassem a cidade e ficassem de olho em todos os lugares, principalmente boates. Ele queria que seu baby fosse novo, a partir dos 18 anos. No mínimo um baby menor de idade lhe resultaria em cadeia, mas como ele poderia pagar um bom advogado, não haveria chance. — Homens disfarçados se dividiram pela cidade a mando de Evan, eles só voltariam se fosse com o baby em mãos, ou melhor, em braços. Uma boa parte ficou próximo de boates e outras em áreas bem frequentadas como shoppings e centros comerciais.

🎭

Do outro lado da cidade, um garoto chamado Levi estava se arrumando para sair de casa. Suspirou triste, pentava seu cabelo lembrando que saíria sozinho novamente. Desde sempre, Levi nunca teve amigos, desde pequeno era rejeitado por qualquer pessoa que fosse. Sua mãe não ligava para ele, desde então ele sempre fazia "o que queria", mas era certinho demais para sair da linha.

Vaidoso, gostava de se arrumar para ir a qualquer lugar que fosse. Levi finalizou sua produção passando seu body-splash de cereja e saindo de casa. Desceu as escadas normalmente, sua mãe estava na sala assistindo televisão.

- Estou saindo, mãe. Não vou demorar. – avisou Levi.

- Tanto faz, Levi. Vá para onde quiser, só suma da minha frente. – Ela respondeu desinteressada sequer desviando o olhar da televisão.

- Também te amo. – Levi falou saindo de casa.

Estava meio frio naquela noite, ainda bem que o moletom fazia parte de seu modelito, como ele costumava chamar. Era azul pastel, sua cor favorita, combinava com o seu jeans e seu all star branco. Ele adorava caminhar pela cidade durante a noite, não levava celular e nem nada de valor além de sua cartera que continha sua identidade, dois cartões e algumas cédulas de dinheiro.

Levi já havia se afastado bastante de sua casa quando chegou no fim do quarteirão. Atravessou a rua e caminhou até uma sorveteria próxima onde ele já era bem conhecido e querido pelo dono e pelos funcionários, já que ele sempre costumava ir lá. Assim que entrou, já foi muito bem recepcionado.

- Boa noite Levi, como vai? – O dono da sorveteria o recepcionou.

- Vou bem, seu José. – O semblante meio cabisbaixo do garoto não condizia com sua palavra. – Estava com vontade de sorvete e aproveitei para vir aqui.

- Tem certeza que está bem, filho? Parece triste. – José perguntou ao o acomodar em um dos bancos do balcão. – Vai melhorar rapidinho com o que pedir. Pode pedir, hoje é por conta da casa. Já fazem tantos anos que você frequenta minha sorveteria.

- Sério?.. Eu nem sei o que dizer, senhor José. Eu acho que pode ser um..

- Milkshake de Chocolate com Menta?

- Como sabia? Eu ainda nem tinha falado..

- Você quase sempre pede esse. É o seu favorito, não é?

- S-sim...

- Prepara o dele, Miguel. Vou lá trás reabastecer alguns sabores.

- Certo sr. José. – O rapaz começa a preparar. – Qual a cobertura que você vai querer, Levi?

- Pode ser de caramelo.

Levi tomou seu milkshake e bateu um pouco de papo com os meninos no balcão. Quando acabou, ele agradeceu e saiu, voltando a caminhar. Incrível como o tempo passava, já era quase nove da noite. Assim que se afastou da sorveteria, sentou-se em um banco ali próximo, observando os carros irem e voltarem, como sempre fazia quando saía de casa.

Do outro lado da rua, de maneira discreta, haviam exatamente dois homens a mando de Evan. Eles conversavam até que um deles percebeu Levi sentado no banco, apenas admirando a pista.

- Aquele garoto ali... O que acha? – Um deles pergunta. – É como o chefe quer?

- Bata uma foto e envie. Só podemos voltar se for com o tal baby que ele mandou levarmos.

O comparsa bateu a foto e enviou para Evan, que visualizou no mesmo segundo. Assim que olhou a foto seus olhos só faltaram saltar para fora e seu coração bateu mais rápido. Ele era perfeito ao olhar de Evan e não seria nenhum outro por que aquele era o escolhido por ele.

É ESSE! Tragam para mim! – falou Evan por uma mensagem.

- Sabe o que fazer. – disse um dos homens olhando para o comparsa ao lado.

Os dois homens levantaram, atravessaram a rua e normalmente caminharam até Levi que ainda olhava a pista. Assim que os homens chegaram perto, o mesmo tomou um susto achando que iria ser assaltado.

- Ei garoto. – Um deles chama. Levi o olha assustado.

- E-eu não tenho nada.. – disse nervoso.

- Você vem com a gente. – O outro diz sem muita enrolação. – Nosso chefe gostou de você e você terá de vir com a gente.

- Que chefe? Estão loucos? Eu não vou com ninguém não! – Levi se levanta e tenta ir embora, mas o homem mais próximo de si o puxa e o põe em seu ombro.

- Não resista se não vai ser pior.

- Me larga! Louco! Socorro! – Levi gritou mas teve a boca tapada com uma fita. Os homens o levaram para o carro que estava estacionado do outro lado da rua.

- Vai com ele atrás por que ele não vai ter como fugir. – disse um deles. – Vamos acabar com isso de uma vez.

No banco de trás Levi chorava silenciosamente. Com sua boca tapada e com suas mãos recém amarradas também com fitas, ele achava que definitivamente era o seu fim.

Mr. LeblonOnde histórias criam vida. Descubra agora