Prólogo

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Prólogo

Véspera de Natal de 1842. Em algum lugar entre Kent e Wiltshire ...

Violet estava voltando para casa depois de algumas semanas visitando sua tia Kate. Aquela visita tinha sido muito boa para ela, uma vez que pode se distrair com seus primos e esquecer um pouco da solidão que agora era sua única companhia no Meu Chalé. Sabia que estava sendo um tanto dramática, mas desde que Will, o último dos seus irmãos mais velhos, tinha ido embora para estudar, Violet sentia como se tivesse perdido um pedaço muito importante dela e não estava conseguindo suportar e lidar muito bem com o silêncio que tinha se instaurado em Wiltshire.

Contemplava a estrada pela janela da carruagem pensando no que faria agora na sua segunda temporada e nos meses seguintes, quando ficaria sozinha em casa com seus pais e afundou no banco, deprimida. Estava tão acostumada com a bagunça em Wiltshire que não conseguiria suportar ficar ali sem seus irmãos barulhentos. Adorava reclamar que eles atrapalhavam suas leituras, mas agora sentia falta até dessas interrupções.

Ouviu sua acompanhante tossindo sem parar e olhou para ela preocupada. A srta Hartley estava se queixando de um resfriado leve enquanto estava na casa de seu tio, mas o que estava acontecendo ali dentro da carruagem não parecia nenhum pouco leve.

— Está tudo bem, srta Hartley?

Sua acompanhante abriu a boca para responder mas não saiu nenhuma palavra. Violet ficou ainda mais preocupada e colocou a mão na testa de sua acompanhante e sentiu que ela estava mais quente que o normal.

— A senhorita parece estar com febre. Vamos parar na próxima estalagem que tiver no caminho para a senhorita descansar e então podermos prosseguir com a viagem.

A srta Hartley balançava a cabeça tentando dissuadir Violet mas esta se manteve resoluta.

— Não vou conviver com sua morte na minha consciência, Alice. Vamos parar e você vai descansar até ficar boa.

Violet bateu no teto da carruagem e então orientou o cocheiro a parar na estalagem mais próxima. Assim que chegaram, foram recepcionadas pelo dono da estalagem, um senhor um tanto quanto bruto, que não queria aceitar duas mulheres desacompanhadas, mas que providenciou um quarto com rapidez assim que ouviu Violet dizer que a srta Hartley era uma dama de família respeitável e ela sua dama de companhia.

Como não queria escândalos envolvendo seu nome por estar sozinha e sem uma acompanhante apta no momento, Violet achou de bom tom manter a mentira e ainda acrescentou mais detalhes para ser mais verossímil. Disse que se chamava Violet Burney e vendo que ele não reconheceu o nome, decidiu que não seria pecado usar o nome de autora morta para suas "aventuras". Subiu para o quarto com a srta Hartley, que parecia furiosa com ela por estar mentindo.

— Pense bem, depois do meu fracasso na temporada, se acontecer algo de errado aqui, é melhor que seja com Violet Burney do que comigo. Você precisa descansar. Aí poderemos voltar para casa o mais rápido possível.

Assim que entraram no quarto, a senhorita Hartley desabou na cama, deixando Violet livre para ler seus livros e providenciar panos úmidos e uma sopa bem quente para a srta Hartley melhorar da febre.

Nathan estica as longas pernas que descansava comodamente sobre o banco de frente ao seu na carruagem. Tinha horas que estava na estrada, havia saído de Norwich antes do amanhecer para se juntar à duquesa na outra mansão de campo dos Whittemore. Ainda não sabia porquê diabos a duquesa havia resolvido realizar as festividades de final de ano lá. Norwich era tão grande quanto, e ficava na região central do ducado.

Ainda estava desgostoso de ter abandonado Vivian, a beldade ruiva e filha do administrador das terras vizinhas, nua em sua cama. Que o homem não descobrisse, mas Nathan havia passado os últimos cinco dias entre as pernas da moça, que de donzela não tinha nada. Era bastante experiente e desavergonhada. Ainda não havia se saciado dela, e uma parte perversa dele se chateou por não poder mais chocar o pai naquele fim de ano como sempre fazia enquanto ele estava vivo, ao trazer para casa uma de suas amantes e manter-se ocupado debaixo dos lençóis com elas.

As Lições do LibertinoOnde histórias criam vida. Descubra agora