「P r ó l o g o 」

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⭞ 7 anos atrás
📍East Blue

⭞ 7 anos atrás📍East Blue

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Eu vou voltar. — o menino promete em um sopro sutil, quase inaudível, acabando por denunciar o quê de incerteza que as suas próprias palavras carregam.

A frase, sem peso algum, é facilmente arrastada pela ventania sagaz que arrepia o jovem da cabeça aos pés, tornando-se apenas mais uma em meio a inúmeras promessas vazias anteriormente proferidas.

— Eu sei. — a garota que até então prestava pacientemente o papel de ouvinte vocera, rebatendo a fala alheia com sarcasmo transbordando de sua voz.

— Tsc! É sério, Nami. — afirma, estufando o peito em uma busca desesperada por uma postura que transmita mais confiança.

Nami, no entanto, segue com sua típica carranca de “nada convencida" estampada em seu rosto. Ela o encara afiadamente, o suficiente para que um vinco se forme em sua testa, enquanto cruza os braços sob o peito, desafiando-o a prosseguir com seu discurso quando um silêncio agonizante se estabelece entre os dois.

— Porra! O quê você quer que eu diga?

— Ah, sei lá… — ela comenta, fingindo dúvida ao posicionar seu dedo indicador sobre o queixo. — Quem sabe, não precisássemos estar discutindo sobre isso agora se você tivesse sido honesto desde o começo e me contado que passou na porra da prova! — a ruiva ri sem humor algum.

— Nami, eu-

— Mas é claro que o primeiro e único teimoso Roronoa Zoro tem o cérebro do tamanho de uma ervilha e preferiu que a melhor amiga dele descobrisse que ele vai se mudar para o outro lado do país através de fofocas! — Nami finalmente explode, gritando e cerrando os punhos de raiva. Os seus olhos, no entanto, a traem ao desfazer sua pose raivosa assim que ameaçam lacrimejar.

— Você mentiu para mim, Zoro. — pontua, a voz embargada e trêmula.

— Eu sinto muito, Nami. — ele diz, travado, saboreando com estranheza a palavra recém pronunciada. É sincero, de fato. O irônico, porém, é que Roronoa Zoro nunca se desculpa com ninguém (na maioria das vezes, seu ego o impede de fazê-lo). — Eu sei que eu não deveria ter mentido para você, beleza? Eu só… porra, eu não sabia como te dizer.

— Eu queria aproveitar o tempo restante com você sem um clima merda entre nós, mas, cacete, foi justamente isso que eu fiz. — suspirou — E, também, são apenas três anos. Você vai ver: o ensino médio vai passar voando. Vou estar de volta antes mesmo que você possa sentir minha falta, hein?

— Voê não entende. Eu preciso de você aqui, Zoro. — a mais nova confessa em um sussurro, como alguém que acaba de revelar um segredo obscuro, profano. — Eu juro: eu não sei quanto tempo mais a Bellemere vai aguentar.

Ao admitir isso em voz alta, Nami não consegue evitar desmoronar; fazendo um apelo para que suas mãos escondam seu rosto choroso e cabisbaixo quando Zoro a agarra pelos ombros, analisando com cuidado a figura depressiva a sua frente.

— Droga, Nami. — ele se mostra desesperado, sem saber ao certo como confortá-la. Culpa pesando em seu peito. — Olha… a Bellemere é barra pesada, ok? Lembra daquela vez que ela nos nocauteou com um só soco porque subimos escondidos naquela maldita árvore de tangerinas? 

— Ela queria matar a gente. — Nami deixa uma risada molhada e abafada escapar com a lembrança.

— E ela quase conseguiu. — diz, risonho. — Escuta aqui, Nami. Foi você quem me disse que durante a carreira dela, Bellemere enfrentou crises e bandidos muito piores que o câncer. Eu tenho certeza que ela vai superar toda essa situação de merda muito em breve.

Dessa vez, ele parece mais do que certo da sua escolha de palavras, fixando seu olhar nas íris azuladas que finalmente voltam a encará-lo profundamente em um misto de mágoa e paixão, embora Zoro não seja capaz de identificar tais sentimentos.

— O ensino médio vai ser um inferno sem você. — ela desvia do assunto sensível com um sorriso doce, deslizando o dedo sobre uma única lágrima restante, buscando suavizar o clima.

— Você sobrevive. — o rapaz rebate, enfim afastando-se dela.

— É claro! Agora, a nossa maior preocupação é saber se você vai conseguir sobreviver sem mim.

— Tsc! Cale a boca, bruxa. — esbraveja o jovem, recebendo uma cotovelada na região da cintura em resposta.

— Quem é a bruxa aqui!?

Quem Se Apaixonar Primeiro MorreOnde histórias criam vida. Descubra agora