01. Culpa da cachaça

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Levar um chifre até vai, mas levar vários durante todo o seu casamento é uma coisa triste. Infelizmente, descobri que meu marido Richard está me traindo há quatro anos. Como eu descobri? Ah, uma colega do trabalho dele me contou, e duas semanas depois descobri que ela era uma de suas amantes, mas como ele não quis assumi-la, então a amargurada o expôs pra mim.

É tenso... Eu só sei que agora o jeito separar, mas como irei me separar se não tenho para onde ir? Ao longo do casamento, fui perdendo minhas amizades e o contato com os poucos parentes que me restaram por conta do ciúme possessivo de Richard. Irônico né?

Larguei a faculdade para ser uma dona de casa presente, mas não consegui ter filhos. Já tentamos muito, mas eu nunca consegui engravidar de fato, e isso só piorou o nosso relacionamento. O pior, é que eu fui tão burra que só percebi que havia algo estranho nele, quando o mesmo parou de me procurar há três meses.

Depois do relato da amante e de um amigo dele que outrora tentou transar comigo em troca da informação, eu ainda precisava de uma prova concreta para conseguir provar na justiça a infidelidade do meu marido, para enfim conseguir todos os meus direitos.

Nesse momento, estou em uma boate noturna muito bem frequentada em São Paulo, esperando a minha vez de entrar. Lembro-me de Richard comentando sobre esse lugar, quando eu o mencionei:

"Amor, você já frequentou essa boate? Ela está fazendo muito sucesso. Bom, eu não gosto desses lugares, a energia é pesada, mas como ela é bem antiga..."

"Eu nunca frequentei esse tipo de lugar, ainda mais essa, que é gerenciada por aquele viado do Ha..."

"Ei! O que é isso? Que ódio é esse?"

"Ah... nada, amor! Eu só estou estressado por conta do trabalho..."

O fato de Richard odiar, já é indício que ele pode conhecer muito bem essa boate. Ultimamente desconfio de tudo vindo dele, mas antes eu era uma burra, acho que já falei.

O segurança me olhou de cima a baixo e talvez o meu estilo mais senhorinha de vestido florido tenha o deixado meio desconfiado, mas logo permitiu a minha entrada. Assim que adentrei, me enfiei sem querer no meio de um casal que estava se comendo, a mulher me olhou feio e eu só saí rapidamente, fingindo que nada aconteceu.

Era cada mulher mais linda do que a outra que me fizeram cogitar a ideia de testar algo novo. Algumas dançam no pole dance, enquanto outras rebolam no colo dos homens. O brilho das joias deles refletiam de longe, esse povo tem grana, posso sentir o cheiro... O ambiente é gigante, iluminado por luzes quentes, havia a área vip no andar de cima e um palco grande mais a frente, várias mesas repletas de pessoas, bebendo, fumando, jogando, e se pegando... como dizia, vovó; é nesses lugares que os obsessores fazem a festa.

E num é que eu estava certa. O safado do Richard estava em uma mesa de canto com uma loira em seu colo. Confesso que, aquela cena me fez ter ânsia de vômito, não posso mentir dizendo que não sinto nada, pois sinto sim, eu me casei com ele achando que seria aquele amor pra vida toda, eu confiei totalmente nele...

Segurei as lágrimas, peguei o meu celular e comecei a tirar algumas fotos dele disfarçadamente. Claro, eu havia colocado uma peruca loira antes de vir, não podia dar tanta bobeira. E nisso, senti uma mão na minha cintura me fazendo congelar.

- A moça é bem curiosa... - Ouço uma voz masculina perto do meu ouvido.

Me virei, encontrando um homem grisalho, alto e bem vestido. Ele não me trazia uma sensação boa, parecia mal intencionado.

- Eu? Não... eu só estou conhecendo o lugar. - Falei, tentando não gaguejar.

- As pessoas que estão aqui não querem ter os seus rostos expostos, se é que me entende... - Disse, em um tom ameaçador.

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⏰ Última atualização: Jul 11 ⏰

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𝗠𝗶𝗻𝗵𝗮 𝗳𝗮𝗹𝘀𝗮 𝗻𝗮𝗺𝗼𝗿𝗮𝗱𝗮 é̶ ̶c̶a̶s̶a̶d̶a̶ | 𝙷.𝚂 Onde histórias criam vida. Descubra agora