escrava novamente

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  Asael levanta rapidamente e corre até o mural de armas pegando duas armas de cano longo , joga uma para Aaron que agarra com seu braço não baleado. Eu me abaixo ficando escondida pelo sofá.
   Fica aqui, não saia! -Aaron ordena e corre para fora do cômodo com suas botas pesadas pisotiando o chão de madeira fazendo um barulho alto ecoar pelo cômodo que agora está ocupado apenas com minha presença assustada. Me encolho num canto atrás do sofá enquanto lágrimas descem pelo meu rosto. Assustada eu apenas consigo escutar diversos barulhos de tiros e gritos masculinos encoando de todos os lados. Derrepente ouço a porta de madeira da sala ranger. Ela foi aberta?! Minha mente martelava enquanto minhas mãos cobrem minha boca abafando minha respiração. Uma voz masculino famíliar ecoa sob as paredes floridas do cômodo.
   Melyna! Cadê você? -Eu tento reconhecer a voz enquanto ofego de nervosismo sobre a palma da minha mão. Não respondo a voz e ouço barulho de coisas quebrando, vasos de flores, quadros e outras coisas mais. A sala estava sendo revirada por aquele homem. "Ele está me procurando?" Eu me perguntava mais logo sinto meus cabelos sendo puxados para cima com uma força bruta e sem querer deixo um grunhido  de dor escapar da minha garganta.
   Achei você, sua bastarda.- O homem fala e eu o olho vendo meu tio Cecílio com uma expressão nada agradável. Em sua mão tinha uma arma e ele me puxa pelos cabelos me tirando de trás do sofá enquanto eu choro pela dor. Ele continua me arrastando pela sala até a porta da frente. Ele me arrasta pelo quintal me sujando de terra e grama. Ele me joga dentro de uma carreta com brutalidade.
   Agora fica aí, e se tentar fugir de novo eu te mato! - Meu tio fala e fecha a porta com força. A carreta da partida e eu continuo a escutar barulhos de disparos no lado de fora. Choro pensando no pior que pode ter acontecido na casa e fico desesperada enquanto choro batendo nas grades da pequena janela da carreta. Depois de um tempo de viagem a carreta para e meu tio abre a porta me olhando.
  Vamos bastarda, você tem trabalho pra fazer. -ele fala jogando o meu uniforme de garçonete no meu rosto, provavelmente esse uniforme era de outra garota que ele contratou.
   Bora, bastarda. -ele fala me puxando pelo braço e me levando para dentro daquele bar maldito novamente. Mais uma vez estou presa aqui. Olhares curiosos me rodeiam enquanto sou arrastada para dentro do bar, risos os acompanham junto a cochichos. O constrangimento me atinge com força enquanto abaixo minha cabeça olhando para o chão envergonhada. Subimos as escadas de pedras desgastadas resultando no corredor , aquele corredor....onde o mesmo monstro que me maltrata um dia foi gentil comigo. Ele me deu um colar com um pingente de esmeralda e me disse que era da minha mãe, ele me disse o nome dela mas eu não me lembro porque nesse mesmo dia eu cai da escada e bati minha cabeça perdendo boa parte da minha memória. Quando fui perguntar o nome dela para ele novamente , ele simplesmente deu um tapa no meu rosto e disse para nunca mais perguntar sobre ela. Ele abre a porta de madeira desgastada e me joga dentro do quarto mal cuidado. Meu corpo dói ao sentir o choque pela queda no chão e ele ri da minha cara.
  Troque de roupa e quando acabar desça para o bar, você tem muito trabalho hoje, bastarda. - Ele fala com um ar irônico e sai do quarto fechando a porta.

  Meus olhos se enchem de lágrimas grossas que escorrem pela pele das minha bochechas sujas de terra. Me levanto e tiro minhas roupas sujas e rasgadas pondo o uniforme do bar, o que declara prisão novamente, perda e derrota. Eu saio do quarto de cabeça baixa e desço as escadas. Meu tio me vê e me dá um caderninho e uma caneta nova para anotar os pedidos. Ando pelo bar e atendo mesas e mais mesas a noite toda, estava exausta e desgastada mas Cecílio não ligava para isso, enquanto estivesse entrando dinheiro no seu bolso ele não ligaria para nada em sua volta. Um ganancioso cego pelo dinheiro. Me perguntou se minha mãe era assim também, prefiro acreditar que não. Meu maior objetivo é saber o paradeiro dos meus pais, principalmente da minha mãe, ela é tudo que eu queria saber, saber como ela era, como era sua voz, seu sorriso, seus cabelos, será que eram encaracolados como os meus? Ou pretos azulados. E seus olhos, talvez eles eram escuros como a noite ou claros como o céu do dia mais glorioso e escaldante. Seu toque, será que algumas vez ela chegou a me segurar quando eu era um bebê? Eu daria tudo para saber pelo menos uma coisa sobre ela, tudo que eu tenho, mesmo que não seja muito. Começo a passar pano no chão com uma vassoura antiga enquanto todas perguntas martelam na minha cabeça mas meus pensamentos são cortados pela voz de meu tio me gritando.
  Bastarda, sobe logo! Está na hora de te trancar. -Ele me grita já do andar de cima e eu deixo a vassoura de lado e subo as escadas. Entro no quarto e ele tranca a porta. Eu me sento na cama observando o quarto em que cresci. Paredes de pedras com um pouco de musgo, chão manchado e uma pequena janela que agora tem barras de metal. Eu pondero sobre tudo o que aconteceu em tão pouco tempo
  Vou ficar presa aqui até quando? E os meninos, como eles estão?- Pergunto para mim mesma com um suspiro cansado.

☆☆☆☆☆☆☆☆𝒄𝒐𝒏𝒕𝒊𝒏𝒖𝒂☆☆☆☆☆☆☆☆

E agora o que vai acontecer com a melyna? Isso saberemos no próximo cap, beijoooosss.  😘

𝓜𝔃 𝓑𝓪𝓭 𝓦𝓸𝓵𝓯Onde histórias criam vida. Descubra agora