Capítulo 2

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Lexa

Após voltar para casa com Aden, senti uma necessidade urgente de me servir com um copo de whisky. Logo me veio a voz de Cóstia em minha mente: pare de beber, o álcool ainda vai te matar!

Desde que minha mãe morreu, eu criei uma dependência enorme na bebida, as vezes eu ainda me controlo, já em outras ocasiões eu simplesmente começo e não consigo parar.
Ela morreu a seis anos atrás, exatamente três anos depois que Aden nasceu, me obrigando a cuidar dele como se fosse meu filho. Não que seja um sacrifício, mas eu era tão jovem e tive que amadurecer mais cedo, abdicar de coisas que eu ainda não estava pronta para abrir mão.

— Você vai beber de novo? - a voz de meu irmãozinho soou ao meu lado.

— É apenas para relaxar, eu prometo.

O menor negou com a cabeça e correu para seu quarto, suspirei pesadamente olhando para o copo em minha mão. Onde eu iria parar daquela maneira? Por que minha vida conseguia ser tão feliz e movimentada, mas também tão triste e deprimida?

Sem pensar muito, virei a bebida de uma só vez e joguei o copo contra a parede, fazendo estilhaços de vidro voarem por toda a sala.

— Ou, ou, ou... - ouvi uma voz masculina e logo em seguida mãos grandes tocaram meus braços por trás - Lexa? O que houve?

Me virei para frente abraçando meu amigo.

— Eu não sei o que fazer, Titus - minha soou melancólica - não aguento mais tanta dor em meu peito.

— Vem, sente-se aqui.

Ele me puxou para o sofá, nós nos sentamos e eu fiquei com a cabeça em seu peito, completamente encolhida e chorando como uma criança. Ao fundo, via a imagem embaçada do pequeno Aiden sentado, me olhando da escada.

— Não pode perder o controle assim, querida, você precisa superar...

— Não consigo! - o interrompi.

Titus era o único que conseguia me acalmar nas minhas crises, ao menos ele estava lá em todas elas.

— Você consegue sim! É uma ótima mãe para seu irmão, existem pessoas que acreditam na sua força e ele é a primeira delas, eu estou logo atrás.

Fechei meus olhos por alguns instantes, logo senti as mãozinhas do meu irmão me abraçando.

— Eu te amo, Lexa! - sua voz soou chorosa.

— Viu só? Você está cercada de amor!

Aos poucos fui me acalmando, as lágrimas foram cessando e eu me recompus passando as mãos no rosto para limpar onde estava úmido pelo recente choro.

— Obrigada, Titus, de novo você está aqui por mim.

— Na verdade eu ia falar com você sobre algumas coisas, mas não sabia que chegaria em uma hora ruim.

— Não é uma hora ruim. - peguei meu celular e entreguei para Aden, que logo entendeu o recado e subiu novamente para o quarto - Pode falar, sobre o que é?

— Não fica brava comigo, okay?

Franzi o cenho, por que eu ficaria brava com ele? Gesticulei para que ele prosseguisse.

— Depois que saiu daqui, Cóstia foi até mim e...

— A pelo amor de Deus! - revirei os olhos.

— Lexa, ela te ama!

— Mas eu não a amo, Titus! Porra, é tão difícil de compreender que sentimentos não se força?

— Não, mas podem ser alimentados.

Minha doce Lexa - ClexaOnde histórias criam vida. Descubra agora