Capítulo 7

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-Pov Kageyama-

16 de setembro à noite, na faculdade.

Estou sentado no lugar que o Hinata janta com o Yamaguchi e o Tsukishima, mas nada dos três hoje, estou impaciente aqui sozinho.

Avistei o loiro vindo para onde estou acompanhando do namorado, mas nada da tangerina.

-Boa noite, Kageyama - o esverdeado disse se sentando ao meu lado.

-Boa noite Yamaguchi, Boa noite Tsukishima.

-A gente se viu na aula idiota - o loiro disse como sempre muito educado.

-Mas não nos falamos, credo, grosso.

-Não discutam vocês dois - Yamaguchi tentou amenizar o clima.

-Sabem do Hinata?

-Com saudade da Tangerina? - o loiro brincou.

-Eu não o vi no escritório, perguntei ao Daichi-san, porque ele não foi hoje ao trabalho, ele me disse que ele trabalhou em outra filial a pedido do Sugawara-San, mas ele não falou comigo por mensagem.

-Então você está mesmo preocupado com o namoradinho - Tsukishima alfinetou novamente.

-Namoradinho?

-Ah, Shoyo me contou da festa, quando saímos no sábado, ele estava um pouco alterado, certeza que ele não contaria se o Tsukishima não tivesse insistido e feito beber tanto - o esverdeado contou.

-Não ligo dele contar - dei um sorriso de canto sincero, eu realmente não me importo dele contar - pensei que ele era bom com álcool.

-Ele é sim, mas o Tsukki abusou da quantidade de álcool para arrancar informações de vocês dele - Yama falava sereno.

-Errei, fui eu - Tsukishima riu.

-Então vocês ficaram mesmo? - perguntou o sardento.

-Sim, na confraternização, sexta , desde então ele está me ignorando - bufei.

-Te ignorando, o Hinata não é disso - defendeu o amigo.

-Vou te contar Yamaguchi, sai daqui quatro olhos, não confio em você, bixa fofoqueira.

-Sabe que ele é meu namorado? Que ele vai me contar depois, não é? - o loiro nos encarava, Yama fez sinal para ele ir - certo, certo, não demorem, eu só vou comprar algo para comer - e saiu.

-Pode se abrir - O esverdeado disse simpático.

-Beijei ele na sexta, deixei ele em casa e ainda o beijei de novo antes de sair do carro, eu fiquei feliz com essas minhas decisões - comecei a dizer o que pensava - mas depois disso ele não falou mais comigo, eu mandei mensagem quando cheguei em casa como ele pediu, eu mandei mensagem de bom dia e o chamei para jogar vôlei no ginásio perto da empresa, ele não me respondeu - respirei fundo, me sentia falando rápido demais - no domingo insisti nas mensagens, até o chamei para jantar, foi meio vergonhoso, ele não falou nada de ficarmos, começo a achar que ele não gostou - subi o olhar para o esverdeado e o vi rir baixo - hoje ele não apareceu no trabalho, tive que perguntar por ele, não se deu ao trabalho nem de avisar, não veio a faculdade, ele está me evitando? Ele me odeia porque eu beijei ele? Yamaguchi, porque você está rindo baixinho?

-Kageyama você é engraçado, mas isso não passa de várias coincidências para vocês não se verem, ele não te odeia fique tranquilo - ele sorriu ladino.

-Como? O que está falando? - Se alguém olhasse muito pra mim ia ver a tela azul na minha face.

-O senhor, você sentiu tanta falta dele assim? Caiu no encanto da laranja, podre Kageyama está apaixonado.

-Eu? Apaixonado pelo boke do Shoyo?

-Chama ele pelo primeiro nome, correu atrás dele por causa de uma ficada de festa, ficou com ciúmes da Hitoka que o Tsukki me contou, e deixe-me adivinhar, você sentiu falta dele no trabalho? Aposto que sim - ele dizia com uma certeza absoluta.

"Estou apaixonado pelo Hinata?" - ecoou em minha mente.

-Talvez eu goste dele, por isso eu o beijei, para saber se sentia algo, mas isso não vem ao caso, ele ainda está me ignorando.

-Certo, vou te explicar as coincidências, o Shoyo derrubou o celular e quebrou na noite da festa, no sábado ele deixou na assistência e só pegaria hoje, não sei dizer se ele conseguiu, eu sei disso porque fui no apartamento dele sábado a noite, como você disse, ele não foi trabalhar na mesma filial que você hoje, e ele não veio para a faculdade por que ele está no jogo de vôlei da irmã dele, a Natsu, junto com a Hitoka, ela me mandou mensagem avisando, são só acontecimentos que ocasionaram o desencontro de vocês, amanhã você já vai ver ele, entendeu tudo?

-Sim, Natsu é a irmã mais nova, ele comentou sobre ela sexta.

-Sim, ela está jogando o regional de vôlei na cidade vizinha, pelo colégio Karasuno, o mesmo que o Hinata jogava quando estava no ensino médio, eu, ele, o Tsukki, a Yachi e o Tanaka nos conhecemos lá e fomos do mesmo time, ele foi ver o jogo dela como apoio e a Hitoka é melhor amiga do Shoyo e vigiava a Natsu quando o Hinata queria treinar fora de hora, a Yachi e a Natsu são irmãzinhas de consideração.

-Me lembro dele falar isso na festa, em uma das nossas conversas, acho que eu estava prestando atenção em outra coisa, invés das palavras - sacudi a cabeça quando lembrei que olhava descaradamente para os lábios de Hinata quando ele falava.

-Voltei, espero que o papo tenha sido bom, porque agora eu quero meu namorado, vaza daqui vela - o loiro abraçou o namorado, decidi sair.

-Tudo bem, boa noite a vocês, obrigado Yamaguchi.

-Pelo horário, ele deve estar voltando para casa, se você não aguentar esperar até amanhã para falar com ele - o sardento disse sorrindo fraco.

-Certo - sorri fraco de volta.

-Lembre do que te falei, pense nisso - ele gesticulou a boca "A..pai..xo..na..do" - entendeu?

-Sim, vou pensar - sai pensando.

Andei até a saída da faculdade, essa determinação de ir e dizer a ele que não gostei do tempo sem ele por perto me motiva a encontrá-lo agora, está frio na rua e eu não estou de carro, terei de ir com o ônibus, prossigo andando até o ponto.

"Eu posso mesmo estar apaixonado por ele?" - essa questão ronda minha mente.

Sinti falta dele hoje no trabalho, seu bom dia, sua risada e seu jeito único, acho que gosto dele a mais tempo do que eu imagino, eu só não queria admitir para mim mesmo.

O ônibus também está gelado, a noite de hoje está ótima para dormir com duas cobertas.

Eu realmente gosto dele, pensei no beijo, quero beijá-lo de novo, sentir sua mão contra meu corpo, pensei nele o final de semana, até me atrevi a chamá-lo para sair, esse menino está me tirando de minha bolha.

Eu estou aqui, em frente seu prédio, não posso voltar atrás, subo e paro em frente a sua porta, bato.

...

Ninguém atende, ele não deve ter chego, decido esperar aqui, sento em sua porta e encosto a cabeça no batente, está bem frio, me encolho, espero que ele não demore, fecho os olhos.

Os estagiáriosOnde histórias criam vida. Descubra agora