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FRAGMENTADO. Uma palavra justa e óbvia o suficiente para descrever aquela situação ,Belle não era burra ao não questionar suas faculdades mentais e o tanto de tempo que estava presa naquele mundo, era evidente sua frieza em situações de completo caos, o caos submerso em sua mente e naquele mundo.

Hogwarts não existe mais, e o Harry Potter que tanto era fascinada também já não existia.

E ela, como uma boa acolhida estava ali, presa naquele quarto à semanas, isso até Harry ter acordado, ele não falava sequer com ela, a ignorava  à tratando como uma estátua, como se não existisse, e quando saía do quarto era acompanhada pelos comentários pavorosos dos quadros falantes ou por Bichento, ela andava onde reconhecia ser  o pátio, que se encontrava vazio em meio as ruínas de um lugar no qual em seus tempos de ouro eram cheios de encanto  magia e recheado de risos dos alunos que em um tempo distante permaneceram ali, mas agora tudo o que encontrava era a grama incrivelmente grande e o restante de lodo nas rochas e nos bancos, a única coisa que se destacava era a árvore de folhas brancas que teimavam em cair pelo chão. Era tudo exatamente igual como um sonho.

Sempre com vestidos justos leves ou pesados, um guarda-roupa digno de uma princesa, se sentia como uma farsa naquele vestido e naquele corpo 10 anos mais jovem, não importa o quanto olhasse seu reflexo, ainda via a mulher maltratada pela vida e por um casamento que havia lhe tirado tudo, seu brilho, esperança e fé em si mesma, um relacionamento abusivo causava isso, causava estresse, uma dor insuportável no meio do peito, ansiedade, vontade de ir embora mesmo você sabendo no fundo que iria ficar por que o apego era a fonte do sofrimento, o apego pode e é algo cruel, o apego te faz ver violência como se fosse um gesto de amor, o apego te faz ouvir críticas invasivas sobre seu corpo ou o quanto seu ex marido  se sentia confortável em falar de outras mulheres na sua frente e em sua presença, estava ali, aceitando tudo como se não estivesse vendo o abuso, a humilhação, todo aquele sofrimento, aquela dependência emocional absurda e doentia. 

  O trauma nos deixa feia, em aparência e em essência, nos tornamos incapazes de acreditar no que realmente somos e no que realmente queremos, e é difícil aceitar o quanto negou ver as bandeiras vermelhas, o quanto deixou tudo aquilo chegar naquele ponto tão sem controle ,onde o amor não permanecia e sim nas noites em que ele queria se satisfazer usando seu corpo no qual ele tanto dizia que era feio e esquelético ou gordo na época em que estava grávida, tudo pelo prazer, e tudo para ter a validação de um amor que havia terminado á anos, mas o amor nunca acaba certo? Bem, tudo tem um  fim por que o amor seria diferente?. 

Vozes perto de seus ouvidos sussurravam contos de fadas que ela lia quando era criança, antes da morte dos pais e em um momento no tempo em que não conhecia Michael, uma eu inocente que só se importava de ir para escola e ler as Aventuras de Harry Potter contra seu arque inimigo Voldemort, agora essas lembranças pareciam nebulosas em sua memória, não tinha para o que voltar, sem família, um casamento falido e um bebê morto, não tinha nada a não ser ela mesma e aquele mundo que nem em seus mais profundos sonhos poderia ser reais. 

—Gostando de bisbilhotar minha casa ?— perguntou com certa provocação, ela não percebeu que ele estava deitado sobre a imensa árvore de flores brancas, parecia abatido, enquanto cortava uma pera com uma espece de faca.  

— Se sou uma prisioneira devo conhecer a prisão que estou presa.—disse um modo confrontador, com um toque de veneno perto dos lábios carnudos e rosados.

Ele riu.

— Certamente sim—disse de forma divertida, ele aparatou no chão, ficando frente a frente dela, aqueles olhos azuis nos quais podiam ver sua alma de alguma forma, os trajes pretos e a ligeira cicatriz de raio na testa deixando a comprovação do seu passado, e e mais uma cicatriz a mostra onde ela pode ver em seu pulso, ela se perguntava onde ele tinha conseguido aquela mais nova cicatriz, ou era mais uma história distorcida que os contos insistiram em recitar e manipular a história verdadeira.—quando anoitecer volte para dentro, ainda não coloquei as proteções para dementadores—disse ele colocando um pedaço de pera cortada em seus lábios e mordendo, mas não antes de pegar em um dos cachos que estavam na cintura da menina e os cheirando, tendo um vislumbre do cheiro de chocolate com amêndoas do shampoo.

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⏰ Última atualização: Sep 05 ⏰

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CORROMPIDOS -HARRY POTTEROnde histórias criam vida. Descubra agora