Capítulo 22

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Major ⚓

Tava terminando de bolar a seda quando Fumaça parou com o carro na frente da esquina.

Desencostei da parede e fui na direção do carro, me abaixei um pouco e apoiei os braços na janela.

Olhei pra Yasmin no banco do carona e acenei com a cabeça pra ela que respondeu com um aceno.

— Toma cuidado lá, beleza?

— Tá preocupado comigo?— sorriu.

— To preocupado é com as drogas, se tu vacilar eu perco a carga toda.— respondi e ele desfez o sorriso.

— Relaxa que o pai aqui manja das paradas, vou trazer tudo no esquema.

— Acho bom mesmo, se não é bom tu nem voltar mais. E lembra que essa porra é trabalho, então faz direito.

— Tá bom. Agora vou ali pra minha semana de férias.— ignorou o que eu falei e deu partida no carro.

Não tinha nem plano de como ele ia trazer as drogas pra cá, vai ficar na responsabilidade dele descobri qual e o jeito menos provável de acharem.

E não to aceitando erro não, investi mais de quinze mil nessa porra e vou ficar puto se apreenderem a carga.

Acendi o baseado e atravessei a rua entrando na boca, tinha saido só pra pagar o dinheiro dos moleques.

Hoje era o dia de fazer a contagem geral e fazer o pagamento dos cara. To desde cedo vendo esse bagulho.

Cada boca tem um caderninho onde tudo é anotado, cada droga que é vendida, o valor que entrou e o que saiu.

Eu tenho um que só eu uso, anoto o lucro total da semana e o plantão que cada um fez.

Geralmente os cara recebe assim que finaliza o plantão, mas os que fizeram na semana passada ainda não receberam, então vou organizar tudo pra pagar o deles hoje.

— Chegou o resto dos equipamentos do postinho.— camarão foi entrando sem nem bater.

— Tem porta nessa porra mais não?

— Tem, mas eu não preciso dela.— deu de ombros.

— Conferiu se chegou tudo certo?

— Desci pra lá assim que me avisaram, e a doutora falou que ta tudo certinho.

— Agora fica faltando o que?

— A reforma do parquinho da rua principal, as coisas lá tão tudo quebrada.— sentou no sofá velho que tinha ali e tirou um baseado junto com o isqueiro do bolso.

Só aqui que ele pode fumar mesmo. Em casa a Kayla não deixa pois fala que fede e mesmo se eles estiverem na rua ela briga por ele ta fumando.

Na verdade ela faz isso com qualquer um de nos três, e se ela não tiver intimidade com a pessoa pra fazer isso ela fica só olhando com cara feia.

Lembro que logo que eles começaram a namorar, bem no início, ele inventou de acender um do lado dela, maluca não pensou duas vezes antes de derrubar o cigarro do chão e ainda falou pra caralho no ouvido dele.

— Fumaça já foi?— perguntou e eu confirmei.

— Meteu o pé quase agora, e ainda foi com a doidinha que ele tá.

— Yasmin?— assenti.— E a maluca aceitou ir mesmo? Geralmente as mina fica tudo com medo.

— Deve ser doida igual ele, por isso tão dando certo.

— Ele tava me falando esses dias que acha que ta gostando dela.

— Toda vez a mesma história e no final aparece com outra.

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