Uma viagem

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Em uma cidade qualquer ao norte da Inglaterra, novembro de 2023.

E uma verdadeira tortura ter que esperar 5 horas para entrar novamente no avião depois de uma conexão excessivamente longa, por que a neve finamente resolveu cair hoje de todos lá dias.

- está tudo tão lindo! Robert, meu pai fez guirlandas para todas os troncos da cerca, e há renas de luzes espalhadas por todo o pasto. Tenho certeza que esse ano a gente ganha!

Uma mulher passa falando animadamente no celular que mal nota quando derruba minha mala e a sacola de viagem que levo, ela olha para trás, quando finalmente se dar conto ela volta arregala dos olhos redondos e verdes e me olha envergonhada.

- Tenho que desligar Bob falamos depois.

Não me movi para ajuda-la a levantar minha bagagem apenas a olhei analisando o casado rosa claro fechado e estufado com ondas em um rosa mais escuro, as botas de Inverno pretas que iam até os joelhos escondiam quase toda a calça branca que estava por baixo, a mulher sorria sem falar uma só palavra, então noto os ridículos protetores de ouvido rosa choque que mais se parece com dois animais peludos grudados em cada lado da cabeça.

- me desculpa senhor, eu estava distraída.

Fala assim que me entrega da bolsa de viagem em mãos.

- nota-se.

Arrumo a mala dando as costas para a mulher rosa e sento na cadeira rezando como a muito tempo não faço para esse vôo possa partir logo.

- está frio hoje não é? Eu pensei que ia ser uma viagem rápida, mas acabei presa aqui como todos, esse época do ano é complica, mesmo que a previsão do tempo seja para neve somente a partir da semana que vem, eu não acho que estamos seguros depois de outubro de qualquer forma.

Por um minuto acho que a pessoa rosa não está falando comigo, mas noto que na fileira em que estamos há somente eu e ela e o celular não está avista, então sim, essa conversa sem nexo é dirigida a mim.

- hum.

Talvez não devesse ter soltado qualquer murmúrio por que, ela se achou no direito de voltar a falar sem parar.

- pois não é, no ano passado fiquei preso por 10 horas aqui, e o pior todos os restalrantes próximos fecharam com a nevasca, e fui obrigada a passar esse tempo todo apenas com salgadinhos da máquina, o que não demorou a acabar por que haviam pessoas demais aqui, mas agora está ótimo, fizeram uma pequena ampliação e tem uma lanchonete aqui dentro, poderiam fazer outra é colocar salas para dormir, mas há problema tem uma pousadinha simpática bem aqui na frente, séria horrível se todo ano for preciso passar a noite nesses bancos desconfortáveis.

Baixo minha cabeça encostando as mãos no cabelo e os cotovelos no joelho.

- por Deus mulher, como consegue!

Tento falar mas sou interrompido novamente, provavelmente mal interpretado na minha exclamação.

-É o que digo senhor, não é possível dormir nesses bancos, nem eu própria sei como tem gente que consegue, mas acredito que deve visitar minhas tias mais cedo ano que vem, por que acho que estou ficando velha para esse tipo de estripulias.

Ela sorrir e antes que posso emendar outro dispare de palavras seu telefone toca.
Se enrola um pouco para tirar o celular da bolsa que para a surpresa de ninguém e rosa claro dessa vez.

- Ah! Oi papai, eu estou presa novamente.

Não presto atenção na sua conversa até ouvir um nome que muito me interessa, apenas por ser o mesmo da única pessoa da qual me importo nesse mundo.

Saindo das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora