Agatha pov -
Sentia meu coração acelerar à medida que o carro se aproximava da mansão Fairchild. A cada curva da estrada sinuosa, a silhueta imponente do edifício ficava mais nítida contra o céu cinzento da tarde. Ao meu lado, Kate mantinha os olhos fixos na estrada, o rosto pálido e tenso. Era evidente que minha irmã mais velha estava tão nervosa quanto eu, embora tentasse disfarçar.
Quando finalmente estacionamos em frente ao portão de ferro forjado, um calafrio percorreu minha espinha. A mansão era gigantesca, de arquitetura gótica, com torres e janelas altas. O lugar exalava uma aura de mistério e antiguidade. O jardim estava bem cuidado, mas as árvores e arbustos pareciam tão antigos quanto a própria mansão, como guardiões silenciosos de segredos há muito tempo enterrados.
Ajustei minha mochila no ombro e segui Kate pelo caminho de pedras que levava à entrada principal. Cada passo parecia ecoar no silêncio opressivo que envolvia a propriedade. A porta de madeira maciça rangeu ao se abrir, revelando uma sala de entrada espaçosa e escura. O interior da mansão era ainda mais impressionante do que o exterior, com paredes revestidas de painéis de madeira escura, tapeçarias antigas e móveis elegantes.
— Bem-vindas à Mansão Fairchild. — disse uma voz suave, interrompendo meus pensamentos.
Virei-me e vi uma mulher idosa, com cabelo grisalho e ondulado, acima dos ombros. E olhos penetrantes, parada na base de uma escada grandiosa.
— Sou a Sra. Grose, a governanta. Estava esperando por vocês.
Kate sorriu nervosamente e estendeu a mão.
— Muito prazer, Sra. Grose. Sou Kate Mandell, e esta é minha irmã, Agatha.
— Prazer em conhecê-las. — respondeu a Sra. Grose, apertando a mão de Kate com firmeza e depois olhando para mim com um sorriso acolhedor. — Vou mostrar-lhes os cômodos principais e depois Flora levará Agatha ao seu quarto enquanto eu e você conversamos. Ela é uma garotinha adorável.
— Pensei que ficaríamos no mesmo quarto. — Eu disse confusa, afinal, éramos empregados.
— Oh, não querida. Nós temos quartos suficientes para que cada um tenha sua própria privacidade.
"Privacidade". Uma palavra que certamente não havia na minha antiga casa. Era pequena, com dois cômodos. Mas eu gostava, apesar de simples.
Aquela casa era imensa. Eu não conseguia tirar meu semblante surpreso do rosto. Era totalmente fora da minha realidade.
— Seu quarto fica do outro lado, próximo aos quartos dos irmãos Fairchild. — Ela apontou. — Flora?! — Ela chamou a garota.
— Espere só um momento, estou indo! — Uma voz doce e infantil gritou de volta.
A Sra. Grose guiou-nos pelos corredores amplos e frios da mansão, mostrando a sala de estar, a biblioteca e a sala de jantar. Não pude deixar de notar a quantidade de retratos antigos pendurados nas paredes. Rostos sérios de ancestrais dos Fairchild pareciam nos observar enquanto passávamos, como se julgassem nossa presença ali. A cada passo, o som ecoava pelos corredores, adicionando uma sensação de isolamento.
Finalmente, chegamos a um quarto espaçoso e bem iluminado, com uma janela grande que dava vista para o jardim.
— Este será o seu quarto, Kate. — disse a Sra. Grose, abrindo a porta. — Espero que se sinta confortável aqui.
Kate agradeceu e deixou sua mochila na cama macia. No mesmo instante, ouvimos passos rápidos até o cômodo. Uma garotinha baixa, de cabelos lisos e castanhos e olhos escuros e brilhantes que sorria de forma doce, com suas janelinhas à mostra. Ironicamente vestida nos mesmos tons de cinza e marrom da mansão.
— Olá! — A garotinha acenou e então se escondeu atrás de Grose.
— Não fique tímida, querida. — Grose disse e então ela se afastou. — Esta é a Flora. Flora, esta é a Kate, sua babá e professora nova.
Flora se aproximou de Kate e lhe abraçou de forma doce. Kate se apresentou, e era nítido que Flora tinha gostado dela.
