Seoul: The City of Bad Boys

Capitulo 01

BOA LEITURA! 🎈

Por um lado, sabia que havia desejado por muitos anos estar naquele momento, onde arrumo as duas malas e preparo-me para seguir em frente até minha nova rota...

Contudo, parte do meu coração estava frenético e um pouquinho relutante, mas era por causa daquele medo bobo que surgia sempre que tomávamos decisões grandes e importantes.

Tentei acalmar o coração com uma boa xícara de chá de camomila acompanhado por um bolo que havia feito mais cedo, minhas malas já estavam prontas, assim como algumas coisas minhas já haviam sido embaladas para serem enviadas até minha nova casa.

Confesso que naquele momento minha maior preocupação era quanto ao coreano, mas por sorte eu sabia o inglês e era com ele que eu me viraria naquele lugar quando não soubesse bem como usar o coreano.

Foi estranho, tentei passar os últimos quatro meses rodeada de post-its com palavras chaves, pedidos de ajuda, informação e outras frases numerosas que eu sabia que se precisasse usá-las sob pressão, eu claramente não me lembraria de nada.

— Filha, o jantar está pronto! — deixei a sala, aproveitando o último dia que experimentaría os móveis da minha casa, pelo menos por um bom tempo.

O chá de mais cedo já havia tido o efeito cortado e meus pensamentos insistiam em vagar entre aquele caos de emoções. Apesar de tudo, eu estava feliz, estava perto de seguir um novo caminho e mesmo que minhas mãos ficassem úmidas pelo medo, uma parte de mim estava louca para pisar em solo coreano e experimentar a atmosfera fria e bonita do país.

— Cuidado com os rapazes! — meu pai alertou — Estava vendo uns grupos de pop coreano, eles são sedutores demais, vivem fazendo carão para câmera e até mesmo deixam os câmera man abalado, imagina o que eles fazem com as garotas.

— Claro — mordi um pedaço da carne entre uma risada baixa.

— Uma amiga disse que as ruas ficam molhadas boa parte do tempo, cuidado para não escorregar — continuaram avisando — Não esqueça de usar botas de inverno e cachecol.

— Claro, claro! Eu irei cuidar bem de mim.

— Sabemos que vai querida! — tocaram minha mão em cima da mesa e senti o aperto mais uma vez no coração, mas dessa vez sorri, porque percebi que mesmo com todas as minhas preocupações, meus pais me acolheriam se algo desse errado.

Continuei ouvindo meus pais enquanto pude, deixando o ambiente para ir até a cozinha e lavar pela última vez as louças na minha casa, aquilo era minha rotina de todos os dias e a partir dos próximos eu teria que fazê-los em outro ambiente.

No fim do dia, eu acabei encontrando com três amigas em uma sorveteria perto de casa, marcamos de vermos uma a outra pela última vez, uma que conheci na escola e outra que morava algumas ruas da minha casa e frequentávamos a mesma igreja. Elas acabaram fazendo uma pequena surpresa antes que eu fosse, era um álbum de fotografias com fotos nossas tiradas ao longo de nossa amizade e foi extremamente doloroso pensar que não faria aquilo por um bom tempo e o abraço que elas deram em mim antes de nos despedirmos foi ainda mais.

— Estaremos na sua casa às 9h! — Dina, minha amiga da igreja afirmou, erguendo o pulso com a pulseira que tínhamos desde os 12 anos.

— Espero vocês! — ergui meu pulso, sorrindo entre as lágrimas.

— Pois espere a partir das 7h — dessa vez foi Sammy, que tentava manter o rosto erguido, porém vezes ou outra o abaixava.

E mais uma vez percebia que por mais incrível que fosse aquele caminho, as dores das despedidas assolariam-me por um longo tempo, contanto eu sabia que seria capaz de enfrentar e guardar os ótimos momentos no peito e aguardar pelo dia em que nos veríamos novamente.

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Passei a noite em claro, vagando entre inúmeros pensamentos relativamente desnecessários, no entanto que eram impossíveis de serem deixados de lado.

Na manhã do dia de minha ida, às 6h eu estava de pé, ajeitando minha cama pela última vez. Resolvi preparar um bom café naquela manhã, que a última memória de meus pais por um tempo fosse uma onde eles possam ver meu grande amor e gratidão por eles, por isso na mesa da cozinha, coloquei uma garrafa com café no centro da mesa, e algumas fatias de bolo em um lado, assim como os pães quentinhos que comprei na padaria de casa.

— Já acordou? Hum, que ótimo cheiro de café! — minha mãe apareceu, com um sorriso acolhedor nos lábios enquanto entregava-lhe um copo com água ao lado de seu remédio para o controle da tireoide e logo atrás dela, meu pai com um sorriso assim como o dela.

— Nossa, o cheiro...

— Esperem um pouquinho, Sammy está vindo com alguns biscoitos — concordaram, enquanto minha mãe subia para o quarto com meu pai, talvez para trocarem de roupa.

Fizemos o planejado, esperamos Sammy e tomamos café juntos, Dina também chegou um pouco mais tarde e elas ajudaram-me a colocar as malas no carro e checar se nao faltava nada.

As horas pareceram voar, porque quando percebi já estava no aeroporto, na parte da despedida.

— Sentiremos sua falta — fui acolhida pelo abraço de todos ali, minha mãe derramando lágrimas junto de meu pai.

— Também sentirei, ligo assim que chegar lá — beijei sua bochecha — Na verdade, ligo na minha primeira parada.

— Estaremos a sua espera — meu pai acolheu minha testa com seu selar enquanto minha mãe beijava minhas mãos unidas na sua.

Ao fundo, o som do chamado para o meu voo foi ouvido, ouvindo as lamentações daqueles que estavam ali. Demos um último abraço, com um sussurrar dito: "Eu te amo" até eu dar passos para trás. Passei a porta de vidro, apertando a alça da mochila e respirando fundo.

Tentei não olhar para trás, mas antes de entrar no avião olhei, vendo todos unidos em um abraço analisando cada movimento meu, até dar o último passo. Eu estava na poltrona do outro lado, o que me impedia de olhá-los pela janela...

Meu peito acelerou e com lágrimas escorrendo pelas minhas bochechas, sorri analisando a foto da minha família... E mesmo que doesse, eu precisava seguir pelo meu futuro e agora eu estava ali, a caminho da minha nova jornada!

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Espero que tenha gostado!
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