Rúben Dias - Man. City

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Parei na frente do espelho, olhando minha roupa pela milésima vez antes de sair. Um elegante vestido azul de alças finas que se ajustava perfeitamente ao meu corpo, a saia se arrasta no chão mesmo usando um salto, e uma fenda se destaca na perna esquerda, mas nada muito chamativo. Escolhi usar uma sandália de salto preta com tiras finas e delicadas no tornozelo e nos dedos. Coloquei um par de brincos, um colar com uma pedra pequena e delicada e alguns anéis, tudo prata. Minhas unhas das mãos estavam recém pintadas de preto e as dos pés de branco. No rosto uma maquiagem leve.

Estou indo ao casamento do Bernardo, jogador do Machester City, time que meu querido pai dirige. Bernardo é um grande amigo meu, assim como varios jogadores do time. Meu pai infelizmente não poderia ir ao casamento então estou indo com meu melhor amigo, Phil.

Ouvi a buzina do carro e me apressei, peguei minha bolsa, que continha meu celular e meu gloss, tranquei a porta de casa e entrei no carro. Phil e eu fomos conversando até o local do casamento.

Bernardo estava radiante, sei que ele segurou pra não chorar quando viu sua noiva entrando, os votos foram lindos e agora eles são oficialmente casados.

A festa começou tem algum tempo, não estou olhando muito as horas hoje. A luz do salão deixava o lugar com um ar quase magico, musicas lentas tocavam enquanto casais dançavam na pista, os recém casados estavam ja tinham dançado e agora aproveitavam conversando com alguns convidados. Fui ao bar pedir uma bebida e um desconhecido se aproximou e sorriu pra mim.

— aproveitando a festa? — o estranho perguntou em português

— sim, está tudo muito lindo

— o que vocês vão querer? — o barman perguntou

— eu quero um cuba libre, por favor — pedi

— whiskey — o homem pediu — convidada do noivo?

— sim, somos grandes amigos e meu pai dirige o clube que ele joga

— você é filha do Pep Guardiola? — concordei — que legal, deve ser muito massa ser filha dele, mas como você fala português tão bem?

— minha mãe é brasileira

O Barman voltou com nossos pedidos e eu dei um gole na minha bebida.

— bom, eu não posso deixar meu acompanhante esperando, até mais — sorri pro estranho e sai, voltando para a mesa onde estava sentada com Phil

— quem era aquele?

— nem perguntei o nome, mas até que era bonitinho

— você se importaria se eu fosse ali chamar aquela gata de vestido rosa pra dançar?

— claro que não, vai lá

Phil sorriu pra mim e foi até a menina. É engraçado como as pessoas pensam que rola ou vai rolar algo entre nós, mas na verdade somos apenas melhores amigos. Ele me apoia muito quando eu preciso, conto tudo pra ele, por isso somos tão próximos, as pessoas ao nosso redor apenas confundem.

Ele sabe que eu não me dou bem com minha mãe, com quem eu morei no Brasil até meus 18 anos, quando saí de casa para morar com meu pai em Manchester, onde eu consegui passar em uma faculdade para estudar literatura inglesa. Ele sabe que hoje eu discuti com minha mãe novamente, ela me fez ter carreira de modelo durante minha infância e adolescência, ser filha do meu pai abriu várias portas pra mim, mas não era nada do que eu queria. Não, eu quero ser escritora. E é isso que eu estou me tornando. E ela não está gostando nadinha disso.

— posso me sentar?

Uma voz me tirou dos meus pensamentos, era Ruben, e na hora senti meu coração acelerar. Não que eu goste dele, apenas temos uma relação estranha onde nenhum de nós puxa assunto e nem iniciamos uma amizade, nos mantemos apenas nos cumprimentos, mas ele tem um efeito sobre mim, e Phil diz que eu causo o mesmo nele e é por isso que o clima é estranho entre nós.

Fortellinger - automobilistas e jogadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora