Capítulo 15

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Major ⚓

Quase dando a hora ir buscar a loirinha e o pai já tava todo trajado. Camisa do flamengo preta, uma bermuda cinza e a kenner.

Antes de sair coloquei a arma na cintura, vesti o corta vento e ajeitei a correntinha por cima dele. Peguei a moto e partir pra casa dela, parei na frente do portão e buzinei.

Ela saiu trancando o portão e veio na minha direção. Tava toda gostosinha, short curto tava marcando bem a bunda dela, até perdi o foco.

— Ta bonita.— elogiei ela que sorriu sem graça.

Giovanna tava toda hora olhando pros lados, parecia que tava devendo.

— Tá com medo de ser vista comigo?

— Não, to de boa, vamos?— ela subiu na moto, esperei ela se ajeitar e fui saindo com a moto.

Mina parecia que tava com medo de tocar em mim, eu ia acelerando a moto e ela quase caindo porque não tava segurando.

— Segura se não tu vai cair.— alertei, só assim pra ela entender e segurar em mim.

Quando chegamos na frente da pizzaria eu desliguei a moto, esperei ela descer e desci em seguida guardando a chave no bolso.

Sentamos numa mesa dentro do espaço, pedi uma coca dois litros pra gente enquanto ela ia escolhendo a pizza que ela queria.

— Vou pedir de metade frango com catupiry e metade portuguesa, ta bom?— concordei, chamei o garçom e fiz pedido.

Depois disso ficou um silêncio na mesa, ela não tava nem olhando na minha cara, tive que arranjar algum assunto pra quebrar o gelo ali.

— Me fala sobre você pô.— ela levantou a cabeça.— Ta ai toda calada.

— Tu quer saber o que?

— Sei lá, fala qualquer coisa ai.— ela pensou um pouco antes de falar.

— Eu não sou do Rio, nasci no Espírito Santo.

— Ia, não é? — ela negou rindo.— Caralho, mas tu tem até um sotaque.

— E porque eu moro a muito tempo, acostumei com todo mundo falando assim e comecei a falar também.

— Mas tu veio pra cá por que?

— Meus pais se separaram. Minha mãe decidiu vim pra cá e me trouxe junto, mas hoje em dia ela ta lá de novo.

— Saquei.— bebi o restinho de coca que tinha no copo.

— Mas e você? Tem família aqui?

— Não.

— E seus pais?

— Minha mãe eu não tenho contato e meu pai morreu em uma operação. Fui criado mesmo pelos meus avôs.

— Ele levava a mesma vida que você? Seu pai?

— Levava, ele morreu uns anos depois de eu entrar no tráfico.

— Você entrou no tráfico por quê?

— As coisas ficaram apertadas em casa depois que meu avô morreu, o dinheiro não tava dando pra quase nada, ai eu entrei pra ajudar em casa.

— Sua avó aceitou de boa? Geralmente brigam por causa disso.

— E ela brigou, até porque ninguém quer ver um familiar no mundo do tráfico sabendo o fim dessa vida. Acho que eu ter entrado só piorou o estado da doença dela.

Vi o olhar dela mudando, parecia que tava com pena, então já fui logo cortando o papo.

Não gosto de falar muito do meu passado, odeio receber pena e no fundo eu sei que o pessoal fica com pena do que eu vivi.

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