Cartas entre Pétalas • Philoise

Espinhos do Passado

O sol da manhã filtrava-se pelas grandes janelas da universidade, lançando padrões dourados pelo corredor enquanto Eloise caminhava em direção ao quadro de avisos. O ambiente estava tranquilo, e ela sentia uma leveza inédita no peito. A semana de provas havia sido intensa, mas finalmente tudo parecia valer a pena. Ela procurou seu nome na lista de notas, os olhos passando rapidamente pelas colunas até encontrá-lo:

Eloise Bridgerton - A.

Um sorriso satisfeito surgiu em seu rosto. Ela sentiu uma onda de alívio e orgulho. As horas intermináveis de estudo e noites mal dormidas finalmente compensavam. Pegou seu celular e mandou uma mensagem para Penelope, sua melhor amiga, compartilhando a boa notícia.

Enquanto se dirigia para a cafeteria do campus para comemorar com um café, Eloise avistou uma figura familiar no meio dos alunos. Theo Sharpe, seu ex-namorado, estava parado perto de uma árvore, com as mãos nos bolsos e uma expressão séria. O coração de Eloise acelerou, uma mistura de raiva e nervosismo tomando conta dela. Ela tentou ignorá-lo, mas ele a viu e veio em sua direção.

- Eloise - começou Theo, sua voz firme, mas com uma ponta de hesitação. - Precisamos conversar.

Eloise respirou fundo, tentando manter a calma.

- Não tenho nada para falar com você, Theo - respondeu ela, virando-se para ir embora.

Ele segurou seu braço gentilmente, mas com firmeza.

- Por favor, só me escuta. Eu sei que cometi erros, mas...

- Erros? - interrompeu Eloise, a voz carregada de frustração. - Você me magoou, Theo. E agora que eu finalmente estou bem, você aparece querendo conversar?

Theo soltou seu braço, a expressão dele mudando para uma de arrependimento.

- Eu só quero consertar as coisas, El. Eu sinto sua falta.

Ela deu um passo para trás, os olhos ardendo de lágrimas contidas.

- Consertar as coisas? Não é assim tão simples. Você quebrou minha confiança, Theo. Não sei se isso pode ser consertado.

Theo suspirou, passando a mão pelos cabelos.

- Você nunca tinha tempo para mim, Eloise. Sempre estudando, sempre focada em suas notas. Eu tentava te convidar para sair, para passarmos tempo juntos, mas você sempre me rejeitava.

Eloise cruzou os braços, sua raiva fervendo.

- E isso justifica você me trair com a Cressida? - A voz dela tremeu de indignação.

Theo abaixou a cabeça, envergonhado.

- Eu estava frustrado. Saí para beber e... as coisas saíram do controle. Não estou dizendo que foi certo, mas estava desesperado por atenção.

Eloise estreitou os olhos, sarcasmo escorrendo de suas palavras.

- Você bebeu tanto que não viu a diferença entre mim e a Cressida?

Theo levantou a cabeça, os olhos brilhando de raiva.

- Diferença? - ele bufou. - Ambas são ricas, mimadas, herdeiras e com ego enorme. Então, não, Eloise. Eu não vi diferença.

As palavras dele a atingiram como um soco no estômago. Ela sentiu as lágrimas ameaçando cair, mas as segurou, recusando-se a mostrar fraqueza.

- Você é patético, Theo - sussurrou ela, virando-se e caminhando rapidamente para longe, sem olhar para trás.

Ela sabia que este confronto era inevitável, mas não esperava que fosse acontecer naquele dia. Seu dia de celebração agora estava manchado pela presença de Theo, mas ela se recusava a deixar isso estragar seu humor completamente. Em vez de ir para a cafeteria do campus, decidiu caminhar até a cafeteria da cidade, onde poderia respirar um pouco e pensar em paz.