Capítulo 2

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Abby

3:00h

Ouço uma batida na minha janela, olho rapidamente assustada, minha casa tem dois andares, então é quase impossível alguém estar na minha janela.

Visto um roupão de banho por cima da minha camisola e vou até a janela, não vejo nada.

Meus pés me guiam até a sacada, a brisa gelada sopra meus cabelos molhados me fazendo arrepiar, olho para baixo e como já imaginei, também nada. Quando estou prestes a me virar para entrar de novo no meu quarto escuto um barulho de algo bem atrás de mim, como se tivesse pulado do telhado.

– Parece que hoje você foi uma menina mal educada, Abby. ‐ conheço essa voz, congelo.

Mason.

– Que porra você tá fazendo aqui? vai embora. - me viro, olhando nos seus olhos verdes como uma esmeralda.

– Não aprendeu modos com meu pai hoje ? - ele sorri malicioso, e seus olhos descem por meu corpo.

–Mantenha seus olhos sujos pra longe de mim Mason, some daqui. - tento passar por ele para entrar e trancar a porta da sacada, sua mão me segura firme pelo braço.

– Não gostei do jeito que me olhou, e o que você fez na parede de fora do meu quarto, perdeu o medo de mim abbyzinha? - ele me empurra pra dentro do meu quarto.

– Eu nunca tive. - cuspo as palavras. –Agora eu vou te dizer pela última vez pra você sair da porra do meu quarto, ou então seu papai vai saber que você roubou um impala e disse que comprou com seu "trabalhinho". - sorrio.

– Você não teria coragem, não vai falar porra nenhuma. - ele se aproxima mais de mim

– Eu vou gritar - digo.

– Sabe quando você vai gritar? - ele me desafia, mais um motivo para eu o odiar. – Quando eu enfiar em você o que você vive pedindo com esse seu ódio sobre mim abby.

– Eu te odeio. - o olho com raiva – Três segundos pra sumir seu filho da puta.

– Você vai me pagar, e vai pagar caro pela tinta que jogou na minha parede sua vadia, e eu acabo com você se abrir essa sua boca. - sei que suas ameaças são reais, mais eu não tenho medo.

Ele sai do meu quarto e desaparece pela sacada.

Sim, eu joguei tinta na parede dele. Para ser mais específica na janela. Ele pediu para mim fazer isso, quando ficava me espionando trocar de roupa, sempre cuidando da minha vida.

Achei uma boa ideia jogar tinta permanente na janela dele, uma pena que trocaram os vidros uma semana depois. E ganhei um belo sermão dos meus pais, quem se importa ?

•••

Nada de visitas do Mason a uma semana o que serve para minha sorte. Entro no meu quarto, depois de um longo dia de trabalho na cafeteria e me jogo na cama, sem me importar com sapatos ou minhas roupas sujas de café barato.

Respiro fundo, buscando relaxar.

Meu cansaço me leva a um sono profundo, sou acordada pelo bater de uma janela.

As prostitutas do Mason

Me levanto, indo até a janela para checar  abro apenas um lado da cortina, a tempo de ver ele puxar uma garota loira para dentro.

Uma ideia me surge a cabeça, ele disse que eu pagaria caro por ter jogado apenas uma tinta na sua janela. Mais eu tenho muitos mais motivos para fazer ele pagar, por tudo que me fez no passado.

Pego meu telefone com um sorriso triunfante, digito o perfil da Igreja Sam Carllo e acho o número de telefone do senhor Thomas, disposto ali para serviços.

"Agende seu confessamento, com Reverendo Thomas Blake." 

Não acho nada errado me vingar de alguém que tanto odeio e não vou contar tempo parar isso.

Imagine só...o filho do padre com uma prostituta em casa, que pecado contra tudo que ele aprendeu desde criança.

Não sou burra, jamais faria isso com o meu próprio perfil, saberia que sou eu e viria aqui reclamar sobre eu não ter falado para ele antes e bla bla bla, por isso eu criei uma conta falsa.

Adiciono o número e mando uma mensagem, torcendo pela resposta rápida.

"Senhor Blake, queira me desculpar o horário de minha mensagem, mais o seu filho Mason Blake está trepando com uma prostituta no quarto ao lado do seu, se não acredita veja você mesmo.

Tenha uma boa noite. "

A euforia de saber que esse desgraçado vai ser pego me faz dar pulinhos de felicidade, como nunca pensei nisso antes ?

Fico perto da cortina esperando algum sinal do velho, até que minha tela acende, indicando minha tão esperada resposta. 

"Quem é ? Seu perfil não tem nome, acho um desrespeito acusar meu filho de algo tão...ruim. "

Sorrio, e respondo.

"Veja o senhor mesmo."

Largo o celular e corro para a janela, dois minutos e a luz do quarto dele é acessa. Se eu tivesse uma caixa de fogos de artifício eu ia  estourar na sacada agora mesmo.

Ouço os gritos do velho, indignado.

"MASON! VOCÊ ESTÁ FICANDO MALUCO? "

Não escuto a desculpa barata que ele está dando para ele, uma pena.

"VOCÊ VAI EMBORA DESSA CASA MASON, VOCÊ VAI ! "

Dessa vez minha risada preenche o quarto, a luz do corredor acende e eu corro para a porta, fingindo que não estou feliz.

Meu pai abre a porta

– O que está acontecendo? - ele pergunta, indo até minha janela .

Fofoqueiro

– Pelo que entendi, o velho pegou o Mason com uma prostituta - sorrio, posso agir normalmente com meu pai, ele é bem diferente da minha mãe. –Mandou ele ir embora

– Mais ele parece ser tão... - ele não termina a frase.

Olho pela janela, vendo o que meu pai agora está olhando.

Mason está entrando no impala, ele dá uma olhada rápida para minha janela, e sua expressão me faz tremer, um aviso. De que ele sabe quem foi.

°°°

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