𝐃𝐀𝐑𝐊 𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 - 𝐇𝐨𝐮𝐬𝐞 𝐨𝐟 𝐃𝐫𝐚𝐠𝐨𝐧𝐬

PRIMEIRO CAPITULO

_______________ RHAERYS SENTIA os fios de sua cabeça serem puxados até quase sairem por sua mãe, a qual tinha o hábito meticuloso de trançar os cabelos da filha, dispensando qualquer ajuda das criadas que se ofereciam.

— Fique quieta, Rhaerys, pelos deuses! — A rainha puxou gentilmente o cabelo da menina, que soltou um leve gemido de desconforto.

— Ai! Mãe, eu gosto do meu cabelo solto — protestou Rhaerys, tentando escapar dos dedos habilidosos da mãe.

— Já estou acabando, se comporte.

— Rainha, Rhaenyra acabou de dar à luz — anunciou uma das servas. — Maia um daqueles..

— Peça que tragam para mim, quero vê-los. — A ruiva retomou o penteado de sua filha, que continuou a resmungar em alto valeriano.— Mais um bastardo para família — resmungou baixinho, de um modo o qual só ela pode ouvir.

— Maravilhoso, não é? — comentou Viserys, pai de Rhaerys, o qual acabara de chegar ao quarto, com um sorriso de orelha a orelha.

Alicent finalizou as tranças no cabelo da filha, que usava um vestido verde escuro com mangas longas adornadas com detalhes dourados, seus cabelos elegantemente presos em várias tranças

— Como acha que a criança é? — perguntou Rhaerys ao pai, radiante com o nascimento do novo herdeiro.

— Deve ser linda, assim como você, minha filha — respondeu Viserys, ansioso para conhecer o neto.

Diziam as más línguas que o rei amava apenas suas duas filhas mais selvagens, Rhaenyra e Rhaerys, e aqueles que o conheciam afirmavam isso com convicção.

— Rhaerys, não tem nada melhor para fazer? — questionou sua mãe, os braços cruzados. Esperando que a filha fosse embora, para soltar o dragão quepermanece preso dentro dela.

— Já estou indo — respondeu a jovem, dirigindo-se à saída, onde avistou sua irmã mais velha chegando, visivelmente exausta, com seu filho nos braços.

Antes de sair, Rhaerys puxou discretamente a saia de Rhaenyra, que imediatamente olhou para ela.

— É um menino? — perguntou Rhaerys, admirando o bebê nos braços da irmã.

— Sim, querida. Agora vá brincar — respondeu Rhaenyra, acariciando o rosto da irmã com um sorriso. — Os adultos precisam conversar.

Era uma frase que Rhaerys já estava cansada de ouvir. Os adultos sempre falavam coisas que ela poderia entender, mas por algum motivo, não podia escutar.

Rhaerys não tinha nada para fazer além de aproveitar seu tempo ocioso. Então, ela pegou um livro escrito somente em valeriano e posou sobre a janela para ler.

Em alguns minutos, Rhaenyra desceu as escadas, segurando seu filho e sendo apoiada por seu marido.

— Nyra! — A menina deixou o livro na sacada e foi ajudar a irmã.

— Oi, pequena... — A mulher mais velha sorriu, vendo a irmã colocar a mão em seu braço e ajudando a segurar o bebê.

— Qual o nome dele? — dirigiu-se ao Laenor.

— Lucerys — Ele respondeu sorrindo orgulhoso.

— É um belo nome — A mais nova sorriu, os seguindo para o quarto, querendo ficar junto da irmã. — Pra um belo menino.

As longas escadas foram difíceis de subir com a irmã tão debilitada, mas enfim chegaram ao grande quarto da princesa.

— Vou deixá-las sozinhas — Laenor, sorriu dando um beijo em sua esposa, logo em seguida saindo do quarto.

Rhaerys e Rhaenyra deitaram-se na cama, ficando confortáveis em meio a tantos eventos.

— Tenho um presente para você — A mais velha começou, com a voz fraca. — Mas prometo que não vai contar a sua mãe.

A menina concordou com a cabeça, ela não era inocente o suficiente para contar a sua mãe qualquer coisa de sua irmã mais velha.

— Naquela caixa, tem um ovo — Ela disse apontando para uma caixa vermelha quente ao canto do quarto. — De dragão...

Os olhos violetas de Rhaerys nunca estiveram mais brilhantes que nesse momento. A garotinha correu para o canto da sala e abriu a caixa delicadamente.

— Deuses! É lindo — Ela sorriu, olhando o ovo como se fosse a coisa mais preciosa do mundo.

— Eu ganhei o meu com a sua idade.

— Eu te amo, Nyra — Rhaerys sorriu, correndo para abraçar a irmã mais velha, a qual grunhiu de dor.

Rhaenyra sorriu, apesar da dor, sentindo o calor do abraço da irmã mais nova. Ela acariciou os cabelos de Rhaerys com ternura, segurando as lágrimas de felicidade e também de exaustão.

— Eu também te amo, Rhaerys. Você é minha luz, lembre-se sempre disso — sussurrou Rhaenyra, sentindo-se grata pelo momento de intimidade entre elas, longe dos olhares vigilantes do resto da corte. — Não se preocupe, pedirei para deixa-lo junto aos outros.

•••

Rhaerys se arrastou para fora do quarto, tentando não ser vista. Mas, assim que virou o corredor, se viu cara a cara com seu irmão Aemond.

— Onde estava? — Ele perguntou para irmã, olhando para os corredores.

— Em lugar nenhum — A menina respondeu, sem olhar para o rosto dele, sabendo que se olhasse para ele, não poderia mentir. Ele amava de mais seu irmão para fazer isso.

— Estava com ela, não é? — Aemond pareceu com raiva por alguns segundos. — Sabe que os filhos dela são bastardos, mal são Targaryens.

— Não diga isso, Aemond — Ela colocou a mão no ombro do menino. — Eles são tão Targaryens como nós, bastardos ou não.

— Você pode mentir para si mesma, mas eles não são como nós. — O menino segurou a mão da irmã que permaneceu em seu ombro.

— O nome dele é Lucerys — Ela mudou de assunto — Um lindo nome, não acha?

— Pode ser... — Aemond sorriu para a irmã sem largar sua mão, começou a andar.

— Onde vamos?

— A mamãe nos espera