5. Suficiente

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"Vivi tanto tempo tentando provar meu valor, que aceitei que me dissessem o quanto eu valia, porque eu mesma não sabia. Na época, foi difícil aceitar que, apesar das tentativas, eu nunca seria o suficiente para outras pessoas. Mas entendi que as outras pessoas também não são o suficiente para mim. Eu precisei me conhecer para saber que, no final, eu era tudo o que eu precisava".

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Hoje não era um bom dia, para nenhuma das duas.

Dahyun acordou se sentindo diferente. Sentia-se enjoada e sem apetite, às vezes sentia tontura e fadiga. Apesar de não ser nenhum sintoma estranho, havia um bom tempo que não os sentia.

Quando Dahyun estava no auge da adolescência, todos esses sintomas e mais alguns surgiram. Os médicos explicaram que era em decorrência das mudanças em seu corpo; seu corpo estava deixando de ser infantil e para se tornar um corpo adulto. Isso exigia mais energia, o que sobrecarregou o frágil corpo de Dahyun.

A enfermeira que estava no quarto quando Dahyun acordou hoje, notou que a paciente não estava em seu aspecto normal. Dahyun estava mais pálida – como se isso fosse possível – e a expressão facial mostrava a dificuldade que ela sentia para raciocinar bem. Por conta da tontura e da dor de cabeça, Dahyun se sentia mais lenta, sem muita disposição. O enjoo também não deixou com que ela levantasse da cama ou comesse pelas próximas duas horas.

— Já informei o médico, ela passará para verificar você em alguns minutos — disse a enfermeira. Dahyun apenas assentiu.

A checagem não demorou e o médico confirmou que aquilo era algo incomum, mesmo que Dahyun já tenha sentido antes. Os exames deveriam apontar o motivo desses sintomas aparecerem repentinamente depois de tanto tempo. A notícia não foi bem recebida pelos pais de Dahyun, mesmo que ela dissesse que eles não deveriam se preocupar.

— É só um momento, eu vou ficar bem — tentou reconfortar os pais com um sorriso.

Assim que os remédios fizessem efeito e sua tontura diminuísse, Dahyun procuraria Momo para dizer que talvez não aparecesse no terraço por um tempo, até se sentir completamente bem. Fazia parte da rotina de ambas o momento no terraço, era um compromisso, e Dahyun estava adorando essa nova amizade.

Era bom passar o tempo com Momo, mesmo que ela não falasse muito. Momo era engraçada, em seu jeito introvertido e tímido. Dahyun descobriu que Momo era gentil e gostava de animais. Descobriram muitas coisas em comum e suas conversas agora eram um pouco mais longas.

Dahyun ficava ansiosa pelo momento do terraço. Além da companhia agradável, gostava de motivar Momo a viver um pouco mais, de ajudar ela na recuperação de sua estabilidade emocional e mental compartilhando seu ponto de vista sobre a vida. E ela se sente feliz em ver a evolução de Momo.

Agora, ela tem mais um motivo para continuar lutando.

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Choi percebeu que Momo tinha um problema com o sentimento de abandono e solidão. Em alguns momentos da sua vida, Momo conviveu com a dor de ser trocada e deixada para trás, o que fez ela a se acostumar com esses sentimentos e achar que os merecia. Pelo que Choi entendeu, Momo depositou sua confiança em pessoas que a traíram, o que fez com que ela se sentisse extremamente decepcionada. Momo passou a esperar o pior das pessoas, sempre.

Mas apesar de tudo, Momo não guardava rancor daqueles a fizeram mal. A verdade, é que ela se culpava por tudo.

Se todos vão embora, o problema não deveria ser ela?

Choi entendia o raciocínio de Momo e seu desafio era fazer sua paciente enxergar que, na verdade, sua forma de pensar estava errada. Hirai não era um problema, mas infelizmente foi vítima de uma série de infortúnios da vida. E nem todas as pessoas conseguem passar por tanto e continuarem positivas, então ninguém poderia chamá-la de fraca se seus desafios começaram desde criança.

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⏰ Última atualização: Oct 27 ⏰

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Por Mais Um Dia | DahmoOnde histórias criam vida. Descubra agora