Prólogo

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Bangkok city

— Chegamos, senhor Theerapanyakul - Big anunciou após desligar os motores do carro luxuoso.

Vegas suspirou fundo, sentindo o oxigênio se renovar em seus pulmões ainda saudáveis — observou a porta ao seu lado se abrir e sem demoras, se libertou do cinto de segurança e deixou o automóvel. Ajustou os perfeitos óculos escuros em sua face e andou até os fundos da pequena e maltratada casa.

Sentiu nojo ao observar os arredores da residência. Restos de comida espalhados pelo chão maltratado, garrafas de destilados juntadas em uma grande quantidade e a companhia de alguns animais de esgoto. Era totalmente insalubre.

— Fique aqui. Irei lhe avisar caso a situação se dificulte - Vegas murmurou de maneira baixa e sombria. Big apenas assentiu, se encostando no batente de madeira corroído.

Theerapanyakul retirou o óculos que cobria seus olhos e adentrou o lugar. Uma onda de arrependimento inundou seu corpo à medida que passava os cômodos daquele lugar — o dinheiro não pago não valia aquela humilhação que o mesmo estava passando.

O cheiro forte de álcool e cigarros bateram contudo em seu olfato, o fazendo recuar poucos passos. Era uma tortura para Theerapanyakul estar naquele buraco.

Um ronronar lhe fez ficar atento com sua audição. Caminhou a passos calmos, mas duros em direção ao barulho e endureceu ainda mais seu olhar ao ver seu devedor.

O homem estava horrível. Calças rasgadas assim como a camiseta, sua pele craquelenta estava suja por molhos e em suas mãos, duas garrafas de vodka pura. Vegas se sentiu deprimido ao presenciar aquilo.

Sem muita enrolação, Vegas levou sua mão esquerda aos cabelos do homem e puxou brutalmente, fazendo o outro acordar num pulo e gemer de dor.

— Não quero cerimônias, Perth, apenas me entregue o dinheiro que me deve - Theerapanyakul murmurou enquanto intensificava ainda mais o aperto.

— S-senhor Theerapanyakul - o outro tremeu ao ter seus olhos presos ao do agiota - e-eu…

— Minha paciência e bondade tem limites, Perth - Vegas jogou o indivíduo no chão, fazendo a cabeça do mesmo de apoio ao seu sapato perfeitamente ilustrado - irei repetir de maneira calma novamente. Onde está a porra da grana?

— Me desculpe… - Perth sussurrou em meio as lágrimas que inundavam seu rosto maltratado pela vida. Theerapanyakul abriu um riso irônico e chutou o lado do outro.

— Não sei porque ainda estava esperando algum retorno vindo do senhor. Deve ter cheirado a merda do dinheiro igual você faz com a porra das suas drogas, desgraçado! - Theerapanyakul voltou a agarrar os cabelos do outro e o levantou. Antes de saírem da residência, Vegas aproveitou para bater com o rosto do outro no batente da porta, escutando um som alto de algo se partindo e o grito do outro - leve-o para o galpão vermelho.

Big apenas agarrou o homem que gemia pela dor dos seus ossos quebrados e o tirou dali.

Vegas respirou fundo. Alcançou sua carteira de cigarros no bolso e levou um até os lábios, dando uma longa tragada após acender o mesmo.

Havia emprestado trinta mil baht para o indivíduo e estipulou um prazo de cinco meses para o mesmo lhe devolver, mas não foi o que aconteceu — aquela quantia para Vegas era equivalente a nada, mas o mesmo não poderia deixar a situação assim, precisava impor toda sua autoridade.

Entrou novamente na casa e andou em direção ao quarto empoeirado. Revirou o cômodo inteiro atrás de algo que tivesse um mísero valor, mas como havia imaginado, não tinha nada. Aquele homem era um tremendo miserável.

Entre Poder e Paixão || VegasPete Onde histórias criam vida. Descubra agora