Em mundo de extremos, onde a pobreza social atinge boa parte da população, Nami e Zoro aprendem a encarar e lidar com grandes dificuldades desde a infância. Assim, a única certeza que eles tendem a possuir é que, independente de tudo, ambos estão de...
❝ As boas amizades florescem a vida toda e se reencontram no jardim da eternidade. ❞
- Ivânia D Farias
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Zoro inspirou profundamente, dando um passo à frente, receoso em expirar o ar que ora preencheu seus pulmões. Ele temia seriamente que a sua respiração, já desregulada, deixasse-o por completo em meio a tantos sentimentos: euforia, ansiedade, covardia e preocupação. O seu coração palpitava em um ritmo próprio, incontrolável, quase determinado a rasgar seu próprio peito. Voltar para o East Blue, a região onde fora nascido e criado, após longos 7 anos é extremamente confuso. Seus planos iniciais nunca o disseram que ele ficaria tanto tempo fora, afinal.
Contudo, cá estava ele novamente, prestes a cruzar a porta automática que separava a área de desembarque, com inúmeras esteiras de bagagem, do lado de fora, onde os seus amigos de infância mais próximos o aguardavam. De certa forma, a culpa o fez agonizar com antecedência: pensar que tanto tempo havia se passado que ele sequer se lembrava de como a voz de seus amigos soava o fez ter certeza que ouví-los novamente seria o mesmo que levar um choque de realidade.
Para mais, havia o fator crescimento: todos os moleques ranhentos e imaturos que Zoro conheceu espicharam e tornaram-se grandes homens adultos sob a influência de inúmeras responsabilidades, assim como ele próprio. Pensar demais o deixava doente, e o esverdeado logo afastou todos esses pensamentos de sua mente e avançou sobre a divisória com sua mala de uma vez por todas, criticando a si mesmo mentalmente por soar tão desesperado em uma circunstância tão banal. Um reencontro não deveria afetá-lo tão drasticamente, dado que durante sua carreira de agente federal, ele foi treinado para permanecer indiferente até mesmo nas piores das situações.
Ao atravessar a porta, Zoro foi recepcionado por um mar de pessoas que, assim como as que ele procurava, estavam esperando por alguém. Seus olhos percorrem a multidão em busca de figuras que lhe fossem familiar até que, felizmente, um grito estridente o direcionou para o grupo certo de indivíduos:
- Zoro! - exclamou um rapaz moreno que ostentava uma velha cicatriz embaixo de seu olho esquerdo.
Roronoa o reconheceu de imediato: Monkey D. Luffy, o primeiro garoto que ele se viu capaz de chamar de amigo durante a infância; quase que um irmão. Ao lado do mesmo, posavam o segundo e o terceiro: um de longos fios cacheados e outro das madeixas loiras, Usopp e Sanji, respectivamente.
Zoro apressou o passo em direção a eles, acabando por ser vivamente surpreendido por Luffy atirando-se para cima dele apenas para que pudesse abraçá-lo.
- Cara, eu senti tanto a sua falta! - Luffy informou enquanto sufocava o outro com a força exagerada de seu abraço.
- Luffy, eu acredito que ele também tenha sentido a sua falta, mas você meio que poderia deixá-lo respirar. - o cacheado intrometeu-se, risonho, buscando salvar o amigo.
