𝐌𝐀𝐋𝐄𝐃𝐈𝐂𝐓𝐔𝐌 | Sam Winchester

𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐔𝐍𝐈𝐂𝐎 .

NEVADAS. EUA

   O paradoxo que persegue uma mente limpa é capaz de transcender o vazio que habita nela. Um looping infinito incapaz de trazer felicidades, tal como um espelho quebrado refletindo uma imagem indesejada.

   Em setembro de dois mil e seis, foi reportado um caso de desaparecimento na Carolina do Norte. Uma jovem garota deixou a casa de seus pais durante a madrugada e não voltou mais, causando uma enorme comoção pela cidade inteira. Nenhuma pista foi deixada para trás, a não ser uma pequena carta que Dina Campbell deixou ao seu irmão, dizendo que precisava de um tempo para respirar, levando todos a crer que ela tinha fugido de casa por conta própria e não voltaria tão cedo.

   Sam e Dean Winchester estavam atrás de um caso de assassinato naquela mesma cidade. Um homem acabou matando toda a sua família a sangue-frio devido a uma visão de Deus. Foi então que as pistas os levaram até a casa da família Campbell, onde foram recebidos pelo primogênito, Jone, antigo funcionário do restaurante da família recém-assassinada. Jone não relatou nada que os irmãos já não soubessem, porém, mais tarde acabou os ajudando no caso e descobrindo o real trabalho dos Winchester. Foi então que ele pediu por ajuda. Sua irmã, Dina, estava desaparecida, novamente, dessa vez fazia semanas que ela não respondia suas mensagens, coisa que nunca tinha feito antes. Aquele dia, os irmãos adicionaram mais um trabalho para a coleção.

   Após muitas pesquisas e buscas pela cidade, foi descoberto o paradeiro de Dina. A jovem tinha sido levada por uma seita local, que buscava mulheres para um ritual macabro, com o intuito de trazer a vida um guerreiro antigo e satisfazer seus desejos com belas moças. Dina teve a sorte dos Winchester cruzar seu caminho, pois, mais uma vez, os irmãos conseguiram livrar mais uma pessoa da morte e acabar de vez com o que quer que fosse que aquela seita fazia. Depois disso, Dina passou a morar com seu irmão, perto da casa de seus pais, porém, livre da pressão que sofria. E os irmãos Winchester ganharam dois fiéis aliados.

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   O clima ensolarado não colaborava com a imagem agradável que aquele lugar passava. Uma velha cidade com diversos crimes nas costas, desde assassinatos a tráfico humano. Nevadas passava longe de ser considerada segura. As estruturas antigas contrastavam com o Impala preto parado em frente a uma casa revestida de pedra. Do lado de dentro, três homens se faziam presentes na sala, e um deles parecia nervoso, batucando os dedos e tremendo a perna.

— Ei, se acalme, Jone. — Sam tentava usufruir de sua voz para acalmar o outro homem. — Estamos aqui para ajudar.

— É. E você com esses tremeliques não vai nos ajudar.

   O mais novo devolveu um olhar sério para o irmão, que apenas o fez revirar os olhos.

— Olhem, me desculpe. Eu sempre fico nervoso quando o assunto é minha irmã. — Suspirou, olhando no fundo dos olhos de Sam. — Ela anda meio para baixo, silenciosa e meio perturbada.

— Perturbada?

— O que quer dizer com isso? — Questionou Dean.

— Às vezes ela fica me olhando de longe, como se eu fosse um alvo. E também, percebo que ela parece sempre cansada, raramente sai do quarto. Só esses dias que ela parece mais sã.

   Outra vez, Sam e Dean se entreolharam, como se pudessem ler seus próprios pensamentos, que dizia algo como: "Está pensando o mesmo que eu?"

— Por acaso notou algum comportamento normal da parte dela? — Sam foi direto ao ponto.

— Eu não tenho certeza. — Ele balançou a cabeça. — Ela sempre está trancada no quarto. Além de que, ela não me deixa nem chegar perto às vezes.