013

35 6 0
                                    





— Pai, você tem certeza que a mamãe não precisa de um médico? Semana passada ela teve que ficar trancada no quarto porque você disse que ela estava com uma gripe forte... E essa semana também? — pergunto, franzindo o cenho.

— Eu já disse para não se preocupar. Sua mãe ficará bem, Kate. — Andrew diz, levantando as sobrancelhas grossas e grisalhas. — Agora, coma.

Ele diz, apontando para o prato na minha frente, assim que o garçom deixa os pedidos. Agradeço baixinho, não sentindo a mínima vontade de tocar no peixe grelhado que pedi junto com a salada.

Havíamos saído para almoçar, somente eu e meu pai. Um programa de pai e filha, ele disse. Minha mãe não pode vir porque está doente. De novo.

Temo que ela esteja com alguma doença séria e eles estejam tentando esconder de mim. Minha mãe é forte para qualquer coisa. Uma gripe não derrubaria ela.

O que mais me deixa chateada com essa situação toda é o meu pai me proibindo de vê-la. Ele sempre diz a mesma coisa: "Você não pode arriscar pegar o que ela tem. Eu detestaria ver vocês duas doentes.". Então, faz um carinho na minha cabeça e me manda pro quarto.

— Kate. Coma. — Andrew repete, apontando com o queixo para o meu prato entre uma garrafa e outra do filé que ele pediu.

— Eu só não entendo. Por que não posso vê-la? Eu não preciso de entrar no quarto, só quero olhá-la. — suplico, juntando minhas mãos. — Pai, eu não vou pegar a gripe que ela tem. Só me deixa...

Kate. — diz ele, rudemente, em tom de repreensão.

Pela forma com que Andrew fala, sei que é hora de parar de insistir. Ele lança um olhar irritado e cortante em minha direção, e eu murcho na cadeira, pegando um pedaço do peixe a contragosto. Estou levando o garfo até minha boca, mas paro de repente.

Nesse momento, uma figura loira de olhos azuis me chama atenção, passando por entre as mesas com uma bandeja cheia de bebidas.

Desde quando JJ trabalha aqui?

Sinto algo se agitar em meu peito quando ele vira a cabeça na minha direção, balança a mão e pisca pra mim.

Solto uma risada e abaixo a cabeça.

Noto também meu pai olhando pra trás para se certificar com quem eu estava interagindo.

— O que foi? — pergunta ele.

— Ahm? Nada. — balanço a cabeça, colocando um pouco de salada na boca para disfarçar o sorriso que insistia em puxar o canto dos meus lábios.

Comi mais um pouco do peixe, balançando a perna embaixo da mesa, inquieta.

— Pai, você me dá licença? Preciso de ir ao banheiro rapidinho. — digo, sem manter os olhos em Andrew.

Ele responde algo, mas nem presto atenção, pois já estou caminhando para dentro do restaurante. Procuro por Maybank, balançando a cabeça para os lados na expectativa de avistar a cabeça loira em algum canto.

Onde JJ se enfiou?

De repente, sinto um puxão no braço e dou de cara com um peitoral firme e quente. Assim como na vez que trombamos, sinto o cheiro da maresia exalando do seu corpo, com uma sútil fragrância de protetor solar. Levanto o rosto e encontro o par de olhos azuis como o oceano me encarando de volta.

Fico surpreendida com a facilidade que é ver o mar em JJ. Seja nas ondas do seu cabelo, a cor dos olhos ou em seu temperamento num geral, que se assemelha à inconstância da maré.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Aug 08 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

O Melhor dos Dois Mundos - JJ MAYBANKOnde histórias criam vida. Descubra agora