Capítulo 5

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-Pov Hinata-

A festa já deve estar rolando a um pouco mais que duas horas, esse copo na minha mão deve ser o terceiro ou oitavo que eu tomo de champagne, eu parei de contar, na verdade eu perdi a conta mas com toda certeza eu sei quantos cílios o Kageyama tem de tanto que eu olho para seus olhos.

Quando me disseram "confraternização de empresa" achei que seria algo mais sério, mas tem um open bar e champagne passando toda hora, tem um espaço para dançar com DJ e músicas indecentes, não me atrevi a ir até lá, tem algumas salas mais afastadas quando comentei com Sugawara ele disse que são para quem não espera ir para casa, estou começando a desconfiar que isso não é uma festinha de empresa, está mais para um bordel chique e discreto.

Em uma das minhas pequenas conversas com Sugawara-San ele disse que isso é para se divertir e não interfere no trabalho, os dias de descontração são essenciais e é comum a empresa, os associados, investidores e terceiros fazerem esses encontros por puro entretenimento.

Lá vem o garçom oferecer mais champanhe.

-Boa noite, aceitam? - o moço estendeu a bandeira.

-Sim, obrigado - aceitei, se for para aproveitar tem que ser de um bom jeito.

Vi Kageyama negar com a cabeça.

-Esse é sua nona taça, claro que a taxa de álcool disso é pouca mas mesmo assim - ele me disse depois de pedir algo ao garçom.

-Está contando minhas bebidas, quanta preocupação Kageyama, fique tranquilo, depois de conviver com a Hitoka e Tanaka, eu sou blindado ao álcool - bati no peito como se fosse de aço ele riu.

Eu bebi o pouco líquido da taça, pensando em como estávamos próximos hoje, desde a faculdade, ele se prontificou em sentar comigo em toda aula que conseguiu, ele tentou interagir mas vi que não queria me atrapalhar, ele se ofereceu para me trazer até aqui.

Observei sua postura agora, ele parece bem, sério, não deve ter percebido que estou olhando, ele olha cada um dos convidados com cautela, ele tem um corpo bem atlético, quase imperceptível nesse traje de gala.

O mesmo garçom voltou, entregou um copo de uma bebida laranja e uma garrafa de água

-Toma isso - Kageyama me entregou a garrafa de água - intercale o álcool com água para não acordar de ressaca amanhã, tudo bem?

-Certo - bebi um gole da água e sorri a ele - o que está bebendo?

-É um drink sem álcool de frutas cítricas com energético, estou ficando cansado e com sono, mas não quero ir embora ainda, isso é só para me acordar, você quer experimentar? - ele colocou o copo à minha frente - é a sua cara gostar disso, boke - ele riu.

-Não, obrigado - sorri.

Ele voltou a desfrutar do drink escorado em uma parede próxima, fui em direção a mesas de comes, o buffet tinha de tudo um pouco, me servi com algumas coisas e sentei em uma mesa próxima a onde Kageyama estava encostado.

Desde que chegamos ele não se afastou de mim, riu, fez piadas e me chamava de Hina, isso quando não comentava algo como "o Hinata é meu amigo" sempre dando ênfase em amigo, ainda mais perto dos...

Algo brilhou em minha mente, olhei para ele, sereno, se tivesse matado alguém eu não reparava, o copo em sua mão agora vazio ele olhava pra mim.

Um barulho no meio do salão chamou minha atenção, um copo caiu, me levantei e fui ver o que havia acontecido, Kageyama apareceu logo atrás de mim.

-Koshi, você está bem? - a voz do Daichi.

-Estou sim, é só um copo, estou bem querido, só me leve ao banheiro - Sugawara pediu ao marido.

-Deveríamos certificar que estão bem, porque somos associados deles, certo? - Kageyama falou.

-Concordo, vamos - segui andando.

Andamos até um banheiro afastado do movimento, onde vimos que eles foram, ao chegar perto, sons pouco audíveis vindo de dentro.

O tênis do Kageyama fez barulho no chão.

-Tem al..guem.. lá - um deles disse entre gemidos.

Fui puxado para um almoxarifado ao lado do banheiro.

-Shiu - Kageyama tampou minha boca com a mão.

Sacudi a cabeça concordando, por que ele agiu assim? Alguns segundos se passaram, com certeza eu estou corado, ele está muito perto.

Afastei sua mão - certo, eles devem ter voltado a fazer o que estavam fazendo, pode explicar porque agiu assim? - falei baixo.

-Ficaria um clima ruim com eles, poderiam ficar bravos, não estava disposto a testar a sorte, ok? - ele disse ainda perto.

-Ok, agora podemos voltar para a festa, certo? - me virei para abrir a porta.

-Fica aqui... só... só - gaguejando - só um pouco... um pouco mais... por precaução sabe - ele colocou a mão na nuca envergonhado.

Eu fiquei.

Os estagiáriosOnde histórias criam vida. Descubra agora