{ep 1: O Reencontro}

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{Episódio 1: O Reencontro}

Aziraphale estava acomodado em sua poltrona favorita na livraria de Soho, degustando um chá Earl Grey enquanto folheava um volume raro de poesia do século XVIII. A loja estava quieta, como sempre, e o único som era o suave tilintar da colher na xícara.

De repente, o sino da porta tocou, anunciando a chegada de um visitante. Aziraphale levantou os olhos, esperando ver um cliente em potencial, mas em vez disso, encontrou-se olhando para uma figura familiar e intrigante: Crowley.

O demônio entrou com seu usual ar de desdém, vestindo seu habitual traje preto e óculos escuros, mesmo dentro da loja. Ele tirou os óculos e sorriu, um sorriso que Aziraphale conhecia bem demais.

- Ah, Crowley - disse Aziraphale, tentando esconder a surpresa em sua voz. - Não esperava vê-lo hoje.

- Eu estava entediado - respondeu Crowley, encolhendo os ombros. - Pensei em vir ver o que meu velho amigo está aprontando.

Aziraphale sorriu, um pouco mais relaxado.

- Bem, estou apenas aproveitando um bom chá e uma leitura tranquila. Gostaria de se juntar a mim?

Crowley se aproximou e pegou uma cadeira, virando-a antes de se sentar de costas para a mesa, como de costume.

- Por que não? Nunca é tarde para um pouco de companhia celestial, ou infernal.

Enquanto Aziraphale servia uma xícara de chá para Crowley, uma sensação de nostalgia invadiu o ambiente. Os dois haviam passado por tantas coisas juntos - desde o início dos tempos, ao Armagedom abortado, e ao que parecia ser a eternidade de suas peculiaridades contrastantes.

- Alguma notícia do Céu ou do Inferno? - perguntou Crowley casualmente, soprando na xícara de chá.

- Não realmente - respondeu Aziraphale. - Tenho mantido minha distância de ambos os lados. Prefiro a paz e a tranquilidade da minha livraria.

Crowley riu.

- Você sempre foi o pacifista, Aziraphale. Mas admito, há algo reconfortante em estar aqui, longe da bagunça de nossas respectivas esferas.

Os dois ficaram em silêncio por um momento, apreciando a companhia um do outro. Mesmo com todas as diferenças e rivalidades, havia um vínculo inegável entre o anjo e o demônio. Eles haviam aprendido a valorizar a dualidade de suas existências, encontrando conforto e compreensão no outro.

- Você já pensou no que fazer agora que o Armagedom foi evitado? - perguntou Aziraphale, quebrando o silêncio.

Crowley deu de ombros.

- Vivo o momento, Aziraphale. O futuro é incerto, e prefiro não me preocupar com ele. E você?

Aziraphale sorriu suavemente.

- Acho que vou continuar fazendo o que sempre fiz. Cuidar da minha livraria, apreciar a boa literatura e, ocasionalmente, salvar o mundo, se necessário.

Crowley levantou sua xícara em um brinde.

- A isso, eu posso brindar.

E assim, entre goles de chá e conversas sobre o passado e o presente, Aziraphale e Crowley renovaram sua amizade peculiar, prontos para enfrentar o que quer que o futuro lhes reservasse, juntos.

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Fim do Episódio 1.

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