Katarina Macasilios
É tão estranho estar nesse lugar depois de 12 anos, não me sinto parte daqui é como se todos fossem estranhos.
Hoje vai ser feita uma homenagem ao meu pai e eu estou sendo obrigada a "participar" meu avô quer que todos os investidores da empresa vejam o "Grande Homem" que seu filho foi, até parece ele era um lixo de pessoa.
O mundo está muito melhor sem ele.
Sim é duro é triste mas é a realidade.
Termino de colocar o vestido justo e desconfortável no meu corpo, que nem pra isso eu tive opção de escolha e coloco os saltos.
O vestido é um tubinho de alcinhas, é justo e seu comprimento é de midsize sua cor é preta e o salto é bem fino preto.
Vou até o banheiro e prendo a parte da franja deixando os cachos livres.
Meu celular recebe uma notificação, vou até ele e vejo uma mensagem.
Está preparada pra essa noite coelhinha?
Não conheço esse número, então bloqueio.
A porta se abre e vejo minha mãe.
- Filha...
- Sai daqui! - Isso me irrita demais, não gosto dessa mulher me chamado de filha!
- Precisamos conversar com você meu amor!
- Eliot foi muito específico para você não vir até mim, correto? Eu não quero ver você, ouvir sua voz ou olhar pra esse saco de merda que você é! - Ela entra no quarto então eu vou andando até a porta.
- Você precisa me escutar filha...- Escuto sua voz chorosa e as lágrimas de crocodilo.
- Vai se fuder Helena.
Desço as escadas vendo todos os convidados, não conheço ninguém.
Vou andando até a mesa de bebidas, pego um Bourbon e vou andando, todos os homens me cumprimentam com sorriso malicioso.
É estranho saber que todos têm idade de ser meu avô e mesmo assim me olham como se eu fosse um delícioso banquete.
- Querida...
- Boa noite Eliot.- apertando sua mão o cumprimentando.
- Está linda essa noite, esse aqui é o Ângelo, ele era o braço direito do seu pai, acho que seria legal se vocês se conhecessem. - Sinto meu rosto esquentar.
Ângelo não é um homem feio isso está longe de o descrever, ele é branco alto tem os olhos castanhos e os cabelos loiros sua boca é carnuda deve ter seus 30 e poucos anos.
- Nunca imaginei que Peter teria uma filha, você é muito linda Senhorita Macasilios. - Disse piscando pra mim.
- Ah... Obrigada se me dão licença...- Saio envergonhada procurando onde me esconder.
Meu avô quer arrumar um marido pra mim? O velho está doido precisa de remédios!
Vejo que a porta do jardim está aberta e descido ir lá já que não tem ninguém lá fora, ando bastante até um banco próximo ao lago.
Viro um pouco da garrafa e sinto minha garganta queimar, que merda.
Respiro fundo sentindo meu corpo relaxar.
- Boa noite...- Ouço uma voz grossa e rouca atrás de mim.
Sinto um arrepio forte descendo pela minha espinha e me viro pra trás.
- Boa noite...
O homem que está atrás de mim é alto, ele é branco seus cabelos são negros e curtos ele tem um risquinho na sobrancelhas e no cabelos, sua barba é rala, seus lábios são carnudos e rosados.
- Está se escondendo? - Pergunta se aproximando.
- Está tão na cara assim?
- Não te culpo, essas festas são um saco, posso me sentar?
Ele está com as mãos no bolso da calça de seu terno e me olha fixamente.
- É claro...- Viro um gole da garrafa e entro e ofereço a ele.
Ele me encara e abre um sorriso, então pega a garrafa dos meus dedos virando uns goles generosos.
- O que estava pensando? Eu te observei de longe e você estava pensativa.
- É tão idiota que você vai se arrepender de ter perguntado isso, estava pensando no mar como algo tão lindo e tão sombrio.
- Calma aí moça, acho que você bebeu demais, como o mar é sombrio? - Perguntou zombando de mim sorrindo.
- O mar é lindo de dia, pois conseguimos ver o que nas águas transparentes, suas ondas são perfeitas, ele é muito perfeito mas de noite sua beleza se torna sombria, o que faz ele ser belo faz ele ser medonho...
- Todos temos uma escuridão, você conhece sua escuridão?
- Sempre faz tantas perguntas assim? - Pergunto sorrindo vendo ele beber a garrafa.
- Não sou muito de falar, mas você nem ao menos perguntou meu nome.
- Desculpe minha falta de noção, como se chama senhor?- Pergunto vendo ele revirar os olhos.
- Roman e você loirinha?
- Katarina.
- Beba um pouco senão vou terminar de beber essa garrafa sozinho.- Pego garrafa virando, tem 3 goles ele bebeu tudo sozinho esse miserável!
- Nunca te vi nesses eventos...- ignoro seu comentário.
- Bebeu a garrafa sozinho! vou ter que pegar outra, não vou conseguir lidar com tudo isso sóbria.
- Não se preocupe eu mesmo pego pra você, então porque nunca te vi nos eventos?
- Será que não viu? - Pergunto sorrindo sempre tem milhares de pessoas não teriam como ele me ver.
- Sou observador, eu teria te achado .
- Não sou muito convidada e também mesmo se fosse não iria, vou pegar outra ...- Me levanto e sinto minha visão ficar turva meu corpo não responde meus comandos, em segundos me sinto mole.
- Eu não estou me sentindo bem...- Tento me levantar, mas meus olhos estão tão pesados que apago e sinto suas mãos em meu corpo.