O Idol & Eu

O Amor É A Chave

S/N acordou preguiçosamente, os primeiros raios de sol da manhã parisiense entrando pela janela da suíte. Ela esticou o braço, esperando sentir o calor de Yuta ao seu lado, mas a cama estava vazia. No travesseiro dele, havia um pequeno Post-it amarelo.

Ela pegou o bilhete e sorriu ao ler a mensagem escrita com a letra de Yuta: "Baby, fui correr, volto logo. Te amo."

S/N suspirou, sentindo-se envolvida pelo amor e carinho de Yuta. A lembrança da noite incrível que tiveram juntos a fez sorrir ainda mais. Decidida a aproveitar o dia ao máximo, ela levantou-se e caminhou até o banheiro luxuosamente decorado.

Enquanto a água quente do chuveiro caía sobre ela, S/N pensava no que poderiam fazer naquele dia. Paris estava cheia de possibilidades, e a primavera trazia uma brisa fresca e revigorante. Após o banho, ela se dirigiu ao closet da suíte e escolheu uma roupa que refletisse sua personalidade, mas que também fosse confortável para um dia de passeio.

Optou por um vestido leve MiuMiu e uma jaqueta jeans YSL, combinando com um par de tênis brancos da C&A depois pronta ela sorriu vendo o contraste. Seu cabelo estava solto, e ela aplicou uma maquiagem suave, apenas o suficiente para realçar seus traços naturais. S/N adorava se arrumar para Yuta, sabendo que ele sempre apreciava o esforço que ela fazia para estar sempre bonita para ele.

Yuta acordou cedo, ainda não eram 5 da manhã, quando começou a se preparar para sua corrida matinal nos arredores do hotel em Paris. Enquanto amarrava os tênis, ele percebeu uma enxurrada de mensagens de Rick, seu manager, no celular. Suspirando, pegou um Post-it e escreveu rapidamente: "Baby, fui correr, volto logo. Te amo."

Deixando o bilhete no travesseiro de
S/N, Yuta saiu da suíte e ligou para Rick.

"Yuta, estou tentando falar com você há horas," disse Rick, a voz carregada de preocupação.

"Eu vi as mensagens só agora, Rick. O que aconteceu?" perguntou Yuta, curioso.

"Como assim, o que aconteceu? Não tem internet em Paris? Está em todos os lugares. Alguém te viu entrando em um restaurante acompanhado e postou em um fórum. Se espalhou como pólvora pelo Twitter e..." explicou Rick.

Yuta interrompeu. "Rick, eu passei a noite aproveitando a cidade com minha garota. Claro que não fui pesquisar meu nome no Twitter. E sinceramente, já estou num ponto que não ligo mais para essas sasaengs. Não vou fingir que não sou adulto e tenho uma vida. Minhas fãs de verdade vão me apoiar, tenho certeza. Não vou expor meu namoro, mas também não vou esconder."

Rick suspirou do outro lado da linha. "Queria que fosse assim tão simples, Yuta. Mas você já está há tempo suficiente nessa indústria para saber que algumas coisas são mais complicadas do que parecem. Eu vou soltar uma nota para acalmar os rumores, dizendo que você está em Paris a trabalho e que tem uma equipe te acompanhando, inclusive uma tradutora. Assim, acalmamos os rumores e os fãs. Estamos em vésperas de comeback, não podemos arriscar."

Yuta bufou, frustrado. "Isso é tão fudido, Rick, mas eu entendo. Vou continuar tendo cuidado por aqui. Eu realmente não sei como essas sasaengs conseguem estar em todos os lugares sempre, chatas da porra."

"Sei que é complicado, garoto. Mas vamos contornar essa situação," disse Rick, tentando ser encorajador.

Depois da conversa, Yuta finalmente saiu para correr, seus pensamentos voando sobre toda a situação. Ele sabia que seu amor e comprometimento com S/N não seriam afetados. Ele estava inclusive disposto a sacrificar a carreira de idol, se fosse preciso, para manter seu relacionamento. Ele estava naquela indústria desde a adolescência, sacrificando-se muito, passando por procedimentos cosméticos e cirúrgicos desnecessários e dolorosos para se adequar ao padrão de beleza imposto pela indústria do entretenimento coreano. E, mesmo assim, nada parecia suficiente. Yuta se lembrou da primeira cirurgia que fez uma rinoplastia que o deixou com a cara inchada por dias e dores constantes durante os meses seguintes, se lembrou de como ele era inocente e maleável sempre querendo agradar os outros e se sentir parte de tudo aquilo.