• Epílogo •

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             Viserys costumava pensar em Selena, em como ela estaria depois de quase 19 anos. Mas naquela semana a jovem não saia de sua mente, desde o momento em que soube da doença de Calysta.
             Calysta havia sido um amor passageiro, uma paixão impossível e impulsiva. A casa Targaryen e os Siren, sempre foram inimigos velados, mas mesmo assim, ele não podia manter seus olhos longe da mulher, oque era recíproco.
             Pouco tempo após uma noite de paixão, Calysta descobriu estar grávida e Viserys tentou ir contra sua própria família para se casar com ela, mas de nada adiantou, não quando seu futuro estava nas mãos de seu pai, na época o rei.
— Como ela está?
                A voz do rei soou na sala onde apenas a sua alteza e a mão estavam:
— Não muito bem, dizem que não passará de três noites, vossa alteza.
                O homem foi sincero ao dizer.
               O marido de Calysta havia falecido há alguns anos e desde então a rainha havia reinado sozinha:
— E Selena?
                O rei olhou em direção a Otto que o mirava com olhos sérios:
— Não tenho informações sobre a princesa, sua majestade.
                 Viserys suspirou pesadamente, olhando em silêncio o seu reino pela grande janela de seu aposento:
— Acha que devo trazê-la para o castelo?!
                O monarca encarou seu conselheiro, mesmo que Viserys quisesse ter sua filha junto dele, como rei aquilo poderia não ser bom.
— A princesa Selena seria uma boa aliada e poderíamos estabelecer um vínculo com a casa Siren. Porém…
— Porém !?
— Selena pode ser uma pessoa difícil, e talvez se aceitar nossa proposta, possa nos trazer problemas por conta de seu… bem, “espírito livre”.
          Todos sabiam sobre oque era sussurrado sobre a bastarda Targaryen, uma bela jovem, inteligente e cobiçada, porém indomável, uma verdadeira beleza selvagem…



• Dois dias depois •



          A grande embarcação atracou na costa da sereia, tão próxima ao castelo que após subir alguns lances de escada já estariam nos grandes portões.
          Alicent foi a segunda a descer, sendo o rei o primeiro, Rhaenyra veio logo em seguida, Otto foi o último.
           Logo próximo à areia estava Halmer, o príncipe, segundo filho da casa Siren e meio-irmão de Selena:
— Majestades, é um prazer poder recebê-los.
            O moreno sorria amplamente, um sorriso falso e exagerado, enquanto seus cabelos negros como a noite eram soprados pelo vento morno:
— Príncipe Halmer, é um prazer estar aqui, mesmo que por motivos tão trágicos.
             A rainha Siren havia falecido no dia anterior, e pelo que todos viam isso não parecia incomodar o jovem Halmer, que sorria e falava alegremente.
               O príncipe levou a “família” para dentro, e todos que passavam por eles faziam reverências, o castelo estava sem as cortinas e a luz adentrava por todas as janelas, as pessoas que passavam estavam sempre com roupas claras, incluindo o príncipe que os guiava.
               Halmer vendo a confusão nos olhos dos convidados explicou calmamente:
— Aqui na costa da sereia nos adquirimos o costume de honrarmos nossos mortos com as cores claras, tiramos as cortinas e deixamos todas janelas abertas — É como um sinal para que não nos escondemos na escuridão nos momentos difíceis, é um pedido para que o sol e o vento nos traga clareza e conforto.
                Aquelas eram as palavras que sua mãe sempre dizia, assim como todos os anciões do pequeno reino:
— É um belo significado.
                Rhaenyra falou pela primeira vez desde que chegaram a terra firme. Ela estava nervosa e inquieta, com medo que talvez sua meia irmã fosse influenciada pelos sussurros que atravessavam o mar e que diziam coisas ruins sobre a jovem e sua própria pessoa.
— E onde está a princesa Selena?
                 Alicent perguntou oque os três questionavam em silêncio:
— Ela deve chegar em breve… houve um conflito em mar estreito e Selena decidiu apoiar.
                 Logo vários lordes junto da família real estavam em volta do corpo da monarca, que fora vestido e enfeitado sobre uma grande pedra em um penhasco próximo ao mar. 

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