Nunca seria...

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Marcelo, eu... - tenta começar, mas é interrompida.

O que, Luísa? Você está noiva do meu irmão e nem procurou conversar comigo!! Vão se casar em duas semanas e você me ignorou. - disse revoltado andado de um lado para o outro, e Luísa fica congelada no lugar pelo ataque de fúria.

Não é assim, Marcelo! Não tive tempo para falar com você, não faz nem 24 horas que me tornei noiva do seu irmão. - tentava manter a compostura, mas se agoniava com as palavras.

A tensão entre Luísa e Marcelo era quase palpável, a dinâmica se assemelhava ao de uma presa e seu caçador.

- Como isso foi acontecer, Luísa? Como fomos de planejar nosso casamento para... isso? - Marcelo gesticulava entre eles, a raiva evidente em sua voz, mas também uma pitada de tristeza nos olhos.

Luísa começou a tentar procurar as palavras certas, com a mão no pulso ainda sensível pelo aperto, tudo aconteceu tão rápido que não estava preparada para esse confronto direto.

- Eu... Eu não sei, Marcelo. Foi uma uma coisa atrás da outra. A fuga de Alice, uma possível guerra, a necessidade de manter a aliança... - Sua voz foi diminuindo, a complexidade de suas emoções tornando difícil manter a firmeza.

Marcelo passou a mão pelos cabelos, frustrado. - E agora o que? Você vai se casar com meu irmão, sem amor, sem querer realmente estar nessa situação?

Luísa engoliu em seco. - Eu não tenho escolha, Marcelo. É pelo bem dos nossos reinos, pela nossa família. E você sabe... sabe que eu sempre te respeitei e...

- Respeito? - Marcelo interrompeu, sua voz um pouco mais alta. - E onde fica o que nós estávamos construindo, Luísa? Nossos planos? Você realmente acha que isso é justo para nós dois?

Ela sentia as lágrimas ameaçando cair. A dor em seu coração era real, assim como a de Marcelo. Ela tinha sonhado com uma vida ao lado dele, mas o destino tinha outros planos, e seus princípios não se igualaram aos de Alice.

- Eu sinto muito, Marcelo. Eu realmente sinto. Mas não vejo outra saída. Temos responsabilidades maiores que nós...

- Luísa, você não faz ideia do que causou! - A voz de Marcelo explodiu em um trovão, vibrando com uma fúria mal contida. Ele a puxou para mais perto, sua mão agora um grilhão de ferro em seu braço, os dedos pressionando com força suficiente para deixar marcas. - E como você pôde? Dormir no quarto dele, na cama dele!

Luísa tentou recuperar o controle, seu coração batendo freneticamente. - Marcelo, você está me machucando! - protestou, tentando, sem sucesso, libertar-se do aperto dele.

- Machucando? - Marcelo riu, um som áspero e desprovido de qualquer alegria. - Você não sabe o que é dor, Luísa. Dor é o que eu vou sentir a minha vida inteira vendo a mulher que eu amo casada com meu irmão!!

Ele a empurrou contra a parede, seu rosto a centímetros do dela, seu hálito quente batendo contra sua pele. Luísa viu a loucura nos olhos dele, um abismo escuro de possessividade que a fez gelar até a alma.

- Marcelo... por favor, me solta... - Sua voz era um sussurro trêmulo, uma tentativa desesperada de alcançar alguma parte racional que pudesse restar dentro dele.

- Você era para ser minha esposa, minha rainha. E agora? Agora, eles querem te dar a ele, como se você fosse alguma peça de um jogo de xadrez! - Marcelo estava inabalável, sua voz se elevando em um crescendo de possessividade.

Tentando reunir sua coragem, Luísa empurrou contra ele com toda a força que pôde reunir, um esforço desesperado para se libertar. - Marcelo, isso é loucura! Você tem que me deixar ir. Isso... isso não é amor, é obsessão!

- Amor? Obsessão? - Marcelo riu novamente, um som que enviou arrepios pela espinha de Luísa. - Não existe linha entre os dois quando se trata de você, Luísa.

Ameaçador, ele a soltou subitamente, deixando-a cambalear para longe dele, lutando para recuperar o equilíbrio e a compostura. Marcelo passou as mãos pelos cabelos, claramente lutando para controlar suas próprias emoções turbulentas.

- Saia - disse ele finalmente, sua voz quebrada, virando-se de costas para ela.

Luísa deu um passo em direção a porta, o horror e desnorteamente em sua expressão. - Eu não queria que as coisas fossem assim. Se houvesse qualquer outra maneira... - Ela se virou para sair do quarto, suas pernas tremendo. Antes de sair, ela se virou para olhar para Marcelo uma última vez, memorizando seu rosto, o amor que ela sentia por ele ainda queimando dentro dela, mas agora misturado com a dor da perda e do sacrifício.

Ela fechou a porta atrás de si, deixando Marcelo sozinho com seus pensamentos. Ambos sabiam que, apesar da dor e da perda, a vida continuaria. Eles teriam que encontrar uma maneira de seguir em frente, cada um carregando o peso de um futuro que poderia ter sido, mas nunca seria.

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Eu sei que vcs já estavam desacreditados, mas voltei!!! Kkk (por quanto tempo? Não sabemos kkk)

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