Herdeira dos dragões

Capítulo 11

Rhaenyra sorriu, apreciando o choque dos magistrados e de sua família. Todos pareciam estar vendo um espírito, com medo de que ela desaparecesse se piscassem. Dos vinte soldados que entraram na sala, apenas três ficaram. Os outros saíram para procurar mais senhores que ainda estavam escondidos no castelo. Rhaenyra não estava preocupada com eles, ela conhecia seus imaculados e os Dothraki cuidaram deles. Um de seus guardas estava dois degraus abaixo do trono e um pouco para o lado, para que todos pudessem vê-la claramente. O imaculado tinha uma mão em sua espada, ele era um dos poucos que falava a língua comum.

"Você está na presença de sua majestade imperial Rhaenyra Targaryen, Imperatriz de Nova Valíria." O sorriso de Rhaenyra se alargou diante do choque nos olhos de seu pai. Ela sabia que Otto encontraria uma maneira de fazê-lo acreditar que todos os rumores sobre ela ser imperatriz eram mentira. Seu pai era nada menos que previsível.

"Agora, eu tinha a impressão de que tínhamos um acordo. Eu não ataquei e queimei todos vocês até virarem batata frita e vocês deixaram eu e minha filha vivermos nossas vidas em paz." Rhaenyra tirou a carta que havia recebido dos homens sem rosto, abriu-a e virou-a para os três magistrados. "E então recebo a notícia de que há um preço pela cabeça da minha filha. Tenho certeza de que vocês podem entender por que isso me perturba. Afinal, todos estão cientes do que aconteceu com os últimos homens que ameaçaram a vida da minha filha."

"Não tivemos escolha, você não nos deixou escolha!" Lohar olhou para ela, seus olhos cheios de ódio. "Você conquistou a maioria das Cidades Livres, elas nem são mais chamadas de Cidades Livres. Sabíamos que era apenas uma questão de tempo até que você ficasse faminto por mais poder e viesse atrás de nós."

"Isso teria sido verdade, exceto por um pequeno fato que você parece estar esquecendo." Rhaenyra cruzou as pernas, inclinou-se para frente e colocou o cotovelo no joelho, apoiando o queixo na mão. "Todas as cidades que tomei foram porque eles me atacaram primeiro. Meereen é a única exceção, e isso porque os altos senhores me deram a cidade. Eles não queriam mais governar, especialmente porque eu era quem os protegia dos Dothraki e eles podiam ver a vantagem nisso. Agora, vocês três são uma história diferente. Eu nunca fiz nada a vocês, nem olhei para vocês. Vocês não faziam parte dos meus pensamentos de forma alguma até que cometeram um grande erro. Veja bem, ameaças contra minha filha não são algo que eu permito ou algo que estou inclinado a perdoar. Então, o que vocês acreditam que sua punição deveria ser?"

"Matem-na!" Drahar gritou para seus três soldados.

Todos os três homens se moveram em sua direção, mas ela não se moveu um centímetro. Mal piscou quando houve gritos e os três homens agarraram suas gargantas, sangue escorrendo entre seus dedos enquanto tentavam remover as pequenas facas presas em suas gargantas, antes de cair no chão. Seus olhos abertos encaravam o teto sem ver. Todos na sala, exceto Rhaenyra e seu guarda, pareciam chocados enquanto olhavam ao redor da sala.

"Ora, ora, meus senhores. Isso não é maneira de tratar uma imperatriz." Visenya apareceu de trás de um dos pilares. Suas roupas estavam salpicadas de pedaços de sangue, não que isso pudesse ser visto claramente sobre sua roupa preta de montaria de dragão. Ela sorriu para os magistrados e Rhaenyra ouviu Daemon respirar fundo. Visenya tinha o sorriso de Daemon e sabia exatamente quando usá-lo. A voz de sua filha era doce enquanto ela olhava para os três homens, que ficavam mais pálidos a cada segundo. "E depois que minha mãe foi tão graciosa. Vocês todos deveriam ter vergonha."

"Meus senhores, estou ciente de que vocês nunca se encontraram pessoalmente, mas gostaria de apresentá-los à minha filha. Princesa Visenya Targaryen." Visenya colocou um pé na frente do outro, dobrando os joelhos e os braços abertos enquanto dava a todos os presentes na sala uma reverência zombeteira. Rhaenyra sorriu para os três homens. "Minha filha estava muito interessada nos homens que a queriam morta. E como ela não me pede muito, eu queria satisfazê-la desta vez."