Shelter

Capítulo 5

Abby

O dia passa rápido, quase nem percebi. Estamos quase fechando a cafeteria, quando um cliente aparece na porta causando um espanto em mim. Chamo Karina que estava limpando as mesas do café, olha para ela e aponta para porta com o queixo.

Mason está na porta com a camiseta encharcada de sangue, me pergunto mentalmente se talvez ele não esteja trabalhando em algum açougue.

– Karina, você pode atender esse último cliente? - pergunto com o rosto fechado.

– Claro, você quer que eu feche o café? - ela pergunta, tudo que eu faço é chacoalhar a cabeça em um sim.

Saio de trás do balcão e entro na cozinha, tiro o meu avental e saio me despedindo dos meus atendentes, em seguida vou até Karina.

– Obrigada por fechar para mim. ‐ sorrio

Karina sabe de tudo sobre ele, contei a ela sobre o bullying que ele fazia comigo, ela  odeia ele tanto quanto eu. Porém, eu com certeza tenho mais motivos.

– De nada - ela devolve o sorriso.

Passo por Mason que está sentado na mesa perto da porta, evito contato visual apenas saio da cafeteria o mais rápido possível. Não estou fugindo, só não quero ter que lidar com ele hoje, o dia já foi estressante o suficiente.

Sinto seus olhos queimando minhas costas, mas não paro e entro no meu carro, logo vou embora acelerando para chegar logo em casa. Algo na sua camisa chamou minha atenção, porque aquela quantidade enorme de sangue? Vou procurar saber se ele está realmente trabalhando em um açougue ou se está com algo muito mais elaborado e perigoso.

Ao mesmo tempo quero ficar longe de toda essa confusão.

•••

A porta da garagem fecha logo depois de estacionar meu carro, fico alguns minutos sentada no banco pensando se devo obedecer meus pensamentos. Desço do carro antes que me arrependa e aperto o controle para as portas subirem, vou a casa do pai do Mason.

Quero saber seu novo trabalho e seu pai deve saber, imagino. Porque de todo aquele sangue ? Ele é perigoso, eu sei disso e sei do que é capaz, por isso que fico em...alerta.

O vento sopra meus cabelos, afasto alguns fios que balançam para trás da orelha e caminho até a porta do Thomas.

Aperto a campainha e espero, ouço a tranca da porta sendo aberta.

– Senhorita Lacey? - ele me olha, talvez desconfiado por eu aparecer assim do nada em sua porta. – Posso ajudar ? - pergunta

– Eu, ah...posso entrar ? - pergunto –Tenho umas perguntas sobre seu filho. - olho para dentro de sua casa, um calafrio me percorre quando penso na última vez que ele me expulsou daqui, a muito tempo atrás.

– Claro, entre - ele dá espaço para que eu possa passar, entro na casa do Mason e vejo como nada mudou. Já estive aqui várias vezes com minha família, lembro dos almoços que mal comi pelo medo que ele me fazia sentir, dos olhares...–Sua visita me deixou surpreso, admito. ‐ Thomas afasta meus pensamentos

– É que eu fiquei sabendo sobre o que aconteceu na sua casa, na verdade...ouvi. - digo –Eu estava no trabalho, seu filho apareceu por lá e...