— E esta é a Agatha, a irmã dela. Também ficará com a gente. — Grose continuou.
A pequena olhou para mim e seus olhos brilharam, o que eu não entendi muito bem. Então ela se aproximou.
— Seus olhos são lindos. São fascinantes e coloridos. — Ela disse, olhando com a boca entreaberta. Minhas bochechas coraram em resposta. A garota falava de forma correta e educada, nem parecia com uma criança.
— Obrigada. — Eu disse, me abaixando para ficar da mesma altura que ela. — Você é linda.
Ela sorriu genuinamente, o que foi extremamente fofo.
— Flora, por favor, leve Agatha ao seu quarto. — Grose disse e ela assentiu.
Flora me puxou pelo braço e me guiou pelos corredores até o outro lado da mansão. Ela falava várias coisas e eu ouvia atentamente.
— Este é o seu quarto. — disse Flora, abrindo a porta para um quarto decorado com móveis de madeira escura e cortinas pesadas. Era elegante, apesar da atmosfera escura, ali presente. — Meu quarto e o do Miles são logo ali.
Agradeci e deixei minha mochila na cama antes de seguir Flora até a sala de jogos.
— Este é um dos meus lugares favoritos. — disse Flora, mostrando os brinquedos e jogos dispostos com cuidado. —Vamos brincar?Concordei e nós duas começamos a brincar juntas, rindo e conversando como se já nos conhecêssemos há anos. A presença de Flora era um bálsamo para a minha inquietação, e comecei a pensar que talvez a vida na mansão não fosse tão ruim.
Enquanto brincávamos, notei um movimento lá fora, através da janela da sala de jogos. Um garoto de cabelos cacheados e pretos e pele branca como neve estava sentado em um banco no jardim, usando fones de ouvido. Ele virou subitamente a cabeça na direção da janela no andar de cima, olhando profundamente para mim. Um arrepio percorreu minha espinha e eu me afastei instintivamente, sentindo-me observada.
— Aquele é meu irmão Miles. Ele é muito legal, mas parece meio estranho mesmo. — Flora disse. Eu apenas virei para os brinquedos à minha frente.
— E essa boneca? É adorável. — Eu comentei, desviando o assunto.
À noite, deitei-me na cama, depois de ter arrumado minhas coisas no quarto novo. O dia agitado e a atmosfera sombria da mansão me deixaram exausta, e acabei pegando no sono. Quando acordei tarde da noite com sede, decidi sair para pegar um copo d'água na cozinha, que ficava no andar de baixo.
Enquanto descia silenciosamente as escadas, percebi uma figura na penumbra à frente. Era Miles, encostado na parede próxima à cozinha, com uma expressão séria e distante.
Hesitei por um momento, sentindo-me desconfortável com a presença dele.
— Desculpe. — murmurei, tentando passar por ele para chegar à cozinha.
Miles não respondeu, mas seus olhos escuros me seguiram enquanto eu passava.
Sua pele era branca como neve, pontilhada por pequenas sardas que se destacavam delicadamente em seu rosto. Seus olhos, de um tom escuro e profundo, pareciam guardar segredos sombrios, enquanto seus cabelos ondulados caíam em mechas desordenadas sobre a testa. Seu nariz romano, de contornos bem definidos, encaixava-se perfeitamente em suas feições. Alto e magro, Miles tinha uma presença imponente e uma aura de mistério que o tornava ainda mais intrigante.
Peguei um copo d'água rapidamente e me virei para voltar ao quarto, mas parei quando vi Miles ainda ali, observando-me silenciosamente.
— Você não devia andar pela casa à noite. — disse ele finalmente, sua voz baixa e carregada de aviso.
Engoli em seco, sentindo um arrepio percorrer minha espinha novamente. Eu não sabia o que responder a isso.
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Primeiro capítulo!
To ansiosa pra continuar essa história. Tenho muitas ideias!!
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Beijos 💞
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Aquarela - Miles Fairchild
Fiksi Penggemar(ANTIGA "MY STRANGER FAIRCHILD") REESCRITA Agatha Mandell , uma adolescente doce e gentil, educada e introvertida. Mas tratada como diferente a vida inteira. Sua aura é sorridente, mas é marcada pelos seus próprios conflitos, que se acumulam por ba...