Com Amor, Fred

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Um velho subiu um lance de escadas. Apesar de ser murcho e grisalho, ele tinha uma agilidade notável. Seus olhos castanhos apareciam gentilmente por trás das rugas, e sua pele estava coberta de manchas de fígado. Ele usava um terno velho de pele de dragão e seus sapatos pretos estavam bem engraxados. Para todos que moravam no Beco Diagonal, esse homem foi instantaneamente reconhecido como George Weasley, dono da Weasley & Weasley. Ele era um homem bem humorado e querido por todos que já tiveram a oportunidade de conhecê-lo.

George parou em frente a uma pequena porta de carvalho com uma aldrava desproporcionalmente grande firmemente presa ao centro. Este era o apartamento inconfundível da viúva de seu falecido irmão e melhor amiga de George, S/n Weasley. Eles haviam marcado um chá da tarde juntos, e George sempre gostava quando eles tomavam chá na casa de S/n, porque ela sempre fazia com que tivesse um sabor perfeito.

George estendeu a mão envelhecida e bateu algumas vezes na aldrava. Estava estranhamente silencioso dentro do apartamento e nenhum movimento ocorreu com o barulho. Ele bateu novamente, sem sucesso. George gentilmente experimentou a maçaneta da porta, que para sua surpresa estava destrancada, e a porta se abriu facilmente. O cheiro quente de especiarias de abóbora e lenha penetrou no nariz de George quando ele entrou no hall de entrada. As chaves de S/n ainda estavam no porta-chaves, então ela estava em casa. George tirou os sapatos e foi para a sala. Um velho gato laranja estava enrolado no sofá, ao lado de um cachecol de crochê inacabado. O apartamento não estava bagunçado, mas também não estava muito arrumado. Os livros estavam espalhados por todas as superfícies imagináveis; a mesa, o sofá, o balcão, no chão...

George foi até a porta do quarto, que estava entreaberta por um pequeno e esfarrapado dicionário de bolso. O quarto era grande e bem mobiliado, com móveis de carvalho revestindo as paredes e uma cama grande com uma moldura lindamente decorada no centro do quarto, encostada na parede. Sobre a cama estava S/n, apoiada em alguns travesseiros. Seus olhos estavam fechados e um pequeno sorriso brincava em seus lábios velhos e enrugados.

"Bom dia!" George disse caminhando alegremente até onde ela estava deitada.

Ela, no entanto, não se mexeu nem um pouco. Seus olhos permaneceram fechados e seus traços faciais refletiam a maior e perfeita tranquilidade.

Seus olhos não puderam deixar de ser atraídos para algo que sua falecida amiga estava apertando contra o peito. Era um pequeno pedaço de papel manteiga amarelado.

George gentilmente soltou os dedos de S/n e tirou o pedaço de papel das mãos dela, desdobrando-o cuidadosamente. Uma onda de emoções tomou conta de George, quando ele viu algumas palavras rabiscadas na nota, naquela caligrafia familiar e quase ilegível.

Fique tranquila, pequena. Estarei te esperando de braços abertos. Vejo você em breve.

Com amor, Fred

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