Capítulo 4

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Hunter conseguiu escrever para os Malfoy, mas apenas porque os Dursley tinham medo de que viessem procurá-lo se ele não escrevesse. Eles também trancaram todas as suas coisas no segundo quarto de Duda. Duda, enquanto fingia reclamar, secretamente lhe deu um de seus livros de poções depois que seus pais foram para a cama.

Um dia antes de primeiro de setembro, Hunter abordou timidamente seu tio. "S-senhor?" ele gaguejou.

"O que?" Vernon rosnou.

"Hm, eu tenho que estar em Kings Cross amanhã antes das onze," Hunter murmurou.

"Que plataforma?" seu tio rosnou.

Hunter tirou o bilhete que Narcisa lhe deu e piscou. "Nove e três quartos", ele respondeu.

"O que?" Vernon exigiu, olhando para ele. Hunter recuou e abriu a boca para responder, mas não saiu nada. "Tanto faz", seu tio bufou, "aqueles outros malucos vão garantir que você entre no trem. Apenas certifique-se de não voltar até o verão", ele cuspiu.

"S-sim, tio Válter," Hunter guinchou. Vernon sacudiu a mão indicando que ele estava dispensado e Hunter se encolheu antes de voltar correndo para o armário.

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Na manhã seguinte, às oito horas, Vernon o levou de carro até Kings Cross e o deixou na estação, ignorando-o o tempo todo. Hunter sentou-se em um dos bancos com sua coruja, Edwiges, no colo e o baú embaixo do banco. Edwiges era uma excelente companhia, mesmo que ele não conseguisse entendê-la.

Hunter ficou surpreso. Por ser um lobisomem, os únicos animais que se davam bem com ele eram cães e cobras (mas isso só porque ele conseguia falar com elas quando estava na forma humana). Edwiges, no entanto, criou um vínculo com ele instantaneamente e tornou-se como uma mãe amiga. Ela arrulhava para ele sempre que ele estava chateado, gritava com raiva e tentava atacar Vernon sempre que ele se aproximava de Hunter, e sibilava para Petúnia. Ela adorava Dudley, provavelmente porque ele continuava roubando comida para Hunter sempre que seus tios decidiam que ele não era digno o suficiente para comer.

Depois de duas horas, Hunter começou a ficar preocupado. E se os Malfoy nunca aparecessem? E se ele não conseguisse descobrir como subir na plataforma? E se-?

"Hunter!"

Hunter pulou e se virou, sorrindo quando viu Draco atrás dele. "Você me assustou", ele exclamou, quase pulando do banco para abraçá-lo.

Draco riu e o abraçou de volta. "Desculpe", disse ele, sem parecer nem um pouco arrependido. "Ei, Edwiges." Ele deu um tapinha na cabeça do pássaro e Edwiges beliscou seu dedo com ternura. "Vamos, meus pais estão esperando."

Hunter fez menção de pegar seu malão, mas Draco chegou antes dele. Suspirando, Hunter pegou a gaiola vazia de Edwiges e seguiu o garoto mais alto até Narcisa e Lucius, que estavam esperando na plataforma nove. Edwiges voou atrás deles, pousando no ombro de Draco.

"Você sabe como subir na plataforma?" Narcisa perguntou gentilmente, depois de abraçá-lo.

Hunter balançou a cabeça de um lado para o outro timidamente.

"A barreira entre as plataformas nove e dez será uma porta de entrada para a plataforma nove e três quartos até as onze horas", explicou Narcisa. "Não é sólido, não se preocupe."

"Então... eu só tenho que passar por isso?" Hunter adivinhou.

"Esperto!" Narcisa arrulhou, beijando o topo de sua cabeça e fazendo Hunter corar. "Vá com Draco. Seguiremos com a bagagem."

Lost Cub - Filhote PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora