𝗰𝗮𝗽. 1

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༉༘ 𝔇𝐞𝐝𝐢𝐜𝐚𝐭𝐨𝐫𝐢𝐚

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༉༘ 𝔇𝐞𝐝𝐢𝐜𝐚𝐭𝐨𝐫𝐢𝐚

Dedico essa fanfic para aqueles que se atraem por homens quietos, mas expressivos. Que tem o desejo insaciável de sempre ser perfeito, agradar a todos e dar o seu melhor em tudo que faz. Para aqueles que passam ou já passaram por problemas familiares. Lembre-se que não é a sua família ou ambiente em que cresceu que define o que você realmente é. Viva com a felicidade de saber que está tudo bem errar as vezes.

 Viva com a felicidade de saber que está tudo bem errar as vezes

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18:00 𝗣𝗠

━━ Okay, ensaio encerrado por hoje! ━━ O diretor avisa, levantando-se da cadeira. ━━ Vejo vocês amanhã no dia da apresentação, espero que todos dêem o seu melhor.

A garota loira sai de sua posição de atuação e relaxa os ombros, seguindo para as cabines. Pegou sua garrafa de água e bebeu alguns goles.

━━ Ei, Miya! Está ansiosa para amanhã? ━━ Perguntou Nori, sua amiga. ━━ Eu tô muito nervosa. E se eu errar alguma fala?!

━━ Relaxa, vai dar tudo certo. Eu normalmente te chamaria para tomar um chá para acalmarmos a mente, mas já está tarde. Que tal irmos amanhã?

━━ Claro!

A menina se despediu com a mão e se direcionou para fora da escola, tinha mandado uma mensagem para a mãe a alguns minutos atrás para buscá-la.

Sorriu aliviada ao ver o carro da mesma estacionado na frente do portão, andou até a porta de trás e entrou. Pediu bênção para a própria mãe, pois acabou por não vê-la o dia inteiro, por conta do trabalho.

━━ Como foi o seu dia? ━━ A mais velha perguntou, dando partida.

━━ O mesmo de sempre, estudos e ensaios. ━━ Miya riu fraco, tirando a mochila das costas e colocando no banco. ━━ E o seu?

━━ O mesmo de todo início de semana, plantão no hospital. ━━ A mulher riu também.

O resto do pequeno trajeto até em casa foi tranquilo, com um silêncio confortável, ambas estavam cansadas demais para manter um longo diálogo. A mais nova só queria chegar em casa, tomar um banho e descansar. Observava o pôr do sol com inquietação nas pernas, mesmo que precisasse se controlar, não podia negar que se sentia nervosa para o dia seguinte. Seria sua primeira aparição nas peças do teatro daquela escola.

Não demorou muito, o veículo parou em frente à casa e foi estacionado na garagem. Miya desceu com sua mochila em mãos, andando devagar até a porta da grande moradia, ao abrir, soltou um suspiro alto, usando o restante de suas forças para subir as escadas e entrar no seu quarto.
Jogou o objeto no chão e foi direto para o banheiro, tomou um banho demorado e procurou um conjunto de moletom confortável para vestir, aqueles que ela só usava em casa.

Queria poder apenas deitar na cama confortável e dormir, mas fazia horas que não comia, então precisou descer para a cozinha e jantar.
Ao chegar, viu a mãe sentada na mesa esperando por ela. Sentou-se na cadeira de frente para a mais velha e se serviu. Comeram em silêncio, apenas apreciando a comida saborosa.

Depois de terminar sua refeição, direcionou o olhar para a mulher em sua frente, receosa de perguntar o que martelava em sua cabeça fazia um tempo. Mas tomou coragem, precisava de uma resposta o quanto antes, se não fizesse isso agora, seria tarde demais.

━━ Então, mãe, amanhã vai ser a minha apresentação no teatro. ━━ Começou.

━━ Sim. ━━ Fala a outra loira, pedindo que a filha continue.

━━ E os pais de todos vão estar lá...

Sem conseguir olhá-la nos olhos, abaixou a cabeça e observou os próprios pés. Sentiu sua garganta se recusar a continuar, porém se obrigou a terminar a frase, mesmo sem confiança.

━━ E eu queria saber se... Você vai poder ir me ver apresentando.

━━ Olha, Miya...

A menina já sabia a resposta só com aquela pequena frase. Era sempre um "não", seguido de um suspiro decepcionado, ou nem tanto.

━━ Você sabe que eu trabalho no seu horário de aula, não é?

━━ Sim, mas a apresentação será as seis.

━━ Contudo, amanhã ficarei trabalhando até as oito horas. Então não poderei ir.

O olhar já triste de Miya se tornou mais triste ainda, mas por que a surpresa? É claro que a mãe nunca abriria mão do trabalho para ir ver uma apresentação escolar.

━━ Que tal mandar uma mensagem pro' seu pai? Talvez ele vá.

━━ Claro, vou fazer isso. Com licença.

Levantou da cadeira com pressa e correndo, subiu as escadas e entrou no quarto. Não se permitiu desanimar ainda, sua última esperança talvez desse certo. Talvez.

Pegou o celular e procurou pelo contato do pai, ligou e esperou ele atender. Cruzou os dedos e fechou os olhos com força, desejando que estivesse completamente sóbrio.

━━ Alô? Oi, Miya! ━━ Depois de segundos, pôde ouvir a voz familiar de seu genitor. Aparentava estar normal.

━━ Olá, papai! Está tudo bem? Faz um tempo que não nos vemos.

━━ Está sim, e você?

━━ Também. ━━ Fez uma pausa, afastou o celular e respirou fundo. ━━ Bom, eu liguei para te perguntar se... Você está livre para assistir minha apresentação no teatro amanhã.

━━ O teatro da sua escola? ━━ Do outro lado da linha, o homem olhava o calendário para ver se tinha compromisso.

━━ Exatamente, será seis horas da tarde. Vai poder comparecer?

━━ Poxa, Miya... Tenho uma entrevista de emprego nesse horário. Desculpa, mas eu realmente estou precisando de um emprego, então...

━━ Tudo bem, não tem problema, eu entendo. Bom, era só isso mesmo, tchau! Boa noite.

━━ Tá bom, da próxima vez eu prometo que vou! Beijo.

Desligou o celular com pressa e suspirou alto mais uma vez, deixou o celular na mesa ao lado, desligou as luzes e deitou na cama. Mesmo que agora todo o seu ânimo para atuar tenha ido por água à baixo, ansiava por bastante energia para lidar com seu estresse no dia seguinte.

Sabe que não pode culpar seus pais, já é grande o suficiente para entender isso, mas esconder a tristeza no seu coração definitivamente não é uma boa opção.

Você pode fugir de tudo e de todos, mas nunca de si mesmo.

𝐎 𝐆𝐀𝐑𝐎𝐓𝐎 𝐃𝐎 𝐏𝐈𝐑𝐔𝐋𝐈𝐓𝐎 ━ Kaji RenOnde histórias criam vida. Descubra agora