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[Dia da mudança.]

Hoje o dia da família dos Dostoevsky's será cheio, se bobear vão ter tempo de descanso. Fyodor não costuma acordar cedo, na sua escola, que agora é a antiga, pois não estuda mais nela, ele estudava no período da tarde, e só largava às seis, porém só chegava em casa depois de meia hora. Hoje foi uma exceção, precisou acordar cedo para ajudar seus pais a organizar tudo, para que ninguém esqueça nada.

Fyodor então se levanta de sua cama, e a primeira coisa que fez foi ver se Rony estava bem, o mesmo estava dormindo na pequena gaiola, o russo estava com medo de retirar o objeto do lugar e acordar seu "filho". Queria colocar em cima de umas caixas, pois com certeza não esqueceria, por mais que o animal fosse importante para o menino, ele anda esquecendo muitas coisas esses dias.
Cansado, Dostoevsky caminha até o banheiro e lá fica procrastinando tomar seu banho. Quando finalmente parou de enrolar na frente do espelho, ele preguiçosamente retira seu pijama de calça e mangas longas, e deixa dobrado em cima da pia. O corpo magro e esquelético da uns passos até chegar ao box,, e liga o chuveiro elétrico, seu corpo relaxa aí sentir a água quente descer por sua cabeça, logo deixando o resto todo molhado. O menino não pretendia demorar muito, então relutando, ele desliga o chuveiro, e pega sua toalha. Já vestido, com roupas quentes o suficiente, o russo sai do banheiro atrás de sua mãe, afim de pergunta-la onde estavam suas coisas.

Pai, o senhor viu a mamãe?— Por mais que Fyodor quisesse parar de chamar sua mãe de um jeito tão infantil, ele simplesmente não consegue, já era costume.

Aham...— O mais velho nem sequer escutou, ele estava muito ocupado mexendo no seu celular, talvez verificando o horário do voo.— Vai lá filho...— Com uma mão, ele guia Fyodor para longe de si, o direcionando para escada. O menino confuso, apenas sobe as escadas e por lá procura Kemi.

Mãe?— Passa pelo corredor que daria até o quarto dos dois, nenhum sinal.— Como ela some desse jeito?

O que foi Fyodor?— A voz de quem ele tanto procurava soa de seu quarto, o garoto não tarda em dar meia volta e seguir a mesma. Kemi estava com as últimas caixas para descer, parece não ter feito isso só uma vez.— Se é o seu rato, ele já está lá embaixo.

Não, e ele não é um rato mãe...— Ele diz sussurrando a última parte, a mulher escuta mas não retruca.— A senhora viu minhas escovas de cabelo e a de dente?

Ah, sim...— Kemi se distrai por um segundo ao ver que as caixas em seus braços se desequilibraram um pouco.—estão lá embaixo, venha.— Como um bom filho, Fyodor toma as duas caixas da mão da mais velha.— Obrigada.— Sorrindo, ela passa a mão pelos fios ainda molhados de seu filho.

Melhor se apressarem, temos que sair logo.— Dmitry finalmente sai do celular.— Fyodor, o que você queria mesmo?

Nada.— Ele diz quase de forma inaudível, já não estava mais interessado em ajuda. Sua mãe lhe entrega uma bolsa, que nela tinha o que ele precisava.— Valeu...— Depois de agradecer, Fyodor entra no banheiro, e procura o que usaria. O russo não estava sonolento como de costume, acho que podia se dizer que ele estava um pouco mais animado do que o seu normal, e escovando os dentes, ele se pergunta se vai ter pessoas de sua idade para pelo o menos conversar, mas Fyodor é tímido, então nem se quisesse muito puxaria assunto primeiro.
Como de se esperar, na bolsa havia um óleo de cabelo, o mesmo que sua mãe comprou pra passar em suas pontas minimamente ressecadas. Seu pai sempre reforça que esses tipos de coisas o fazem feminino, principalmente pelo tamanho de seu cabelo, ele costuma dizer que só as garotas tem esse tipo de cuidado com o cabelo. Mas como Dostoevsky tenta não se importar com as palavras nada dóceis, ele continua passando sem se preocupar, afinal, ele se importa mais com seu cabelo do que com qualquer outra coisa. Quando os fios negros passam muito do ombro, quer dizer que já é hora de cortar, inclusive está precisando o fazer.

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