TENTAÇÃO

Capítulo 4: Descobertas Dolorosas

Depois de meses de desconfiança, finalmente a verdade caiu sobre mim como um balde de água gelada. Havia algo na maneira como Logan sorria para a secretária dele, Emily. Os indícios estavam lá, mas eu não queria acreditar. No entanto, naquela tarde, eu encontrei provas irrefutáveis: mensagens trocadas, reservas de hotel e fotos. O mundo parecia desmoronar ao meu redor.

Não era só Emily, a secretária. Quando comecei a investigar mais, tropecei em algo ainda mais devastador: mensagens entre Logan e Grace. Grace, minha melhor amiga, minha irmã de coração. Ela que esteve ao meu lado nos momentos mais difíceis, que sabia de todos os meus segredos. As mensagens entre os dois eram igualmente explícitas e traidoras.

Minha mente estava em chamas enquanto eu guardava os papeis e as provas em uma pasta. Caminhei decidida até o escritório de Logan, minha raiva fervendo a cada passo. Quando abri a porta, ele estava sentado à mesa, trabalhando como se nada tivesse acontecido. Aparentemente, a traição era apenas mais um detalhe na rotina dele.

"Logan", comecei, minha voz trêmula de fúria contida. "Nós precisamos conversar. Agora."

Ele levantou os olhos, surpreso com a minha urgência, mas ainda assim despreocupado. "Claro, querida. O que aconteceu?"

Joguei a pasta sobre a mesa dele, espalhando as provas de suas infidelidades. Ele olhou para as fotos e mensagens com uma expressão que passou rapidamente de confusão para pânico.

"Como você pôde?" minha voz finalmente se quebrou, cheia de desgosto e dor. "Com a Emily? E com a Grace, minha melhor amiga, minha irmã de coração?"

Logan gaguejou, tentando encontrar uma desculpa que não existia. "Isabella, eu posso explicar..."

"Não há nada para explicar!" gritei, interrompendo-o. "Você me traiu com duas das pessoas em quem eu mais confiava! Eu não posso nem olhar para você sem sentir nojo."

Eu podia sentir meu sangue ferver, meu corpo tremendo de raiva. "Eu quero o divórcio, Logan. Não há nada mais a ser dito."

Ele tentou se aproximar, talvez para implorar ou justificar seus atos, mas eu levantei a mão, sinalizando para que parasse. "Não. Fique longe de mim. Eu não quero mais ouvir suas mentiras."

Sem esperar por uma resposta, peguei meu celular, minhas mãos trêmulas enquanto digitava o número do táxi. Não conseguia mais ficar naquele espaço que agora me parecia claustrofóbico e opressor. As paredes pareciam se fechar ao meu redor, e o ar estava pesado com o peso das mentiras desvendadas.

"Eu preciso sair daqui", sussurrei para mim mesma, a voz quebrada pelo choro contido. Peguei minha bolsa, conferi rapidamente se tinha tudo o que precisava e saí pela porta, sem olhar para trás. O táxi chegou em poucos minutos, e eu entrei, deixando uma vida de traições para trás, ainda que temporariamente.

"Parece que você precisa de uma bebida", disse o taxista, com um olhar compreensivo no retrovisor.

"Sim, por favor, me leve ao bar mais próximo", respondi, a voz trêmula.

Enquanto o carro avançava pela noite, a cidade lá fora parecia indiferente ao meu sofrimento. As luzes dos prédios e os sons da metrópole eram um contraste gritante com a tempestade que se desenrolava dentro de mim. Quando o táxi parou em frente ao bar, paguei a corrida e saí sem dizer uma palavra.

Entrei no bar, sentindo o peso do mundo nos ombros. O ambiente escuro e a música suave me acolheram como um abraço. Pedi um drink forte e me sentei em um canto isolado, tentando processar a traição de Logan, de Emily e de Grace. Naquele momento, tudo que eu queria era afogar minhas mágoas em álcool e esquecer, nem que fosse apenas por algumas horas, a devastação que minha vida havia se tornado.