Capítulo I

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Localização: Quarto de Aegon II e Helaena, Fortaleza Vermelha

A noite estava especialmente fria e sombria, com o eco distante de pássaros e o estrondo de relâmpagos ressoando ao longe.

Aegon II despertou abruptamente, ofegante e suado, tomado por uma inquietação inexplicável. Um desconforto intenso, inédito para ele, irradiava de seu abdômen, causando-lhe uma sensação de calor desconcertante.

O pensamento que predominava em sua mente era: *O que está acontecendo comigo? Por que me sinto tão quente?* Deitado na cama, o suor abundante que escorria de seu corpo fazia com que o lençol ao seu redor estivesse em um estado quase semelhante ao de alguém que tivesse tido um acidente na cama.

Ele começou a tocar o próprio peito, tentando controlar sua respiração, que estava descontrolada e irregular. A sensação que o envolvia era profundamente perturbadora e alienígena, intensificando sua angústia.

A dor era tão intensa que lágrimas escorriam pelos olhos de Aegon II, enquanto ele se esforçava para reprimir os grunhidos que escapavam abafados através dos dentes que mordia com força. Ele se recusava a emitir um gemido de dor, não apenas para não demonstrar vulnerabilidade, mas também para não despertar sua esposa e irmã Helaena.

Apesar de seu esforço para se manter em silêncio, seus movimentos inquietos na cama eram inevitáveis.

- Aegon, pare de se mexer, estou tentando dormir - murmurou Helaena, com os olhos fechados, tentando voltar a dormir. Mas Aegon continuou se movendo, forçando-a a se sentar na cama. - Aegon! - exclamou, irritada e sonolenta, ao ver o responsável por sua noite mal dormida.

O que Helaena não esperava era encontrar Aegon com os joelhos dobrados em direção ao abdômen, uma mão segurando a região abaixo do ventre, e uma expressão de dor pura em seu rosto. As lágrimas continuavam a escorrer, e ele mordia os lábios com tanta força que estavam começando a sangrar.

- Meu Deus, Aegon, o que está acontecendo com você? - perguntou Helaena, visivelmente preocupada.

- Nada, Healena. Volte a dormir - respondeu ele com uma voz fraca e abafada.

- Como assim "nada"? Veja o estado em que você está!

- Helaena! - ele a interrompeu, com um tom de súplica. - Cale-se, por favor.

Helaena hesitou por um momento. Se Aegon estava pedindo por favor, era porque a situação era grave; ele nunca fazia isso.

- Vou chamar o médico real - decidiu, finalmente quebrando o silêncio e se levantando da cama.

- NÃO! - Aegon gritou, um grito de dor que o fez encolher ainda mais. Não era sua intenção gritar, mas a dor aumentou ao tentar falar, escapulindo como um desespero.

- Como assim não? Aegon, isso claramente parece um cio, e um cio de um Ômega. Você precisa de ervas urgentemente - insistiu Helaena. Ela estava assustada com o grito de seu irmão, mas precisava focar na dor que ele estava sentindo.

- Cale-se! - ele exigiu, com uma voz que transparecia dor e desespero. - Não é um cio, e muito menos de um Ômega.

- Você precisa aceitar e tomar as ervas, ou então me deixar ajudá-lo!

- Nunca! - Aegon exclamou, determinado, apesar da dor que o consumia. Ele se recusava a se deitar com sua irmã para aliviar a dor, não importava o quanto a situação fosse grave.

- Eu posso ajudar - insistiu Haelena, sua preocupação evidente.

- Já disse que não!

- Então aceite as malditas ervas, Aegon II Targaryen! - exclamou Helaena, sua frustração transparecendo em cada palavra.

- Está bem! - Aegon exclamou, a dor forçando-o a ceder. - Eu aceito!

- Ótimo - respondeu Helaena, aliviada.

Essas foram as últimas palavras que Aegon ouviu antes de desmaiar.

Na manhã seguinte, Aegon acordou completamente renovado, sem dor ou desconforto. No entanto, se alguém olhasse de perto, poderia notar a exaustão visível em seu rosto, um sinal da noite mal dormida que teve. Ao despertar, notou as ervas ao lado da cama e sentiu um gosto amargo na boca, indicando que havia tomado o remédio.

Helaena ainda dormia pesadamente quando Aegon saiu do quarto. Ele percorreu os corredores do castelo até chegar ao médico real e instruiu-o a manter em segredo sua condição e o fato de que ele havia despertado como ômega. Ameaçou o médico com severas consequências se ele não obedecesse.

Depois de resolver seus assuntos com o médico, Aegon dirigiu-se à sala de refeições, onde encontrou todos os seus familiares reunidos.

- Está usando uma fragrância diferente, Aegon? - perguntou seu pai, o rei, ao perceber a mudança.

Aegon parou de andar, surpreso com a observação.

- Não senhor, por quê?

- Porque seu cheiro está diferente... - fez uma pausa, analisando melhor. - Está mais doce.

A observação claramente pegou Aegon de surpresa.

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