Detenção

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Naquela manhã, Harry jurou para si mesmo que, a partir daquele dia, iria mais ignorar as provocações de Draco. É claro, essa tinha sido uma boa ideia durante as poucas horas em que o moreno decidira segui- la. Agora, olhando para Malfoy sentado na carteira ao lado da sua na sala de Snape, ele já não tinha tanta certeza.

O grifinório suspirou quando deixou o corpo cair, pesado, sobre a cadeira. Ainda não acreditava que havia sido tão burro a ponto de se deixar levar, mais uma vez, pelas provocações do loiro metido justamente após uma aula de poções onde qualquer briga, por mais insignificante que fosse, com certeza chegaria ao conhecimento do professor seboso.

Bufou de raiva e imaginou os amigos reunidos em volta da lareira no salão comunal da grifinória. Rindo, brincado e se divertindo. Provavelmente com alguma palhaçada feita por Fred e George. Mais um vez fora a ele negado esses momentos com os amigos e tudo por culpa de Draco Malfoy. Sabia que não deveria perder a cabeça mas ver o loiro provocando Neville por nada foi demais. Ele precisou fazer alguma coisa.

Sua sorte foi a professora McGonagall estar passando no corredor bem na hora. Isso evitou que o sonserino se livrasse da detenção. Pelo menos alguma coisa boa. Se ficasse ali, sozinho, Harry sentia que a sensação de injustiça iria o corroer por dentro.

- Ora Ora.... Não tão felizinho ein Potter - A voz do loiro soou nos ouvidos de Harry que decidiu ignora-lo - Ainda bem que essa detenção é do professor Snape. Vamos ter um pouco de justiça por aqui.

Harry continuou olhando para frente e começou a repassar estratégias de quadribol na mente. Agora que estavam no sexto ano ele era o capitão do time. Precisava se manter o mais distante do presente possível. Era o certo, e o melhor, a se fazer. Draco suspirou, a provocação não dera certo e isso o irritou. Era sempre tão fácil irritar o grifinório, naquele dia mesmo ele já havia conseguido. O desprezo do outro era frustrante.

O loiro se ajeitou na cadeira, cruzando os braços sobre o peito e esticando a perna que ficou exatamente do lado da de Harry. Se não fosse a calça do uniforme suas peles estariam se tocando. Harry percebeu isso e ficou um pouco vermelho. Nunca estivera tão próximo de Draco.

Na verdade, nunca estivera próximo de garoto nenhum. Afinal, já era difícil o suficiente ter que esconder a própria sexualidade estando solteiro, imagina se arranjasse um namorado? Era completamente fora de cogitação. O que todos diriam se soubessem? O que seus amigos diriam se soubessem?

Hermione com certeza seria mais compreensiva, apesar de com certeza estranhar no começo. E Rony? Surtaria na hora. Desde que eram pequenos, o melhor amigo dizia como adoraria que Harry e Gina se cassassem para que pudessem ser cunhados alem de melhores amigos.

Quando Harry se descobriu gay a culpa o corroeu por dentro. Culpa, medo, desespero, agitação, incerteza. Era simplesmente uma mistura de sentimentos com os quais ele não sabia lidar. Era muito na cabeça de um adolescente de, na época, treze anos.

- Snape nunca demorou tanto - Draco disse como quem não quer nada. Harry continuou quieto.

Depois de alguns minutos o loiro, ja impaciente, se virou para o moreno que sentiu o calor do corpo do outro, tão perto do seu. Os olhos azuis brilhavam enquanto Draco, olhando para ele, esperava sua resposta. Tinham muita intensidade e Harry se pegou reparando nos lindos olhos do sonserino pela primeira vez durante todos os anos em que estudaram juntos. Desde quando eles eram tão.... Azuis.

- Perdeu a língua Potter? - Draco disse, franzindo o cenho - Seus pais não te deram educação? Quando uma pessoa nos dirige a palavra nós respondemos. Simples assim.

Harry suspirou e se virou para o loiro.

- Não vejo motivos para te responder Malfoy - Harry disse, se sentindo satisfeito - Não temos porque ter assunto, somos....

Até o fim do ano passar - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora