Não me recordo quando passei a dissociar dentro de mim mesmo nestes anos, no entanto já o faço algum tempo, caminhando agora pelo pequeno parque em Daegu posso observar pessoas; sempre achei curioso a forma como eles reagem a tudo na vida, principalmente aos pequenos detalhes, algumas vezes minha mente me prega peças e faz-me imaginar como seria se eu fosse humano...teria alguém comigo? Filhos? Gostaria de ter uma boa família mas minha natureza não me permite e ao observar a pequena garotinha brincando com o menino que arrisco pensar ser um ano mais velho que ela talvez acredito e por um momento imagino, e se fosse eu...
Jamais em todos os anos de existência estive com inveja mas olhando para eles tudo parece tão fácil...tão frágil mas ao mesmo tempo tão belo.
Ainda perdido em meio aos pensamentos conflitantes resolvo sentar-me em um dos bancos coloridos do parque e aproveitar o bom clima de primavera na Coreia do Sul, observando todos os detalhes envolvendo interação humana, noto e almejo isso e com um falso suspiro percebo uma sombra ao meu lado, um homem tão alto quanto eu usando um par de óculos em seu rosto com os cabelos cortados e com um conjunto de couro junto, a blusa branca fica bem nele e por um momento me pergunto se ele não sente calor pelo tanto de roupas, ele coloca os cotovelos nos joelhos e com uma lufada de ar me entrega um café gelado, mesmo confuso seguro e olho para o copo e após isso o encaro.
- Todos nós temos dias difíceis, você me parece perdido, alguém que precisa de ajuda, algo como estar em mar aberto entende? Sem alguém para conversar no barco, então por breves momentos espero que possa ser esse alguém, beba o café e relaxe, me chamo Kim Namjoon, um prazer conhece-lo senhor???- ele indigada e confesso que estou atordoado, desde que ano as pessoas se tornaram assim? Não sei uma boa definição para isso é solicito ou intromissão alheia? Não saberia distinguir..
-Olá Kim Namjoon-ssi, me chamo Kim Seokjin, agradeço sua gentileza mas não é algo que possa fazer no momento, muito pessoal e com o respeito que me foi ensinado não lhe conheço, jamais o vi, mas agradeço o café parece ótimo- forço um sorriso e balanço o café, chego a tragar um pouco pelo canudo mas sendo vampiro não é algo que meu estômago e biótipo aceite, simplesmente não digerimos, sequer tem gosto.
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Diário de um Vampiro Melancólico
Fiksi PenggemarEm Daegu, uma cidade onde as sombras escondem segredos e os ventos sussurram histórias antigas, vive Kim Seokjin. Ele é um vampiro solitário, preso entre a imortalidade e a melancolia. Sua vida mediana consiste em observar os humanos, suas alegrias...