Meados de fevereiro de 2039.
(Ou seja, atualmente)Salas de espera costumam ser acolhedoras.
Salas de espera são o primeiro contato entre o profissional e o paciente, é o momento em que recomenda-se o conforto inicial para deixar aqueles que vão receber o serviço, calmos.
Mas existe a parte perturbadora das salas de espera, existe o lado em que recebem as notícias de morte, o lado em que alguns agonizam de dor enquanto realmente esperam.
A verdade que o acolhimento da sala de espera não passam de uma mentira.
Uma tortura disfarçada de cuidado.
Salas de espera eram o primórdio da morte
e raramente, de boas notícias.
A partir do dia vinte nove de novembro a quinze anos atrás, salas de espera começaram a apavorar Max, mesmo que não estivessem relacionadas a hospitais, ele sentia pavor.
Naquele ano, O piloto holandês ganhou o primeiro campeonato, tal como a alemã havia dito que um dia aconteceria. E ele ganhou pelos próximos três anos.
Max tornou-se quatro vezes campeão e sabia que ela sabia que isso aconteceria.
Três anos depois, Apaixonou-se novamente por alguém com os olhos azuis, porém não eram azul Elysis, eram azul comum.
Não foram os olhos que o cativou, deve ter sido algum outro minuscioso detelha.
Mais dois anos depois, casou-se com essa pessoa. Depois da última vez, esperar mais de dois anos, para ele, havia se tornado um risco e diferente do que muitos pensam dois anos não foi uma decisão apressada.
Superar não foi fácil, nos dois primeiros anos, até torna-se suportável, foi sufocante, mas curou e continuou sendo inesquecível, entretanto, dessa vez, curou e não doía tanto.
Hoje, quinze anos depois de tudo, Max está finalmente aposentado, com duas filhas e uma esposa magnífica, e não é como se fosse para substituir, ele realmente amava elas.
E eu falo isso porque sei.
Falo isso porque vejo.
Quando tive a oportunidade de escrever sobre Elysis Schumacher, decidi que tentaria fazer ser real, decidi querer cativar os leitores assim como ela cativava meu pai.
E só pude fazer isso porque ela os conheceu.
Elysis conheceu meus pais, os três em geral. Ela e minha mãe nunca foram melhores amigas mas tinham o respeito e a liberdade da comunicação, acho que por isso que hoje ela respeita tanto a imagem de Elys.
Diferente do meu pai biológico, ela sempre odiou ele, não ao ponto de desejar mal porque ela nunca faria isso, mas, odiava o suficiente para envolver-se em discussões públicas quanto todo o lance do acento na Redbull estourou. Ela realmente o odiava.
No fim das contas acho que não foi sobre ódio, foi sobre abominação caso leve em consideração que para o ódio existir o amor irá coexistir, e andando numa linha tênue entre amor e ódio chegamos no abismo em que encontramos o ato de abominar, abominação.
Por último, como todos sabemos, houve meu pai, Max. As vezes me pego em pensamentos egoístas que deveria agradecer pela sua morte, por mais que seja errado, se Elys não tivesse morrido eu nunca teria Max como meu pai.
Mas quando se trata de Max, todos sabemos que eles teriam construído uma história juntos, que teriam casado, teriam filhos e construído uma família – a família estável que ele nunca teve. E sendo sincera, não tenho ciúmes de ouvir sobre isso, minha mãe não se importa com o fato de que eu sei sobre isso porque temos o discernimento que Elysis Schumacher foi seu primeiro amor.
E mesmo que o primeiro amor seja superável é inesquecível, mesmo que caísse no esquecimento, não se supera algo que não teve fim.
Houve começo, existiu meio e alí mesmo parou.
E então Max reviveu mentalmente de novo, de novo, sempre e todos os dias a mesma dor, até que se tornasse suportável viver com essa dor.
Sempre foi sobre aprender a viver e nunca sobre esquecer.
Penso que por todos esses motivos, Ela nunca foi um assunto proibido em casa. Minha mãe sabe que no relacionamento dos dois existe amor, sabe que Max e Elysis são um passado que nunca poderá ser presente e sabe que não pode obriga-lo a esquecer.
Mamãe sempre me falou sobre como eu gostava que Elys fizesse tranças em meu cabelo quando estávamos no Paddock, por mais que não me lembre, mesmo desejando lembrar, penso que existiriam coisas que poderia falar para ela, coisas do tipo o que acho que teria acontecido.
Coisas como: Eu nunca cresci com você.
Entretanto, eu, Penélope Piquet Kvyat Verstappen, adoraria ter crescido com você porque algo lá dentro me diz que teria sido ótimo.
Mesmo sabendo que meu pai não seria meu pai, uma parte de mim deseja ter crescido com você, porque todo mundo diz tanto sobre você ser uma ótima pessoa que me dá vontade de conhecer você.
Eu deveria te agradecer por ter mantido Maxie, seu eterno namorado, meu pai, vivo por todos esses anos mesmo que não soubesse que seria para mim, você o manteve vivo e agora eu posso fazer isso. Nós podemos. Minha mãe e eu.
Mesmo morta você é inesquecível, Elys. Quero dizer, você tem um museu com seu nome agora, sabia? Dois anos depois da sua morte seus pais construíram um museu com seu nome porque sabiam que você amava história.
Existe uma área toda sobre o parque de Monza, porque Max sabia que você era apaixonada.
Mick, nomeou a primeira filha com seu nome. A pequena Elysis hoje tem dois anos e meio, eles dizem que o temperamento de vocês é igual.
E nós temos a pequena Maggie, ou Margareth como foi nomeada, vocês nasceram no mesmo dia e tem os mesmos olhos azuis cativantes.
Todos sentem sua falta, Elysis. Todos agem como se tivessem superado mas aquele dia ainda assombra todos eles. Escrever esse livro é uma tentativa de amenizar a falta que você faz na vida de todos eles.
Mesmo que os inconvenientes falem que é só uma tentativa de ganhar dinheiro usando seu nome, mesmo que falem que devo odiar você por um dia ter amado meu pai.
Espero que saiba que eles nunca poderão me fazer odiar você.
Agradecimentos.
Acho que além de ser grata a Elys por ter feito meu pai feliz, deveria agradecer a sua família: Michael, Corinna e Mick Schumacher pela oportunidade e a papai sobre todos os contos de amor que me faziam dormir pacificamente sonhando com os olhos azuis.
Não quero que seja sobre a mulher que antecedeu o espaço de minha mãe no coração do meu pai, quero que seja sobre a incrível historiadora e filha do incrível heptacampeão que fazia todos amarem ela.
É sobre salas de espera, porque todas as noites em que pai Max me colocava para dormir, me sentia em uma sala de espera, esperando para ver qual porta se abriria e qual história mágica de amor surgiria.
Mamãe, obrigada também pelo apoio, de início achei que iria surtar, mas acho que você também sente falta dela.
E no fim, dedico este conto a Elys e Maggie, ambas nomeadas em homenagem a uma incrível mulher. Espero que um dia possam ler este pequeno livro e saber quem foi Elysis Margareth Schumacher que deu origem as menores Elysis e Margareth.
Esta foi A Sala de espera.
Escrita Penélope Piquet Kvyat Verstappen.
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WAITING ROOM - Max Verstappen ¹
FanfictionOnde Elysis Schumacher faz algo para o melhor mas acaba sofrendo as consequências.