Capítulo 4: Ambição e Solidão

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Enquanto Lara enfrentava os desafios de criar Eros e Aya, Lucas vivia uma realidade completamente diferente. Os cinco anos que se seguiram àquela noite mágica na balada de máscaras foram repletos de ambição, pressão e solidão.

Desde o amanhecer até altas horas da noite, Lucas dedicava-se incansavelmente a trabalhar na empresa multimilionária da família, a Petrux, lutando para provar seu valor e se preparar para se tornar o próximo CEO. Seu pai, Ricardo, um homem rígido e exigente, não aceitava nada menos do que a excelência.

"Lucas, você precisa entender que esta empresa não é apenas um negócio. É o legado da nossa família," disse Ricardo, durante um almoço tenso em um restaurante luxuoso. "Você deve estar preparado para enfrentar qualquer desafio. Não podemos permitir que fraquezas nos derrubem."

"Eu entendo, pai," respondeu Lucas, tentando esconder o cansaço na voz. "Estou fazendo o meu melhor. Cada dia é uma nova batalha, e eu estou pronto para lutar."

Mas a pressão constante cobrava seu preço. Lucas frequentemente se sentia sozinho, cercado por pessoas que mais pareciam inimigos do que aliados. A única pessoa em quem confiava era Dom, o motorista da família, que ao longo dos anos havia se tornado um amigo e confidente.

"Você parece exausto, chefe," disse Dom, uma noite, enquanto dirigia Lucas de volta para casa após mais um longo dia no escritório.

"Estou, Dom. Cada dia parece um campo de batalha," Lucas respondeu, soltando um suspiro pesado. "Às vezes me pergunto se tudo isso vale a pena."

"Vale a pena, sim. Você é mais forte do que pensa, Lucas. E não está sozinho nisso. Sempre estarei aqui para o que precisar," disse Dom, tentando oferecer algum consolo.

Lucas sorriu ligeiramente. "Obrigado, Dom. Você é um bom amigo."

Enquanto Lucas lutava para manter a empresa nos trilhos, ele também tinha que lidar com as intrigas dentro da própria família. Sua irmã, Isabela, estava determinada a tomar o controle da empresa. Ela via Lucas como um obstáculo em seu caminho e não hesitava em sabotá-lo.

"Você nunca será um líder de verdade, Lucas," disse Isabela, certa vez, durante uma reunião de família. "Está apenas segurando um lugar que não é seu por direito. Vou provar que sou a melhor escolha para comandar esta empresa."

"Isso não é um jogo, Isabela," respondeu Lucas, tentando manter a calma. "Estamos falando sobre o futuro da nossa família. Devemos trabalhar juntos, não contra um ao outro."

"Trabalhar juntos? Você só está pensando em si mesmo," Isabela retrucou, com um sorriso desdenhoso. "Eu vou fazer o que for necessário para mostrar ao papai que você não é capaz de liderar."

Essas palavras ecoaram na mente de Lucas enquanto ele tentava se concentrar no trabalho. Cada passo que dava parecia estar cercado de ameaças e desafios. Mesmo assim, ele continuava avançando, determinado a provar seu valor.

Para complicar ainda mais, seu pai pressionava para que ele se casasse e formasse uma família. Isabela já estava noiva de um herdeiro de uma das empresas parceiras da Petrux, um verdadeiro "noivo troféu" que conquistava seus pais a cada dia.

"Lucas, você precisa pensar no futuro," disse Ricardo, em uma conversa séria. "Isabela está se casando com alguém que fortalecerá nossa aliança com outra empresa poderosa. Você também precisa encontrar alguém e se estabelecer. É importante para a imagem e a estabilidade da nossa família."

"Pai, não é tão simples assim. Eu estou focado na empresa agora. Não tenho tempo para buscar um relacionamento," Lucas tentou argumentar.

"Você sempre tem uma desculpa," retrucou Ricardo, com um tom de desapontamento. "Nunca trouxe uma namorada para casa, nunca mostrou interesse em formar uma família. Precisa mudar isso, e rápido."

Essas pressões adicionais só aumentavam a carga sobre Lucas. Ele se via constantemente comparado à sua irmã, que parecia ter tudo sob controle e sempre ganhava a aprovação dos pais com seu noivo perfeito. Lucas, por outro lado, sentia-se cada vez mais isolado e incompreendido.

Uma noite, enquanto Lucas e Dom estavam voltando para casa, Dom quebrou o silêncio. "Você já pensou em tentar encontrar aquela mulher, chefe? A que conheceu na balada?"

"Às vezes penso nisso," admitiu Lucas. "Mas a vida tem sido tão caótica. Não sei nem por onde começar a procurar."

"Às vezes, buscar algo fora do trabalho pode trazer um pouco de paz," sugeriu Dom. "Pode valer a pena tentar."

Lucas ficou em silêncio, ponderando as palavras de Dom. Talvez ele precisasse de algo mais na vida além da empresa, algo que trouxesse equilíbrio e significado.

Enquanto isso, a batalha pelo controle da empresa continuava. Ricardo, observando seus filhos competirem, sentia uma mistura de orgulho e preocupação. Ele sabia que apenas o mais forte poderia liderar, mas não queria ver a família destruída no processo.

"Lucas, lembre-se de que a força vem não apenas da habilidade, mas também do coração," disse Ricardo, em um raro momento de sinceridade. "Lidere com sabedoria e compaixão, e encontrará seu verdadeiro caminho."

Essas palavras ficaram com Lucas enquanto ele continuava sua jornada, enfrentando cada desafio com determinação renovada. O futuro era incerto, mas Lucas estava pronto para lutar por seu lugar, tanto na empresa quanto na vida.

E, talvez, um dia, ele encontraria a peça que faltava em seu coração – aquela misteriosa mulher da balada de máscaras, cuja lembrança o motivava a seguir em frente, mesmo nos momentos mais difíceis.

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