The robbers

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Agora estou aqui pensando o quão irônico a minha música favorita fazer diferença. Primeiro, de manhã eu estava escutando ela, depois na pista descubro que o Dan também gosta da banda e conhece a música. E ainda cita uma frase dela para se resumir, e pra finalizar nosso primeiro beijo foi ao som dela. O dia amanheceu, e eu estou com ele deitado em meu colo, enquanto vemos o céu trocando de cor. A turma ainda está aqui, brincando. Os meninos com as meninas andando de skate, e o casal Will e Lou já foram pra casa pois teriam de trabalhar ainda.
Um som me traz de volta à realidade. Som de sirenes. Vejo todos correndo. É mesmo, de menores aqui e coisas ilegais. Espera. Droga. Sou de menor.
Chamo a atenção de Dan, e vejo que ele não está entendendo nada.

Dan - Luna, o que está acontecendo? Por que está todo mundo correndo?

Luna - Dan, nem todos aqui são de maiores, ao contrário a maioria é de menor, incluindo a gente, e aqui tem coisas ilegais, como as drogas e as bebidas. Acho melhor a gente ir agora!

Dan - Okay, vamos.

Eu e o Dan, saímos por um portão escondido que dá em outra rua. Ele está segurando minha mão, o toque dele em minha mão me acalma, os seus olhos em mim me levam as galáxias. e assim percebo que o estou encarando. Droga.

Dan - Eu sei que sou bonito, mas se você continuar me olhando assim, vou sumir. - ele diz dando risada.

Eu - Só estava pensando.

Dan - Ah é? Em que? Em como sou bonito, claro.

Eu - Estava começando a gostar de você, mas já estou pensando em como você é chato de novo. - digo, revirando os olhos.

Ele me olha, e solta da minha mão, acende um cigarro e sorri para mim.

Dan - Venha cá.

Ele me puxa pra mais perto de seu corpo, e me beija compartilhando assim a fumaça de seu cigarro comigo. E confesso, foi incrível. Eu sentia o gosto do tabaco, enquanto sua língua quente explora minha boca. Me atrevo abrir os olhos, e ele para o beijo, e me olha com nossas testas coladas, e sinto seu coração batendo forte, ou talvez seja o meu. O vento em seus cabelos bagunçados, a sua mão atrás do meu pescoço.

Dan - Só quero que você saiba, que você é a melhor, okay?

Eu - okay - minha voz sai como um sussurro.

Ele separa nossos corpos, me da a mão e seguimos ao ponto de ônibus calados, mas é um silêncio confortável, sua presença me traz calma, mas ainda sinto que algo ruim pode acontecer com a gente. O ônibus chega, e descubro que o meu é o mesmo que o dele. Quer dizer que já peguei ônibus com ele, e não o vi. Deito a cabeça em seu ombro, e me perco na escuridão dos sonhos.

Acordo com ele me chamando baixinho, e diz que já chegamos. Descemos do ônibus, e ele se oferece para me levar para casa, mas nego. Assim encerramos nosso dia juntos.

Quando chego em casa, meus pais ainda não chegaram. Normal. Vou para meu quarto, tiro a roupa e colocar meu celular para carregar, e me jogo no chuveiro morno. Enquanto sinto a água molhar minha pele, repasso a minha madrugada em minha cabeça. Eu fiquei com o Daniel. Um guri que acabou chegar, que nem conheço direito. Mas o pouco que ficamos juntos, foi mágico. Não sei como vai ser segunda feira na escola, se ele vai fingir que nem existo, ou se talvez possa vir acontecer algo entre a gente. Tiro os pensamentos de minha mente, agora só quero descansar.

Saio do banho, coloco uma roupa e me deito. Um último pensamento me vem a cabeça. Eu não tenho o número dele. Droga. Assim adormeço.

As galáxias de seus olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora